Pages

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

10 ANOS DE FALMA




A Federação da Academia de Letras do Maranhão comemora seus dez anos de fundação, em grande estilo.
  
Jucey Santana *

Fundada em 28 de novembro de 2008, tendo por primeiro Presidente, Álvaro Urubatan Melo, a Federação das Academias de Letras do Maranhão – FALMA,  completou dez anos de sua fundação. A data foi marcada com um grande evento comemorativo, recheado de homenagens, com entrega de Comendas aos beneméritos fundadores, Certificados de Méritos  às academias afiliadas e filiações das novas instituições literárias do Estado, sob os auspícios da Associação Maranhense dos Escritores Independentes – AMEI. 

No evento o imortal da Academia Maranhense de Letras, Sálvio Dino, um dos pilares da fundação da FALMA, proferiu uma importante palestra discorrendo sobre a trajetória, os objetivos e as conquistas  da Federação durante os dez anos de atuação.
  Os objetivos da FALMA


Entidade de direito privado,  sem fins lucrativos, compõe-se das Academias de Letras, Artes e Afins, sediadas em cidades do Estado do Maranhão, tem como objetivo social:
I. Promover a cooperação e o intercâmbio para a execução de programas para o incentivo e difusão da cultura literária e artística em todo o Estado do Maranhão, através de suas afiliadas, espalhadas em várias cidades.
II. Participar de projetos e programas de outras entidades, públicas ou privadas, que tenham por objetivo o desenvolvimento e o aprimoramento cultural da sociedade maranhense;
III. Assistir as entidades afiliadas na elaboração de projetos que objetivem a obtenção de recursos para o cumprimento de suas finalidades culturais.

Atuação da FALMA no campo literário.
Nos anos 2013 e 2014 foram  realizadas no Odílo Costa, filho, Mostras Literárias das Academias do Estado tendo a frente a escritora Ceres Fernandes. A FALMA conseguiu na época, agregar ao evento 22 Academias de Letras com muita repercussão  entre os membros das diversas instituições literárias.  

Atualmente se registra no Estado, grande efervescência literária, impulsionada pela AMEI (Associação Maranhense dos Escritores Independentes) que realizou em 2016 e 2017 a FLAEMA (Feira Literária e Artística Maranhense), e divulga e incentiva os autores maranhenses em parceria  com a FALMA.

             Em outubro do corrente ano a Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes, em comemoração aos 200 anos de sua emancipação política,  realizou a I FLIM (Festa Literária de Itapecuru Mirim),  que durante os tres dias (19, 20 e 21), reuniu membros das Academias de Letras do Maranhão, que participaram de oficinas, palestras, peças teatrais  conferencias  e bate papos poéticos/literários com a  culminância de um  lançamento coletivo que reuniu  40 autores  das diversas Academias. Foi um mega evento literário. 


A FALMA ainda teve dois importantes encontros das suas afiliadas durante  a XII FELIS, com membros de todas as Academias, para discussão de questões relacionadas  a produção literária de seus membros, dificuldades enfrentadas,  datas comemorativas, informações de calendário de eventos dos sodalícios, em um boletim informativo e   ajuda mútua.

   Diretoria do Biênio 2018/2020

Presidente – João Francisco Batalha  (Arari);
Vice-Presidente – Clores Silva Holanda  (São Luis);
1º Secretária –Jucey Santos de Santana  (Itapecuru Mirim);
2º Secretário – Adelson de Sousa Lopes (São Luis);
Tesoureiro - Carlos César Silva Brito  (Matinha);

Conselho Fiscal

Efetivos  -  Alvaro Urubatan Melo (Sâo Bento), Ceres Costa Fernandes  (São Luis), Dilercy Aragão Adler (São Luis);
Suplentes - João Melo Bentivi  (Pedreiras), Roque Pires Macatrão  (Brejo),
Nicodemos Bezerra  (Miranda).

