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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

POVOADO PAU NASCIDO



E a festa do bolo
Por Jucey Santana
         Os primos, Ricardo Ferreira Trindade ( 81 anos) e Bonifácio Ferreira Trindade (80 anos) falaram sobre as características da comunidade, fundada no século XIX.
            Os Ferreira e Vieira se instalaram naquela localidade, oriundo de Sobral (CE) desde do Século XIX, possivelmente retirantes da grande seca do Ceará. (1887/1889).
            No local anteriormente existia uma grande fazenda de escravos tendo por proprietária dona Tereza???, comprovado pela grande quantidade de materiais de luxo encontrado nas escavações das cercas  dos roçados, como:  cacos de porcelanas, moedas de bronze e prata, cerâmicas e restos de mobiliários.
            O nome do povoado deu-se a partir da construção de uma das primeiras casas,   de um membro da família Melo, que  usou como esteio uma árvore nativa. Como a árvore estava verde  floresceu dentro da casa, surgindo daí o nome.
            Os moradores remanescentes tem uma característica ímpar, eles são de estatura elevada, acima da média dos itapecuruenses.  São homens com mais de um metro e noventa de altura. Eles fazem questão de manter a história da comunidade, passando para os mais novos.
            A festa do bolo, de  acordo com os informes dos primos, é uma cultura passada de gerações e gerações dos paunascidenses, desde o “antigo século”. Segundo eles  depois de alguns óbitos nas derrubadas da mata, para as roças,  pelo fato da abundância de madeira de lei com troncos imensos, que  muitas vezes caiam em cima do lavrador matando-o,  também perigos com as cobras e emboscadas. Então um antigo morador chamado, Tomaz Davi Melo, fez uma promessa a Nossa Senhora do Livramento para proteger o seu povo com rezas e oferecimento de bolo às comunidades vizinhas, depois das queimadas. Em 1901 fizeram a primeira festa organizada do bolo. Antes era só a promessa com rezas.
            A festa a marcava o término  da derrubada e começo do plantio, de acordo com a lua, entre os meses de outubro e novembro. O mais interessante é que o bolo cresce a cada ano, reunindo adeptos e simpatizantes em torno da tradição.
            A tradição é mantida, ocasião que a comunidade se une com a família organizadora, escolhida por sorteio no ano anterior, na fabricação do grande bolo de puba, (bolo podre), feito com leite babaçu, erva doce, canela e açúcar que é oferecido à comunidade e visitantes. Atualmente a festa mistura o religioso com o profano, em uma tradição das famílias em torno de uma Associação de Moradores que congrega 30 famílias.
            No povoado Pau Nascido, possui uma capelinha bem cuidada, com bonita área verde conservada e povo hospitaleiro. Vale a pena visitar o povoado e ajudar na manutenção da tradição.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

CELEBRANDO A AICLA E O JORNAL DE ITAPECURU




Por: Brenno Bezerra

Foi realizada no dia 21 de dezembro de 2015 a última sessão legislativa na Câmara Municipal de Vereadores de Itapecuru-Mirim. E o encontro dos edis itapecuruenses foi bem especial, já que prepararam uma bela homenagem a cidadãos notáveis e ao periódico mais famoso de nosso município.
Os 25 anos do Jornal de Itapecuru não passaram incólumes entre os vereadores. Além de uma condecoração ao mérito, retribuindo a comenda que a Câmara recebeu de jornalista Gonçalo Amador, muitos foram os pronunciamentos enaltecendo o trabalho do veículo midiático, que segundo os legisladores, é um exemplo de jornalismo sério, ético e de responsabilidade com a população itapecuruense, deixando-a sempre a par de maneira apartidária ao que acontece em sua cidade e no estado.
O Presidente da Academia Maranhense de Letras Benedito Bogéa Buzar, o Diretor Geral do IFMA/Itapecuru Inaldo Lisboa e Jucey Santana, diretora da Casa da Cultura Professor João Silveira, também foram homenageados pelo grande crescimento nas atividades culturais e literárias em Itapecuru-Mirim desde que a Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes foi criada.
Em discurso, Benedito Buzar fez uma construtiva menção aos itapecuruenses notáveis que marcaram a história deste país, mas que não têm o devido reconhecimento em sua terra-natal, nem dão nomes a órgãos públicos, como Viriato Corrêa e Antônio Henriques Leal. O escritor enfatizou o nome de Hastimphilo de Moura, itapecuruense que foi Governador de São Paulo e um dos primeiros habitantes de Brasília. Segundo pesquisa de Jucey Santana, é ele quem leva oficialmente o nome da praça que conhecemos como Cônego Albino Campos ou Praça da Biblioteca. Os homenageados pediram que a Câmara realizasse a troca e trabalhasse por mais reconhecimentos e homenagens aos ilustres itapecuruenses de outrora. Pedido esse que a Câmara se comprometeu a realizar a partir de 2016, quando retorna aos trabalhos.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

