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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

POLUIÇÃO NO RIO ITAPECURU

Por Tiago Oliveira
O nosso belo rio já se mostra cansado com mais de trezentos (300) anos de exploração pelo “homem branco”, e o grande problema é que desde o final do século XIX até os dias atuais, as agressões só aumentaram fruto do aumento populacional e de um progresso carregado de produtos químicos e crescimento desordenado da população, consequentemente as cidades e o consumo de seus recursos naturais aumentaram. Com uma população maior a carência por alimento também cresce e tanto os peixes retirados do rio como os alimentos produzidos nas suas margens, e de seus afluentes além da retirada de água para consumo doméstico e industrial, sem contar que as construções irregulares também aumentaram assombrosamente. Todos estes fatores contribuíram para a situação de descaso que o outrora “Jardim do Maranhão” se encontra, atrelado à falta de planejamentos.
Por exemplo, fico pensando quando tempo vai levar até que a população se sinta incomodada ao dar uma descarga que consome em média oito (08) litros de água, para eliminar em média cem (100 ml) de urina é no mínimo imoral tal atitude, ou mesmo ter o trabalho de fechar a torneira enquanto, passa o sabão nas vasilhas antes de ser enxaguado, molhar ruas, lavar calçadas ou simplesmente o fato de tratar o rio como depósito de lixo, sem imaginar que o problema é de todos.
Grandes projetos do Maranhão como Alumar, Ambev, Coca-Cola, Psiu e é claro 75% da população da Capital São Luís já que os Rios Bacanga, Anil, Cachorros dentre outros já se encontram totalmente poluídos e suas águas não servem mais para o consumo humano sem dispor de grande recurso para o tratamento destas, além dos mais de 50 municípios dependem diretamente das águas do Itapecuru, que são captadas pela CAEMA (Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão). Por exemplo, para ser produzido dois litros de referente consomem-se em média duzentos litros de água potável; é necessário citar o gigantesco Projeto da Refinaria Premium I, da Petrobras, que está temporariamente paralisado; mas que foi projetado para funcionar com recursos hídricos do Itapecuru e infelizmente deixou um legado, apenas de agressão ao meio ambiente.
Imagem do site www.google.com.br/mapas, que mostra da direita para a esquerda, a BR 135 e a sede do Município de Bacabeira, depois a grande área da Refinaria Premium I, da Petrobras e a sua proximidade com Rio Itapecuru, que vem em seguida. VEJA O LEGADO ABAIXO, REGISTRADO NESTA MATÉRIA:

A desistência da Petrobras de construir a maior refinaria do País não trouxe só prejuízo social e financeiro, como deixou um extenso dano ambiental e preocupação ao Município de Bacabeira (61 km de São Luís) e Rosário (69 km de São Luís), no Maranhão. 