   Academias Afiliadas
1 – Academia Maranhense de Letras - AML;
2 – Academia Imperatrizense de Letras;
3 – Academia Arariense/Vitoriense de Letras;
4 – Academia Barra-Cordense  de Letras - ABCL;
5 – Academia Barreirinhense de Letras;
6 – Academia Brejense de Letras - ABL;
7 – Academia Caxiense de Letras - ACL;
8 – Academia Grajauense de Letras;
9 – Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências - APLAC;
10 – Academia Sambentuense de Letras;
11 – Academia Vianense de Letras - AVL;
12 – Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes - AICLA;
13 – Academia de Letras de  Pastos Bons;
14 – Academia Maçônica Maranhense de Letras;
15 – Academia Zedoquense de Letras - AZL;
16 – Academia  Anajatubense de Letras, Ciências e Artes;
17 – Academia Matinhense de Ciências, Letras e Artes - AMCAL;
18 – Academia Ludovicense de Letras - AVL;
19 – Academia Bacabalense e Letras;
20 – Academia Atheniense de Letras e Artes;
21 -  Academia Icatuense de Letras, Ciências e Artes;  
22 – Academia Luminense de Letras (Paço do Lumiar);
23 - Academia Bernardense de Letras - ABELA;
24 – Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense;
25 – Academia Esperantinopense de Letras;
26 – Academia Arariense de Letras Artes e Ciências;
27 – Academia João Lisboensense de Letras;
28 - Academia Pedreirenses  de Letras - APL.

Obs: Outras instituições afiliadas estão em fase de reestruturação, no caso: Santa Inês, Chapadinha e São José de Ribamar.
 








*Jucey Santos de Santana, escritora, presidente da Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes, Secretária da FALMA e membro da Academia Ludovicense de Letras.  



terça-feira, 27 de novembro de 2018

PÚCARO LITERÁRIO II



     

Itapecuru Mirim, uma cidade de brava corrente histórico-cultural por entre pedras e pessoas
Wybson Carvalho

 Esta obra, escrita por múltiplas mãos, se refere à cidade de Itapecuru, e, ainda, da consequente tomada de consciência: necessidade da promoção e disseminação desse patrimônio urbano nos cenários histórico-culturais: estadual e nacional, em face ser o berço de inúmeros filhos ilustres, que, também, merecem a consideração, de,  igualmente,  patrimônios-humanos,  pela função que  desempenham ao longo de suas histórias cidadãs.
 
Uma promoção tendente a atrair mais amor dos seus munícipes por ela, e interessadas, assim, pela cultura e importância histórica insuspeitada, para muitos, deste cenário urbano banhado pelo Rio Itapecuru, sim, com o mesmo nome; o quê, sem sombra de duvidas ratifica, que a sua grandiosa e brava correnteza de águas por entre as pedras seculares de cunho cultural e natural, serve de habitat humano-social em simbiose à construção histórica da diversidade às linguagens artísticas criadas pelos seus filhos ilustres e ofertadas em comunhão aos seus admiradores. Por isso, o livro foi lavrado à obediência de vários pensamentos e gêneros literários.

O Púcaro II salienta, sobretudo, a promover, porém, em bases literárias, utilizando para tanto os conhecimentos que deixam entrever, claramente, a verdadeira dimensão, o papel, a importância e o valor do ponto de vista da realidade histórica do que é hoje uma bela cidade de Itapecuru, e, que, ainda, deve ser referenciada em todos os alusivos comentários acerca dos filhos desse torrão que teima e cultuar, literariamente, sua história cultural.


Wybson Carvalho, poeta, membro da Academia Caxiense de Letras – ACL.





segunda-feira, 5 de novembro de 2018

MARIANA LUZ, MUSA DA I FLIM



    

José Neres

            Nos últimos anos, tem sido comum o aparecimento de diversas agremiações culturais dedicadas ao cultivo das letras, da cultura e das artes em geral nos municípios de grande parte do Brasil. Há quem veja esse fenômeno com ar de desconfiança, acreditando que proliferação de academias interioranas demonstra o depauperamento da própria cultura com o constante massagear de egos de pessoas com produção intelectual praticamente desconhecida. Penso de forma diferente. 

            Acredito que o surgimento de instituições voltadas para a divulgação e conservação dos valores culturais de determinado município ou região seja algo salutar e que precisa ser estimulado, pois, quanto mais pessoas envolvidas com as artes e com as ciências em geral, melhor. Melhor para a comunidade, melhor para o presente, que passa a ser visto de modo mais crítico; melhor para o passado, que pode ser revisitado e revisto de forma mais detalhada; melhor também para as gerações futuras, que poderão conhecer e cultuar os valores de sua própria região.