GENERAL ITAPECURUENSE HASTIMPHILO DE MOURA GOVERNOU SÃO PAULO



Por: Benedito Buzar
No meu tempo de criança, havia uma praça pública, em Itapecuru, com o nome de General Hastimphilo de Moura. Durante anos, procurei saber quem era e o que fez para merecer tão significativa homenagem do povo de minha terra. Meus esforços foram em vão.
Passaram-se os anos e eis que dias atrás tive a grata surpresa de saber tudo e mais alguma coisa a respeito daquele militar, de nome complicado e pomposo, que realizou brilhantes feitos no Brasil.
Tais informações foram a mim repassadas por Jucey Santana, confreira da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes, que, por meio da internet, descobriu e rastreou a trajetória do general Hastimphilo, que se impôs no cenário nacional pela competência, hombridade e trabalho em prol do país, mas tão ignorado no Maranhão.
A minha alegria multiplicou-se ao saber ser ele itapecuruense, nascido a 22 de dezembro de 1865, filho do comendador português João Ribeiro de Moura e de Leonília Frazão de Moura. A família Moura residiu 33 anos em Itapecuru, onde o pai se estabeleceu com um empório de importação e exportação na Rua do Egito. Em 1874, mudaram-se para São Luis, onde os filhos estudaram e o comendador assumiu a diretoria do Banco Comercial do Maranhão.
Em São Luis, o garoto Hasthimphilo estudou no Liceu Maranhense. Queria seguir a carreira militar, mas o pai não deixou. Fez o curso de contabilidade e abraçou os negócios comerciais. Pensando na atividade militar, foi para o Rio de Janeiro e ingressou em 1885 na Escola Militar da Praia Vermelha. Aluno brilhante na Escola Superior de Guerra e na profissão de engenheiro.
Na vida militar, ocupou postos de destaque e serviu em várias unidades do Exército brasileiro. Por onde passou, deixou o nome gravado como oficial de primeira linha. Em 1891, casou com a jovem Clarinda, da alta sociedade carioca. Pelo desempenho profissional, em 1892, foi indicado pelo astrônomo belga Luiz Ferdinand Cruls, para integrar a comissão demarcadora do Planalto Central, com vistas à instalação da futura capital do país.
De volta ao Rio de Janeiro, assumiu importantes funções no Ministério da Guerra: comandante da Escola Prática do Exército, diretor da Fábrica de Cartuchos, chefe do Departamento de Material Bélico e do Pessoal de Guerra, chefe da Casa Militar da Presidência da República, nos governos de Epitácio Pessoa e Artur Bernardes, comandante da 2ª Região Militar de São Paulo.
Participou ativamente da Revolução de 30, da qual recebeu a incumbência de governar interinamente o Estado de São Paulo. Na sucessão do governador do Maranhão, Magalhães de Almeida, foi insistentemente convidado para substituí-lo. Radicado no Rio de Janeiro, onde moravam os sete filhos, declinou do convite. Aposentou-se aos 70 anos em 1935. Intelectual e homem de letras escreveu o livro “Da Primeira e Segunda República”.
Faleceu a 25 de junho de 1956, com a idade de 91 anos. Em 1942, esteve em sua terra natal para rever as suas origens. Na condição de itapecuruense, doou à paróquia de Nossa Senhora das Dores as terras que herdou.  Foi homenageado pelo prefeito Bernardo Matos, que deu o seu nome à praça da igreja matriz da cidade. Anos depois, a praça com o nome do general, passou a denominar-se Padre Alfredo Bacellar.
Convém ressaltar que em 1996, uma bisneta do general Hasthimphilo, a embaixatriz Beatriz de Moura, residente na França, esteve em Itapecuru,  atrás de informações de seus antepassados, mas nada encontrou. Nem a praça com o nome do bisavô.