Uma área equivalente a 250 campos de futebol foi recebida pela empresa e preparada para receber a refinaria Premium I. Mas, após tirar moradores, destruir a vegetação e a área virar um “deserto”, o local será devolvido ao Governo do Estado. Segundo números oficiais, desde 2008 a Petrobras investiu R$ 1,82 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhões valores atualizados). No período, apenas a preparação do terreno foi feita. Foi justamente a terraplanagem que tornaram a área hoje imprestável para a agricultura. “Para estabilizar o solo, eles colocaram muito calcário na terra, e ele corre para os riachos. Tiraram também a vegetação nativa, hoje só tem capim numa área imensa. Todos os animais que estavam nessa área fugiram ou morreram. Os igarapés estão aterrados, os peixes morreram”, disse o presidente do Comitê de Meio Ambiente de Rosário, Joaquim Francisco de Sousa. Para construir a refinaria, a Petrobras precisou retirar famílias que viviam na região, e a terraplanagem destruiu grande parte da vegetação. O aterramento também causou danos aos riachos da região. É em Rosário que os danos ambientais mais graves podem ser vistos. No município, cerca de 100 famílias foram retiradas para as obras. Quem era agricultor na região foi morar em duas agrovilas, que –segundo os moradores– não possuem estrutura adequada. “Tiraram três povoados instalados em uma área boa, cheia de igarapés, córregos. Agora, a região sofre não somente com a erosão, como a área virou um deserto. A tendência é virar área de desertificação e ficar só com um capim rasteiro”, disse Sousa. http://santaritaemdebatema.blogspot.com.br
No que se refere à água o Maranhão é detentor do maior número de rios perenes do Nordeste, e consequentemente de água potável; sobre este aspecto as informações que seguem servem como parâmetro sobre a Companhia responsável por gerir os recursos hídricos do Estado. O Decreto Nº 2.653, datado de 6 de junho de 1966 cria a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA), sendo instituida em 29 de julho de 1966. A mesma tem a função de gerir a politica de saneamento básico do Estado do Maranhão, além de planejar, coordenar, implantar, ampliar, construir e explorar serviços de abastecimento de água e de esgoto. Composta atualmente por 1.638 empregados, distribuidos entre as Gerências de Chapadinha, Pinheiro, Pedreiras, São João dos Patos, Santa Inês, Itapecuru, Presidente Dutra e Imperatriz. A Companhia atende atualmente 156 municipios com água tratada. Porém, no tange água tratada segundo dados da empresa, hoje, 74% da população do Maranhão recebe água tratada em suas residências e 19,7% dispõe de rede coletora de esgotos sanitários. Em São Luís, a CAEMA abastece 931.191 habitantes, num percentual de 91%. Em relação à coleta de esgotos, são beneficiados 387.000 pessoas, representando 38,6% da população da capital.
GRIFO NOSSO – Este órgão na realidade só segue uma linha explorar à água sem planejamento, para ser comercializada, pois parece não haver visão de futuro, nem ao menos campanhas educativas, atrelado a tudo isso os tópicos que seguem elencam os principais tipos de agressão ao rio. Como exemplo, temos a criação de novos bairros que não são planejados fazendo com que as ligações clandestinas só aumentem o desperdício de água tratada.
Lixo Industrial
A cidade de Itapecuru-Mirim, juntamente com Rosário soma juntas um dos maiores polos ceramistas do Estado, levando em consideração apenas a geração de renda isso é um ponto positivo, entretanto, imensas crateras são formadas para a retirada do barro, além é claro do grande número de árvores que são cortadas para a exploração da lenha, que será queimada durante a produção de telhas, tijolos, potes, jarros, panelas etc. Estas empresas dificilmente compram madeira legalizada salvo alguns casos, pois na zona rural muitos agricultores derrubam e queimam áreas maiores, do que conseguirão beneficiar com o intuito de vender à lenha para as cerâmicas, com isso grandes áreas são queimadas já que a nossa agricultura é demasiadamente arcaica, e o pior é que essas áreas estão quase, que sempre próximas a córregos, igarapés e do Itapecuru. Em Itapecuru-Mirim, o Igarapé do Covas é um exemplo desses, pois recebe muitos dejetos que são despejados em seu leito provenientes dessas empresas, e tais dejetos deixaram suas águas, barrentas e muito acidas; além disso próximo a este igarapé até a construção deste texto funciona o lixão da cidade de Itapecuru Mirim, daqueles a céu aberto onde todo o tipo de lixo é jogado, em uma imensa cratera proveniente da extração de barro para cerâmicas, que consequentemente está ligada a um pequeno córrego, que está ligado ao Covas, que está ligado ao Igarapé do Itapecuruzinho, que deságua no rio, ou seja, mais um dos tantos ciclos danosos ao rio. Tão preocupante como os problemas já citados temos em Itapecuru Mirim o maior cemitério da Cidade, localizado próximo ao Igarapé do Luís Antônio, onde provavelmente todo o chorume chega facilmente ao leito do mesmo e consequentemente ao nosso rio.
Igarapé Luís Antônio em Itapecuru-Mirim, o mesmo encontra-se quase que todo poluído e assoreado. Dezembro de 2013. Foto: Profº. Esp. Tiago de Oliveira.