            E foi uma dessas jovens academias que, na segunda metade deste décimo mês de 2018, mostrou que, com um pouco de esforço coletivo e com muita força de vontade, é possível disseminar leitura, artes e cultura para o povo em geral. Trata-se da AICLA – Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes, que realizou nos dias 19, 20 e 21 de outubro do corrente ano a I FLIM – Primeira Festa Literária de Itapecuru Mirim, tendo como tema geral o incentivo à leitura e preservação da memória.

            Durante três dias, a comunidade itapecuruense pôde aproveitar a presença de diversos nomes voltados para a cultura maranhense, dialogar com pessoas ilustres que contribuem para o desenvolvimento artístico e intelectual da região, acompanhar exposições, lançamentos de livros, assistir a palestras e discutir acerca de temas que variaram entre a poesia contemporânea e a preservação do meio ambiente. Mas no meio de toda essa movimentação cultural, um nome se destacava: Mariana Luz.

            Mariana Luz (1871-1960), filha de Itapecuru Mirim e uma das mais importantes escritoras do Maranhão, foi a homenageada principal dessa Festa Literária. Professora, poetisa, teatróloga, e fundadora da Cadeira 32, da Academia Maranhense de Letras, a escritora deixou seu nome eternizado nas letras de sua terra por causa de seu talento no trato com as palavras e pelo seu livro de poemas intitulado “Murmúrios”. Escritora talentosa que oscilava entre os temas ultrarromânticos, a forma parnasiana e as imagens simbolistas, Mariana Luz trazia em seus textos uma constante ênfase em temáticas como dor e morte, mas também escrevia sobre outros temas.

            Mesmo sem inovação na linguagem ou na técnica de escrita, os poemas de Mariana Luz encantam os leitores por sua forte carga de tensão humana entre os elementos que remetem à essência humana. O Bem e o Mal, o certo e o errado, as contradições inerentes ao Ser e as angústias que atormentam os indivíduos em todos os lugares e em todas as épocas sobrenadam nos versos da escritora itapecuruense, mas esses sentimentos e essas dúvidas não são tratados com pieguice ou com laivos de egocentrismos banal. Todos esses temas são trabalhados poeticamente com o olhar voltado para o universal, que une pessoas tão diferentes em situações aparentemente díspares, mas que são comuns a todos. Ou seja, ao ler a obra de Mariana Luz com atenção todas às pessoas tornam-se um pouco mais humanas e podem passar a compreender o Outro em uma atitude empática patrocinada por versos que mais mostram que escondem o cerne de um lado nosso que talvez seja desconhecido até para nós mesmos. Suas obras merecem ser lidas com atenção e cuidado, com cada página sendo saboreada com equilíbrio entre a emoção emanada pela beleza dos versos e atenção necessária para atingir a compreensão dos meandros de suas imagens poéticas e de suas sutis intervenções nos âmbitos das críticas sociais.

            A escolha do nome de Mariana Luz para patronear a I FLIM foi algo bastante acertado. Trata-se de um nome que merece ser divulgado e que tem muito a ensinar em suas obras, tanto em prosa quanto em verso e sobre quem ainda há pouquíssimos estudos e muito ainda a ser pesquisado. Recentemente, sua vida e sua obra têm sido revisitadas em trabalhos como os de Jucey Santana e de alguns estudantes de graduação e pós-graduação que escolheram a intelectual itapecuruense como fonte de estudo para seus trabalhos acadêmicos, o que é um bom começo e que pode render bons frutos em um futuro próximo.

            É necessário que haja um processo constante e progressivo de democratização do acesso a todas as manifestações artísticas, com a finalidade de retirar de cena a ideia de que só quem consome arte são as classes mais privilegiadas, tanto do ponto de vista econômico quanto do intelectual. De alguma forma, todos os seres humanos são capazes de apreciar obras de arte em seus diversos matizes e de sentirem prazer em conviver com as belezas produzidas por outros seres humanos. O surgimento de academias atuantes como a AICLA é muito importante para que nomes considerados locais – como o de Mariana Luz – possam ser estudados, divulgados e apresentados às novas gerações.
 







 Professor e Membro da Academia Maranhense de Letras -AML