Minha homenagem a Odarci
*Odarci Mesquita
Todas as grandes construções são iniciadas com partículas de várias matérias que promovem a base e o equilíbrio do futuro grandioso prédio que além de útil, embeleza a paisagem. Assim estou comparando a este, primeiro projeto literário da Academia de Letras de Vargem Grande.
A reunião de textos de 43 coautores, formando uma cadeia de pensamentos e temas expressados nas diversas formas literárias, como, poesias, contos, narrativas, pesquisas, crônicas e outras formas de declaração de amor pela terra que nasceu, ou seja descendente, ou tenha fortes vínculos de amor com o nosso rincão iguaraense, quer seja na área profissional, cultural ou no espiritual a exemplo dos milhares de devotos a São Raimundo de Mulundus, o nosso santo vaqueiro, que nos une cada vez mais.
Com a fundação da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes, em 2019, o que se vê é o desabrochar da cultura literária que estava guardada em muitos dos seus membros e agora começa a mostrar seus talentos neste que é o primeiro projeto coletivo da instituição. O Iguaraense, é sem dúvida uma partícula base para muitos outros trabalhos que surgirão de resgate a nossa memória histórica, estimulando o exercício de escrever, ler, estudar e divulgar nossas realidades de ontem e hoje da região que formava antiga Freguesia de Nossa Senhora das Dores do Iguará, hoje desmembrada em vários municípios.
Temos certeza que cada leitor do livro, se identificará com algum coautor, com pensamentos, descobertas, resgates e curiosidades sobre de nossa região de riquíssima memória histórica. Será também divulgador desse projeto literário para outras regiões ou além fronteiras.
Entre os 43 coautores poderemos encontrar 21 escritores da região iguaraense, 12 da vizinha Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes e os demais coautores de outras cidades ou instituições literárias que aproveitaram o espaço para fazer homenagens as suas origens. Afinal, cada um de nós tem histórias para contar e algumas precisam ser contadas ao mundo, então é oportuno lembrar que somos convidados a manter vivo essa chama cultural que a AVLA trouxe para a região do Iguará, para a continuação de “O Iguaraense”, o alicerce está construído.
À Escritora Jucey Santana, presidente da AVLA – Academia Vargem- grandense de Letras e Artes, idealizadora e coordenadora desse projeto, o nosso reconhecimento e especial agradecimento para essa realização.
“Se queres ser universal, cultiva a tua ideia”. Tolstoi – Filosofo Russo.
Prefácio do livro “O Iguaraense, 175 anos de Vargem Grande” (2020 ), organizado por Jucey Santana
VIXE...
Odarci Mesquita
Vixe...
Quanto espaço no coração
Para deixar bem acomodado
O morro da igreja de São Sebastião.
Cheio de palmeiras de carnaúba,
Compondo paisagem muito própria e comum do meu torrão
A celebração no mês de janeiro,
Da novena do padroeiro
Com alvorada animada pelo
Jazz Santa Cecília
Orquestra formada por músicos da terra,
conterrâneos queridos, amirados por todos
À tardinha estavam novamente,
No largo da Igreja
Promovendo a alegria e
animação,
Aos devotos de São Sebastião
Das noites de lua
Subindo o morro da igreja
De mãos dadas com meus pais
Mãos firmes, fortes e protetoras
E assim íamos transpondo as dificuldades,
Do terreno cheio de
pedras e piçarras,
“Ora pronobis”.
Eventos religiosos com,
Hinos cantados por Dona Nadir Figueiredo
Acompanhada pelo som da Rebeca tocada pelo Músico “seu Coelho”
E no violino o maestro “seu João Câncio”Os avisos importantes publicados,
Através da Voz Iguará, comandada
Pela potente voz, respeitada e conhecida,
à seis da tarde, hora sagrada,
Todos paravam para rezar e ouvir "Ave Maria".
Vixe...
Se mexer ... e sacudir...
Mais um pouco...
O coração transbordará
E sairá mais e mais lembranças Vixe...Obrigada a você
Que já sabe que essas
Lembranças são da meu
Torrão ... Vargem Grande Maranhão
Minha querida cidade berço
Que me proporcionou
Uma infância muito feliz!.
*Odarci Mesquita de Sousa, poeta, cronista e pesquisadora, nasceu em Vargem Grande (MA). Em 21 de abril de 1946. Filha Francisco Alvino de Mesquita e Esperança Gonçalves de Mesquita.
Graduada em Comunicação Social, tendo sida aluna da primeira turma do curso, implantado na UFMA em 1970. Comemorou festivamente os 50 anos do curso com os seus colegas, em 2020. Sempre atuou na área de Comunicação Social.
Como escritora, publicou um livro memorialista, “Arquivo de Lembranças” em 2015, que relatas suas memoria em sua cidade natal – Vargem Grande e participou como coautora das obras: “O Iguaraense, 175 anos de Vargem Grande” (2020), organizado por Jucey Santana e “Púcaro III – Protagonismo Feminino” (2021) organizado por Jucey Santana e João Carlos Pimentel Cantanhede. Era sócia da Associação Maranhense de Escritores Independentes, (AMEI) e membro fundador da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes,(AVLA) ocupante da cadeira nº 24 patroneada por nº Sebastião Cardoso Martins, Seu Batim.
Faleceu em São Luis em 21 de junho de 2022, aos 76 anos de idade.