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sábado, 27 de junho de 2015

TRIBUTO AO POVOADO TINGIDOR

           
            Por: Tiago Ferreira Oliveira
As terras que compõem atualmente o Povoado Tingidor pertenciam às Sesmarias de São Benedito e Contendas, que rementem ao período Colonial do Brasil e foram deixadas pelo seu senhor aos escravos e moradores da região. Um desses moradores (herdeiro) que foi possível catalogar o seu nome é o Sr. Luís Paulo, que teria chegado à região do lugarejo lá pelo fim do século XIX. As terras da comunidade pertencem atualmente ao Sr. Luís Cecílio de Paulo Carvalho, que é filho do Sr. Luís de Pulo, sendo que o primeiro afirma ter nascido na comunidade e ter mais de oitenta (80) anos de idade.
Além, disso existem mais de cento e setenta (170) famílias, totalizando quase mil (1.000) moradores residindo em uma área aproximada de trezentos (300) hectares, que está localizada a aproximadamente quarenta e dois (42 km) quilômetros da sede do Município.
Porém, há fortes indícios que esta localidade era rota de passagem e de descanso de viajantes entre a Vila da Manga (atual Nina Rodrigues) e a Vila do Itapecuru-Mirim, sendo que os viajantes pegavam os vapores ou gaiolas ou pequenas canoas, no Povoado Gaiola Grande. O Historiador Cezar Marques cita em seu Livro intitulado: Dicionário Histórico e Geográfico da Província do Maranhão a existência do Povoado Gaiola e menciona que o mesmo foi palco de batalhas durante o período da Balaiada em 1840, fazendo do Povoado Tingidor rota de fuga ou de esconderijo dos rebeldes da época.
A origem do nome Tingidor é um pouco confusa e feita por deduções e historias ventiladas pelos moradores ao longo dos anos. Contudo, a teoria mais aceita seria esta: até o início da década de setenta (70) do século XX os moradores do interior do Maranhão por falta de hospitais e médicos tratavam dos seus doentes, com a medicina tradicional e era bastante comum quando um morador adoecia e ficava por vários dias doentes, os seus familiares e os vizinhos começavam a preparar o seu velório e a guardar (vela-lo ainda vivo) o doente, já que supostamente, quando se tratava dos moradores mais velhos, os mesmo conheciam o dia, de sua morte. Neste momento, moradores das localidades vizinhas ao povoado em tela e do próprio local se serviam das seguintes plantas: Paruru (a casca), Goiaba-Araça, Murici de Capote, Angelim e Jenipapo, que eram socadas dentro de um pilão adicionando água durante a socagem. O sumo (liquido) deste processo era colocado em vasilhas onde as roupas ficavam mergulhadas por vinte e quatro horas, após todo este processo no dia seguinte as roupas eram sujas com uma lama, que existia próximo ao um poço dentro do Satuba (áreas alagadas cheias de juçaras e buritis), que cerca o povoado. Todo este processo tinha a finalidade de deixar as roupas pintadas da cor preta, que eram tradicionalmente utilizadas nos atos fúnebres. Fazendo, desta a teoria mais aceita pelos moradores da localidade.
Aspectos Gerais:
1.                 A representação da comunidade é feita por meio de três associações locais, que são, a saber: Clube de Mães, Associação de Moradores e a Associação dos Produtores Rurais;
2.                 A geração de renda local é feita a partir do trabalho rural, por meio de roças tradicionais, aposentados, Bolsa Família, extrativismo do babaçu, juçara, buriti, caça e pesca;
3.                  Á comunidade é predominantemente cristã dividindo-se entre católicos e protestantes. Contudo, como de costume as religiões africanas coexistem em harmonia;
4.                 As moradias melhoraram substancialmente, já sendo grande o número de residências de alvenaria, mas ainda é possível observar casas de taipa cobertas de telha ou apenas taipa e palmeira de babaçu;
5.                 A comunidade possui dois (02) prédios escolares, que atende os moradores de toda a região, formando o alunado da educação infantil até a de nível médio;
6.                 O atendimento médico é feito por meio do Programa Saúde da Família e as consultas são realizadas no Posto de Saúde local, de maneira semanal;
7.                 A preservação ambiental não é feita a contento, primeiro pela falta de informação local, segundo pela falta de programas locais de coleta e beneficiamento dos resíduos residências;
8.                 As manifestações culturais são: Dança da Peneira, Dança do Coco, Bumba Boi, Tambor de Crioula (homenagem a São Benedito da Casa do Formo de Santa Rita-MA), Festejo Local com utilização de Radiolas de Reggae, Missas Católicas, Cultos Religiosos, Jogos de Futebol etc. 

REFERÊNCIAS
Jucey Santana;
Professora da Comunidade, Gracinha;
Monitora do Programa Mais Educação, Gilnália;

Luís Cecílio de Paulo Carvalho, proprietários.










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