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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

AS REPÚBLICAS DE PASTOS BONS E SÃO BENTO



Por: Benedito Buzar

Domingo passado, o Brasil completou 126 anos de regime republicano. Como se sabe, a República chegou ao Maranhão de maneira insípida, inodora e incolor. No interior da Província, especialmente nos sertões, o novo regime republicano foi recebido com mais entusiasmo do que na capital, São Luis.

Em São Luís, a indiferença das lideranças políticas era tão acentuada, que o ato praticado pelo marechal Deodoro da Fonseca, no Rio de Janeiro, só chegou ao conhecimento da população três dias depois. A comunicação das autoridades republicanas foi endereçada ao comandante do Batalhão de Infantaria do Exército, que recebeu ordem para proclamá-la e empossar a Junta Provisória, presidida pelo coronel João Luis Tavares.

Antes, porém, que o novo regime se instalasse no país, em duas cidades do Maranhão – Pastos Bons e São Bento -, ocorreram movimentos voltados para a implantação da República na Província. Foram movimentos sem repercussão popular e chefiados por pessoas desprovidas de lideranças.

A de Pastos Bons, pipocou nos sertões maranhenses, após a adesão do Maranhão à independência do Brasil. O deputado Galeno Edgar Brandes, no livro “Barra do Corda na História do Maranhão” diz que :  “Em 1827, a vila foi sacudida por panfletos e pasquins atirados nas ruas, incentivando o povo para que ali se instalasse, após a derrubada da Monarquia, uma República independente, denominada República de Pastos Bons”.

Baseado no parlamentar, “Aquela República seria um estado dentro de uma Província, subordinada a um Império. Lideranças de todos os estados do Nordeste, restos da antiga Confederação do Equador, hipotecaram solidariedade ao movimento”. Os sediciosos, segundo Maria do Socorro Coelho Cabral, em “Caminhos do Gado”, chegaram a proclamar no dia de Páscoa, à porta da Matriz de Pastos Bons, o regime republicano. Mas o movimento não prosperou diante da reação das forças imperiais.

A de São Bento, em maio de 1848, passou para a História, com o nome de República de São Bento. O professor Mário Meireles, no livro “História do Maranhão”, revela que: “Em 1848, a notícia da queda de Luís Felipe, na França, e da consequente proclamação da Segunda República francesa, um advogado, na vila de São Bento, de nome até hoje ignorado, depois de fazer bater propaganda de suas ideias e das ocorrências na Europa, mandou afixar editais, nos quatro cantos da localidade, conclamando o povo a aderir ao propósito de idealismo republicano que o entusiasmava.”

Mas “O Juiz Municipal, Ricardo Ferreira Mendes, em face do bulício provocado na vila, mandou abrir inquérito rigoroso e nele mais nada se apurou que tudo não passava de uma bebedeira do oficial de justiça, por quem referido advogado mandara, a um amigo, resenha das notícias dos jornais da capital que acabara de receber”.


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