domingo, 27 de dezembro de 2015

STAR WARS - O DESPERTAR DA FORÇA




Por: Brenno Bezerra

Rey (Daisy Ridley) e Finn (John Boyega) encontram um sabre de luz que é uma verdadeira relíquia, e acaba tornando-se mais surpreendente quando eles dão conta que ele pertence a Luke Skywalker (Mark Hamill). Decididos a devolver o artefato ao dono, eles se juntam a Hans Solo (Harrison Ford) e a Princesa Leia (Carrie Fisher), que buscam reaproximação do filho.
Sem a necessidade de seguir nenhuma ordem cronológica, a saga Star Wars entregou, até então, seis filmes, tendo o seu ápice nas três produções das décadas de 1970 e 1980, que ditaram uma revolução na concepção cinematográfica, principalmente no que diz respeito aos efeitos visuais, nunca antes vistos na indústria. Méritos que engrandeceram ainda mais o nome do diretor George Lucas. Porém, se formos avaliar a atualidade, somos obrigados a concordar com a crítica Isabela Boscov, que classifica Lucas como um cineasta com visão de futuro, mas que vive do passado.
Após não tão bem sucedidos 3 filmes em 1999, 2002 e 2005, a saga Star Wars ficou dez sem exibir um novo episódio, mas para o delírio dos fãs mortos de saudade, foi anunciado esse O Despertar da Força. George Lucas, como um bom artista que entende que existem ciclos e que o ideal é sair no auge, entregou a direção para J. J. Abrams, que em momento algum despertou desconfiança por parte do público, já que ele é o responsável pela recente franquia Star Trek e pelo seriado Lost.
Centrando o poderio benevolente nos personagens Rey e Finn, a produção teve o desprazer de ver reações negativas antes do seu lançamento, por se tratarem de um negro e de uma garota, autenticando uma realidade muito racista e misógina que inacreditavelmente estamos vivendo. Sem se deixar levar pelos ataques, Abrams reforça o poderio de tais personagens no filme, sem censurar-se a explorar a inteligência e o caráter humano, fazendo deles peças fundamentais nessa positiva reformulação que o cineasta dá para a obra, que mesmo criando um verdadeiro time de temíveis vilões, sabe explorar a astúcia dos mocinhos, que encaram seus desafios com firmeza, tornando bastante interessantes cada duelo e reforçando as geniais, e algumas delas até surpreendentes, cenas de ação, que só beneficiam o filme, que desde sempre esteve predestinado ao sucesso.
Star Wars – O Despertar da Força, mesmo propondo inovação, não se esquiva de utilizar a essência das características tradicionais, mas não que isso seja uma ode à franquia para não decepcionar os fãs, mas sim porque os dotes clássicos tinham muito a somar na nova cara da saga. A própria entrada do Hans Solo e da Princesa Leia neste filme justifica isso. O roteiro bem orquestrado pelo diretor da obra, em parceria com Lawrence Kasdan e Michael Arndt (este último é o responsável pela deliciosa comédia Pequena Miss Sunshine), cria nos mais antigos personagens uma verdadeira divindade mitológica, passível de grande admiração por parte dos mais novos, que acabam dando as mãos a eles, para o enfrentar dos desafios que os aguardam. E para não dizer que o ápice da trama esteja no novo e reafirmando a força dos personagens de quase 40 anos atrás, faz-se justo elucidar o quão impactante foi uma cena de reencontro entre dois tradicionais, onde a covardia do antagonismo também impôs tons emocionais ao filme.
Aprimorando ainda mais a quinta grandeza do trabalho de efeitos visuais, J. J. Abrams entrega um novo Star Wars memorável e com cenas impecáveis, que dão autenticidade a algo que aponto há 6 anos: No quesito cinema de ação e de ficção científica, Abrams é o cineasta número 1 do Mundo. Bastante seguro daquilo que ele pode oferecer para um filme, ele tem a perspicácia de entregar um grande trabalho, mesmo sem explorar o talento do ótimo ator sueco Max Von Sydow e a fisionomia da badalada atriz queniana Lupita Nyongo’o. Valeu a pena esperar por 10 anos e transformar um novo Star Wars em uma autêntica obra de louvor para os fãs, e em uma nova paixão para quem foi conferir o filme por pura curiosidade. Uma película bem reformulada, inclusive com mais uma linda trilha sonora de John Williams. E o reencontrar de inoxidáveis nomes, nos faz mirarmos em apenas um: Hans Solo. Não há nada que faça alguém perder o elo com ele, pois o tempo pode passar e o roteiro pode pregar o que quiser, mas sempre qualquer apreciador se virará para ele e ecoará: “Que a força esteja com você”.