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sexta-feira, 31 de março de 2017

RAIMUNDO NONATO CARDOSO





 O jornalista, poeta e cronista Raimundo Nonato Cardoso filho de Othon de Carvalho Cardoso e Maria Madalena Cardoso  nasceu em Itapecuru Mirim em 17 de fevereiro de 1921. Foi aluno da professora Mariana Luz e Zulmira Sanches Fonseca. Mudou-se para  São Luís e depois para o Rio de Janeiro, ainda muito moço para complementação dos estudos.


Com a conclusão do curso  de Técnico em Comunicação,  foi nomeado para o INPS via concurso. Na Capital Federal foi redator dos jornais, O Dia e A Notícia. Transferido para São Luís em meados dos anos 40 do século passado passou a atuar como jornalista nos seguintes matutinos:  O Combate, O Imparcial, O Globo  e no Correio do Nordeste, do conterrâneo Zuzu Nahuz.

Como poeta fazia parte do Centro Cultural Gonçalves Dias, entidade que abrigava grandes vultos  maranhenses de projeção literária  e em 1º de setembro de 1976 ingressou nos quadros do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão na categoria de Membro Correspondente.

Foi casado com a Senhora Zenóbia Djanira Serejo Cardoso com quem teve os seguintes filhos: Humberto, Marcelo, Bernardo e Maria de Fátima.

O jornalista Benedito Bogea Buzar, que chegou a conhecer o conterrâneo Raimundo Cardoso, confirmou a  inteligência e a relevante atuação do jornalista ao tempo que lamentou que  toda sua produção literária foi perdida.

Instantâneo
Raimundo Cardoso

Constrói o teu milagre! Em cada grito
Que tu deres, na vida, contrafeito,
mostra aos homens um traço do infinito,
um retalho do Céu que tens no peito:

− Ri ... Sofre ou te comove, mas, aflito,
Ri que o riso encobre o teu defeito,
Pois, se a Bíblia te encanta, em seu escrito,
Esse riso é a Bíblia, é seu afeito!...

E milagre se opera! Se és mendigo
E na angustia moral do teu estado,
Os homens passam, mas te negam trigo,

ri, que ao rir assim dás impressão
De que tu é que vives procurando
Por mendigos de pena e de perdão!...

          






   

Do livro Itapecuruenses Notáveis (2016), pag. 234 de autoria de Jucey Santana

quinta-feira, 30 de março de 2017

Prece nordestina

 

Daniel Ribeiro

Há um sinal de esperança para o nordestino
Quando nasce pobre desde menino
Encontra à imagem em seu oratório
Do santo que rega às expectativas.
Rogam a ti José carpinteiro
O sustento da casa
O verde revigorante
Do ano inteiro.
As pragas que assolam
O meu sertão
Advém dos gabinetes
Com suas promessas.
Salvai-nos pai criador
Da seca corrupção
Perdoa-nos os desvios.
Livra-nos da fome
Do descaso,
Da acumulação.
Permaneça em nós a fé
Do homem livre
Sem alienação. 


quarta-feira, 29 de março de 2017

Mulher



Bruna Mendes

No passado era um ser frágil
Julgada por pessoas arrogantes
No presente que se vive
Conquistou sua importância

Dos males os quais passou
Encontrou em suas marcas
Forças para continuar lutando
A cada hora que passa

Por muitos anos foram escravas
Hoje são libertas
Conquistando um novo espaço
Traçando objetivos e metas

Aos poucos foram reconhecidas pela sociedade
Demonstrando seu valor
E sua imensa coragem
De uma imagem “quebradiça”
Hoje passou a ser vista
Como exemplo de verdade

O mais alto cargo alcançou
Lutou, chorou, renasceu
Provou aos olhos dos homens
Das histórias já contadas
Reconhecidas e fixadas
No livro da vida escreveu

As conquistas alcançadas
Me fizeram crescer
Sou guerreira sou feroz
Sou filha do amanhecer
Trilhei por diversos caminhos
Venci grandes batalhas
Haja o que houver
Faça o que fizer
Conquistei o meu espaço
Prazer, me chamo MULHER!

domingo, 12 de março de 2017

SAUDADES




   

     

Geraldo Lopes

Meu lindo Assú,
Hoje eu vivo tão distante,
Assim quis o meu destino
Em outras terras fui morar,
Quanta saudade do meu tempo de criança,
Hoje eu vivo da lembrança.
 Do São João do meu lugar.

Lembro ainda dos lindos carnaubais,
Dos canarinhos cantando
Que hoje ninguém ver mais
Da linda igreja
Um largo que existia
Os casais com alegria.

Numa praça a caminhar
Passava a noite,  aquela animação,
A banda tocando, as danças da região,
No outro dia, partia pra vaquejada,
Cachaça, mulher bonita,
Vaqueiros e a boiada
Ai se pudesse, voltava o tempo,
Ser feliz e ser contente
Voltava pra aquela casa.