Postos de Lavagens de Veículos
Todos os municípios possuem grande número de postos de lavagens de motos e carros, que funcionam na sua grande maioria de maneira clandestina, quando existe alguma legalidade isto se refere à apenas ao critério do alvará de funcionamento das prefeituras, no que tange a utilização da água, tratamento e origem da mesma, localização dos postos, parece que nada disso importa para as prefeituras, já que as secretarias de meio ambiente estão quase que sempre, excluindo alguns raríssimos casos atreladas às de agricultura, além de não possuir corpo técnico capacitado, equipamentos de logística, por isso e outros motivos as leis existentes não são cumpridas e as que dependem de regulamentação própria não são criadas. Na cidade de Itapecuru-Mirim existe algo em torno de vinte postos os conhecidos

“Lava-jatos”, que estão sempre localizados ao lado de igarapés ou próximos do rio Itapecuru, por isso todo o material oriundo das lavagens chega com facilidade ao leito do rio, praticamente todos possuem poços artesianos, que também são perfurados a revelia das normas de segurança ambiental fazendo com os lençóis freáticos sejam atingidos com os mesmos resíduos, que o rio. Especulando em nível estadual apenas a Bacia do Itapecuru, que conta com cerca de cinquenta e dois (52) teríamos mais de mil (1.000) estabelecimentos, deste tipo jogando seus dejetos no rio.
Posto de lavagem de motos às margens do Igarapé do Pau de Arara um dos maiores afluentes, do Itacuru dentro do perímetro urbano da cidade. Foto: Profº. Esp. Tiago de Oliveira. 2015.

Esgotos Residenciais e Resíduos Sólidos
A tabela da Agência Nacional de Águas (ANA) mostra como é tratado à problemática do esgoto no Maranhão, bom algum leitor pode até questionar, pois os dados apresentados são do ano 2.000, contudo, é público e notório que nestes quinze anos nada absolutamente nada de concreto foi feito para mudar esta realidade, só para ter como exemplo cidades como: Rosário, Santa Rita, Itapecuru-Mirim, Cantanhede, Pirapemas, Timbiras etc. não tratam um ml de seu esgoto residencial, o que existe nestas cidades são apenas valas, que maculam o problema e fazem com que o esgoto corra em direção ao rio discretamente, dando a ideia de que o problema não é de ninguém.

Tudo Azul no Planeta Itapecuru – Inaldo Lisboa, p. 191, 2005.
UMA LADAINHA PARA O RIO ITAPECURU
Mirador!
Rogai pelo rio.
Equiô! Equiô! Equiô!

Fortuna!
Rogai pelo rio.
Colinas!
Rogai pelo rio.
Caxias!
Rogai pelo rio.
Equiô! Equiô! Equiô!

Codó!
Rogai pelo rio.
Coroatá!
Rogai pelo rio.
Equiô! Equiô! Equiô!
Pirapemas!
Rogai pelo rio.

Catanhede!
Rogai pelo rio.
Itapecuru!
Rogai pelo rio.
Rosário!
Rogai pelo rio.
Equiô! Equiô! Equiô!

Salve, Oh! Nilo do Maranhão!
Nós bradamos.
Esperança nossa.
Agora, nessa hora.
Para sempre.
O rio, o rio, o Rio Itapecuru
Amém!
Outra face deste caos é a contaminação da água e dos alimentos que chagam à casa dos habitantes da bacia do Itapecuru, as crianças são naturalmente as vítimas mais vulneráveis, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), quarenta por cento das doenças infecto contagiosas do mundo são transmitidas por água contaminada, a mesma instituição afirma que para cada real investido em saneamento básico outros três são economizados no tratamento das mesmas doenças. Então porque não tratar à água? Neste caso o problema parece ser político, pois obras estruturais para saneamento básico requer planejamento e geralmente uma grande demanda de tempo para a sua conclusão, fazendo com alguns governos desistam do planejamento das mesmas e empurrem o problema para os futuros administradores. Por tudo isso, doenças como: Diarreia infecciosa, cólera, leptospirose, hepatite A, esquistossomose, dengue etc. ainda sejam constantes na vida de muitos brasileiros. Alguns hábitos aparentemente inofensivos ao bioma Itapecuru são praticados ainda com demasia em pleno século XXI, um desses é o habito que as comunidades ribeirinhas têm de lavar roupas, utensílios domésticos, carros, motos, bicicletas as margem do rio etc. Sem contar no pior de todos, que é o de transformar o Rio em depósito de animais mortos e quase todo tipo de resíduo domiciliar; fruto da falta de esclarecimento, e noção das consequências que virão.


