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domingo, 6 de setembro de 2015

OS FENÔMENOS QUE A HISTÓRIA REPETE


Por: Mauro Rego
                        A nação brasileira está sendo olhada pela comunidade internacional com certo espanto, eis que dia a dia fica evidente que os verdadeiros mandantes desta terra de Santa Cruz são os rotulados pela corrupção, pelo enriquecimento ilícito, pelo descaso para com a dignidade do povo. Estes, dotados de um poder de persuasão alicerçado na pobreza, na desinformação e na educação precária que vitimou a maioria do povo, valem-se de suas próprias maldades para continuar no Poder.
            É dramática a situação da maioria dos municípios de pequeno porte, cujos recursos são, na quase totalidade, oriundos do Fundo de Participação. É interessante se observar o montante desses recursos. O que muitos não sabem é que cerca de 50% ou mais desse dinheiro ficam bloqueados parta pagamento de dívidas com o INSS e o FGTS, acumuladas pela má gestão de administrações anteriores que irresponsavelmente deixaram de pagar essas obrigações sociais. A combalida Previdência Social brasileira, cujo déficit já é difícil controlar, procura reaver esses valores devidamente corrigidos, o que compromete parte considerável dessas receitas.
            Mas muitos desses políticos que levaram os municípios a essa situação de quase mendicância, satisfeitos com as dificuldades por que passam administradores bem intencionados, continuam minando a consciência coletiva como se fossem os salvadores da pátria, acusando-os de inoperantes perante os pobres que não têm consciência de que as dificuldades de agora são consequência das más administrações antecedentes.
            As promessas de compensações financeiras para aqueles que, com uma certa liderança continuam “donos” do voto popular, continuam criando e fazendo renascer mitos milenares que surgem em razão da revolta popular e como forma de protesto. Na Idade Antiga, um cavalo foi eleito senador. Na história de nossa República, o hipopótamo Cacareco, da cidade do Recife, mereceu significativa votação para vereador. É esse mesmo fenômeno que fez do cacique Juruna Deputado Federal e que repete a história com a eleição do Severino para a Presidência da Câmara, ambos eleitos pelo voto de protesto, mostrando a sociedade que só o “incrível” pode demonstrar a insatisfação diante daquilo cuja mudança é difícil.
            Quantos outros severinos sorriem de suas vitórias, conseguidas em situação as mais esdrúxulas, mas que constituem motivo de euforia para uma população desesperançada. Desinformada e carente, dopada pela verbosidade criminosa daqueles que se beneficiam da miséria e da necessidade do povo.

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