Lembrando bem, vou falar do carnaval,
Era coisa de cinema, no clube municipal,
Oh! Linda Assú! Eu te amo e bato palmas,
Representa a poesia, terra de Renato Caldas,
Não esqueço as serestas, que fazia,
Nas ruas, naqueles becos, cantava com alegria.


terça-feira, 7 de março de 2017

JOÃO LISBOA


   


     


             Jucey Santana                                                       
        João Francisco Lisboa filho de João Francisco de Melo Lisboa e D. Gerardes Rita Gonçalves Nina, nasceu no dia 22 de março de 1812 em Pirapemas,  então pertencente á freguesia de Nossa Senhora das Dores de Itapecuru-Mirim.  Foi jornalista, crítico, historiador, orador e político brasileiro.

 Depois do falecimento do pai, aos  quatorze anos,  foi morar em São Luís onde trabalhou no comércio durante dois anos.  Depois passou a  dedicar-se  aos estudos  sob a orientação de  mestres, como o professor  Francisco Sotero dos Reis.

Em 1832 fundou o jornal   Brasileiro, cuja publicação interrompeu com a morte do amigo e cunhado José Cândido. Fez reviver O Farol, assumindo a sua direção durante dois anos para continuar a pregação doutrinária do seu fundador.

De 1834 a 1836, dirigiu o Echo do Norte.  Segundo Sebastião Jorge, em seu livro Os Primeiros Passos da Imprensa no Maranhão,  das páginas do Echo do Norte  brotaram artigos famosos, que viriam consagrar João Lisboa como um dos maiores panfletários da imprensa maranhense de todos os tempos  (JORGE, 1987).

  Retirado de circulação  o Echo do Norte, João Lisboa foi trabalhar na  administração pública, durante três anos, tendo sido eleito deputado provincial por duas  legislaturas. O primeiro assento na Assembleia Provincial do Maranhão, foi por força  do Ato Adicional de agosto de 1834.

Na tribuna parlamentar e na imprensa, Lisboa defendeu princípios da liberdade e interesses do povo. Retirou-se temporariamente da política, dedicando-se à literatura.

Retomou o jornalismo, assumindo a direção da Crônica Maranhense, jornal que defendia o Partido Liberal.  Na época, João Lisboa já havia adquirido  destaque como jornalista, publicitário,  político e escritor. A Crônica circulou até dezembro de 1840.

Em 1842, retorna às lides jornalísticas, integrando-se ao corpo redacional do jornal  Publicador Maranhense.

Com a saúde abalada, em 1851, afastou-se do jornalismo, e mesmo sem o diploma de advogado, entrega-se à militância forense, com exercício na comarca de São Luís, onde militou com brilhantismo no Direito Criminal.
Em 25 de junho de 1852, fundou  o Jornal  Timon Maranhense. O periódico circulou até 1858.

Em 1855  mudou-se para o Rio de Janeiro ocasião e colaborou em dois periódicos: Jornal do Comércio e Correio Mercantil.

 Foi incumbido pelo Governo Imperial de organizar, em Portugal, documentos e dados sobre  História do Brasil, onde também  pesquisou a vida do Padre Antônio Vieira, para uma biografia, que ficou inacabada.

Regressou ao Maranhão permanecendo por um período de seis meses em 1859.  Já com o estado de saúde precário voltou a Lisboa  falecendo   em 26 de abril de 1863, aos  51 anos.

Foram seus contemporâneos: Odorico Mendes, Sotero dos Reis, Joaquim Serra, Franco de Sá, Luís Carlos Cardoso Cajueiro, Sousa Andrade, Antônio Henriques Leal,  Cândido Mendes de Almeida,  César Augusto Marques e José Candido de Morais e Silva.

Casou- se em  20 de novembro de 1834, com   Violante Luísa da Cunha,  irmã de  Mariana Emília da Cunha, esposa do jornalista José Candido de Morais e Silva.  O casal não teve filhos. 

 Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, foi membro correspondente da Real Academia de Ciências de Lisboa, patrono de  cadeiras nas seguintes Academias de Letras:  Academia Brasileira de Letras,  Academia Maranhense de Letras e  Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes.
                                     Obras de João  Lisboa
    Jornal de Tímon. 2 vols. (1852-54);
   Obras de João Francisco Lisboa,  por Antônio Henriques Leal. 4 vols. (1864-1865);
   − Vida do Padre Antônio Vieira (inacabada);
  − Crônica maranhense, 1969; Crônica política do Império (Jornal de Timon), 1984.

Do livro Itapecuruenses Notáveis  (2016),pag. 57, de autoria de  Jucey Santana


    


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