Mulheres lavando roupa às margens do Rio, Povoado Boa Vista (Itapecuru-Mirim, agosto de 2012). Foto: Profº. Esp. Tiago de Oliveira.


No caso acima, a composição química dos produtos de limpeza, ao entrar em contato com a água quebra a película superficial da mesma e faz com que o oxigênio que estar dissolvido na água escape. Com pouco oxigênio os peixes, que precisam do mesmo para respirar tendem a ficarem mais ofegantes, atrapalhando o desenvolvimento e tornando-se assim presas fáceis aos seus predadores. Durante a lavagem muita matéria orgânica é jogada no ambiente aquático outro perigo é o aumento de algas que são prejudicais ao meio aquático em grandes quantidades por liberarem toxinas e se beneficiam do ambiente com muito material para decompor causando a eutrofização da água. Este último caso provavelmente é o responsável pelo sabor ruim dos poucos peixes que ainda são capturados no Itapecuru, na época da estiagem, os ribeirinhos já reclamam de tal fenômeno desde 2012, mais parece que só agora esta informação chegou às autoridades competentes.
Veja esta matéria publicada no blog: http://alvoradanoticias.blogspot.com.br. Acessado, em 17/07/2015.
Não é de hoje que o Rio Itapecuru vem sofrendo sérios danos ambientais em consequência da ação humana. A mais recente, é a suspeita de que produtos químicos estejam sendo lançados diretamente nas águas, e isso tem causado muitos prejuízos com a contaminação do liquido e até mesmo a mortandade dos peixes, fato que vem acontecendo com frequência nas comunidades Ribeirinhas de Santa Rita e Itapecuru-mirim. Por conta disso, autoridades Municipais dos dois municípios se reuniram na câmara municipal Itapecuru para buscar meios de se investigar de onde está partindo o problema considerado grave.
Participaram do encontro, o secretário Municipal de meio ambiente e agricultura de Santa Rita, Valter Carvalho, Francisco das chagas Amorim - secretário de meio ambiente e agricultura de Itapecuru, João Damásio Garcia – coordenador da pesca e vereador, Eliane Cardoso Santos – Vereadora, Gizelma da Costa Mesquita - coordenadora da vigilância sanitária, César Roberto Nascimento Guimarães -  engenheiro ambiental, Francisca Jaqueline – técnica química da CAEMA, Luzilene Pacheco – presidente da colônia de pescadores Z40, Edvaldo Pereira Lima – presidente da associação de moradores do Povoado leite, entre outros.
Durante a reunião foi escolhido uma comissão para se deslocar até a capital e assim procurar os órgãos competentes. Logo de imediato, foi definido o recolhimento da água e lama do rio para serem analisados nas universidades UEMA e UFMA em São Luis. Segundo o secretário, Valter carvalho, o assunto é sério mais do que se imagina e tem que se tomar medidas emergenciais. “Nas comunidades Ribeirinhas de Santa Rita os peixes estão morrendo, a água está causando irritação na pele de quem banha diretamente no rio, sem falar no risco ao tomar esse liquido contaminado. Então essa reunião foi muito proveitosa, de maneira que o primeiro passo foi dado”. Para o secretário Francisco das Chagas Amorim, a secretária municipal de meio ambiente do município de Itapecuru já tinha conhecimento do problema a três anos, com o agravamento do problema medidas serias terão que se tomadas[...] Agora é só esperar para ver no que vai dar, ou será apenas como tantos outros projetos e seminários que serão demonstrados no tópico “Salvem o Itapecuru”.

Aterros Urbanos
Desde os primórdios da colonização as populações ribeirinhas sentiram necessidade de construir pontes, ruas, aterros, estradas vicinais etc. Que por vezes mudavam o curso natural de córregos, igarapés e assoreavam a margem dos rios e infelizmente causaram o desaparecimento de lagos, lagoas e áreas que eram alagadas durante as cheias essas áreas contribuíram também para construção de moradias, agricultura e para favorecer o acesso terrestre entre as populações vizinhas. Veja estas imagens abaixo:













Expedição Estradas do Maranhão em, 1928 chefiada pelo então Presidente da Província do Maranhão Magalhães de Almeida. Página 36. Imagens Deputado Arthur Magalhães. As mesmas já trazem o panorama em foco, ou seja, a necessidade abrir estradas, construir pontes, interligar... – Alto Itapecuru.

