Maria Sampaio morre aos 76 anos
Maria das Mercedes
Sampaio de Menezes, nasceu em
Itapecuru-Mirim (MA), em 12 de
janeiro de 1945. Filha de José
Amaro Sampaio, lavrador e Raimunda Rita
de Oliveira Sampaio, cozinheira,
conhecida como, “Mãos de Fada”. Cursou até a quarta
série do antigo primário. Era a 8• entre 9 irmãos.
Católica fervorosa,
integrante Legião de Maria, da Paróquia da sua cidade, tinha
por devoção a padroeira, Nossa Senhora das Dores e São Benedito.
Defensora fervorosa da família, do meio ambiente e da sua querida cidade Itapecuru Mirim, a
quem dedicou lindos poemas, era solidária com o próximo
principalmento os menos favorecidos da sociedade, e sempre ostentava um sorriso
nos lábios que transmitia sua alegria
contagiante e palavras de motivação aos
familiares e amigos.
Nas “Sextas Culturais”,
era presença certa na Praça Gomes de Sousa, cantando e motivando os jovens
itapecuruenses. Tinha um coração enorme que cabia todos. Gostava de homenagear seus
amigos com pequenas “quadras” de
improviso. A sua casa era considerada uma casa de Acolhimento,
recebendo todos que a procurava e sempre encontravam guarida,
tendo na pessoa de Maria Sampaio o
“Centro da Gravidade”. Na família era o ponto inicial e final de todos os
acontecimentos.
Casou-se muito jovem, com o carpinteiro João
da Conceição de Menezes. Do
consórcio matrimonial foi gerada uma
grande prole, constituída de 10 filhos,
23 netos e 7 bisnetos.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Desde muito cedo começou
trabalhar para ajudar no custeio da família. Como funcionária pública, trabalhou como cozinheira no Hospital Regional Adélia Matos Fonseca,
na Casa da Cultura
Professor João Silveira, fez parte do projeto de promoção aos idosos. Também recebia encomendas para
preparação de refeições para recepções oficiais e aniversarios, legado que
deixou as filhas.
A sua última
apresentação pública, a pedido da amiga e confreira Jucey Santana, foi por
ocasião da inauguração da Praça Negro Cosme, em setembro de 2020. Ela achava
que não daria conta por se encontrar já cansada
e indisposta. Porém compôs uma linda música, sobre o Negro Coste e protagonizou
um grande show performático, de grande magnitude, deixando todos os presentes surpresos com a
sua criatividade, fazendo sua voz, ecoar
em toda a Beira Rio, como um sonoro lamento de despedida. Porém seu legado será
imorredouro entre todos que a amaram e
admiraram.
TRAJETÓRIA LITERÁRIA E FOLCLÓRICA
Maria Sampaio, poeta,
folclorista, cantora, repentista com uma verve que tem como inspiração versos
populares meio cordelistas, que saem de improviso, tem como tradição a
oralidade que registram história da sua cidade e homenagens a personalidades
ilustres com relevantes trabalhos em prol da coletividade, e nossas
curiosidades locais, ganhou
um registro fonográfico de algumas de suas músicas
feito por Júnior
Lopes (poeta, músico, membro da
AICLA).
Foi responsável pela
tradicional festa do Tambor de Crioula da Rua João Buzar, mantendo viva a tradição,por quase 60
anos e com seu espírito alegre e festeiro
ainda organizou diversas danças populares como a Quadrilha,
Dança Cigana, Dança do Coco, Dança da Peneira entre outras. Compôs inumeras músicas para seus santos de
devoção e outras voltadas para
homenagens a amigos e autoridades e principalmente sobre sua amada Itapecuru Mirim e como amante
da preservação Ambiental, deixou registrados
musicas com apelo a preservação do meio ambiente com notadamente a
preservação do Rio Itapecuru.
Seus
versos foram registrados na antologia Inspirações
Poéticas, organizada por Assenção Pessoas e Jucey Santana (2016), Púcaro Literário I (2017), Púcaro
Literário II (2018), Púcaro Literário
III – Protagonismo Feminino (2021), organizados por Jucey Santana
e João Carlos Pimentel
Cantanhede, O Iguaraense, 175 anos de Vargem Grande (2020), organizado por
Jucey Santana. Também está presente na obra de Jucey Santana, "Itapecuruenses Notáveis" (2016).
Membro
efetivo fundador da Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes – AICLA, fundada em 07 de dezembro de 2011,
tendo por patrono Orlando Mota.
Faleceu em 30 de setembro de 2021 São Luís, Maranhão, aos 76 anos.
Mariana
Luz (música)
Autora:
Maria Sampaio
A noite está
escura,
Não tem, não tem
luar.
Agora chama
Mariana,
Traz a luz, vem
clarear.
Tu és estrela no
firmamento,
Vou contemplando o
céu azul,
Abraça Mariana
Luz,
Toda Itapecuru. (Bis).
O dia é todo seu,
Vamos juntos
comemorar,
Recordamos tua
história
E nós queremos
guardar.
Nós te chamamos
Mariana,
Com o brilho do
seu olhar,
A tua história é
um orgulho,
Para quem sabe
contar.
Luz dos teus
olhos,
O brilho do seu
olhar,
Chama Mariana,
Traz a luz, vem
clarear.
Caminho de pedras
miúdas,
História que
alguém contou
E hoje estamos
cantando,
Que Mariana Luz
deixou.