Todos os biomas supracitados serviam tanto como deposito natural das águas da chuva, que escoriam naturalmente no seu último ciclo para os rios como o Itapecuru, como para a reprodução dos peixes e de toda a vida silvestre que depende direta ou indiretamente da boa oferta de água dessas regiões. No capítulo 

“O RIO ITAPECURU E A COLONIZAÇÃO DO MARANHÃO” será abordado os primórdios dessa agressão pela lavoura com a presença europeia no interior do Estado, que ocorreu inicialmente pelo bioma em tela, trazendo graves consequências ambientais, pois, o mesmo já sofre com a colonização predatória há mais de trezentos (300) anos.
Pois, todas as cidades ribeirinhas, ora ou outra, ao longo destes quase quatro (4) séculos de exploração agridem o Itapecuru, por conta principalmente de um crescimento desordenado, deixando toda a cadeia hídrica do rio a mercê da própria sorte.
As imagens abaixo mostram ora a beleza das áreas alagadas às margens da BR 222, na entrada da cidade de Itapecuru-Mirim (sentido São Luís – Itapecuru-Mirim) e o intenso aterro, que as mesmas sofrem pelas construções sem o mínimo de planejamento e controle ambiental. Estes aterros são constituídos principalmente de lixo doméstico, de construções e todo o resto, este material vai ao longo se decompor e toda a carga de poluentes aos poucos vai infiltrar e chegar aos lençóis freáticos e ao rio causando mais agressões ainda.


Foto: Prof. Esp. Tiago de Oliveira – Campos alagados e área já aterrada, em Itapecuru-Mirim, 2014.

Locais como os das fotos acima são comuns em toda extensão do rio e durante as cheias estes locais recebem garças, socós, frangos-d’água, marrecas, maçaricos, jaçanãs, várias espécies de peixes este espetáculo da vida está seriamente ameaçado de extinção. Não é possível deixar de citar a retirada de areia para a construção civil por meio de dragas instaladas à revelia da legislação ambiental e da retirada por meio de pás, que escavam a encosta das barreiras fazendo enormes buracos, que aos poucos vão sendo encobertos pelas barreiras que quebram, e assoreiam rio.
         Ainda sobre a ocupação desordenada, até meados dos anos 90 do século XX existia na localidade Areias, município de Santa Rita e na cidade de Itapecuru-Mirim um tipo de bar suspenso na margem do rio conhecido como flutuante; este jogava todos os seus dejetos no mesmo, atualmente na maioria das cidades ribeirinhas como Rosário, Cantanhede, Pirapemas, Coroatá, Colinas Itapecuru – Mirim etc. existe as chamadas Av. Beira Rio, que mais uma vez são cheias de bares, que só servem para poluir o já tão castigado rio.   Mais uma vez isto não é um problema novo, porém agora ocorre em grandes proporções. Veja:
Diário de S. Luiz – maranhão, 4 de dezembro de 1920. – GRAFIA DA ÉPOCA.
“OS ABUZOS NO INTERIOR”
            Picos (ATUAL COLINAS) – Caetano Sipauba, contra o disposto no código de posturas municipais, acaba de cercar o lugar denominado Jorge, inclusive parte da Praça Dias Carneiro, à margem direita do Rio Itapecurú, logradouro público, único, que ainda tínhamos para banhos, e onde as lavadeiras iam desempenhar o seu mister. No inicio da pratica dessa infração, a câmara reunida em sessão ordinária, chamou a atenção do Prefeito, pedindo providências, afim de cessar esse abuzo. O Prefeito continua indiferente. A matéria à cima demonstra que o sentido de propriedade particular do rio acontece, desde os tempos da colonização, chegou ao século XX e ainda perdura no XXI.
         Esta questão da ocupação irregular continua até os nossos dias e de maneira muito mais danosa, um exemplo bem claro é o que está acontecendo entre a sede do Município de Itapecuru e a Foz do Igarapé do Ipiranga, onde novos lotes estão sendo criados e vendidos para construção de sítios as margens do Itapecuru.

O texto faz parte do livro inédito “Caminhos do Itapecuru” de autoria do professor Tiago Oliveira

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