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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

ITAPECURU “Filhos e agregados”


Zezoca Fonseca

Senhores a minha terra
Produz para exaltar,
Filhos como ANOZILDA
E Benedito BUZAR.

O padre Albino Campos,
Que por nós foi pra JESUS.
Luiz Bandeira de Melo
Também, Mariana Luz.

Esquecer João Silveira,
Orlando Mota, não pude.
E sua filha TUDINHA
Ou só Maria Gertrudes.

OSANAN, Chico Nogueira,
E o tio MILITÃO
E a graça de tia Hilda,
Feliciano “BARÃO”.

Foram e serão ilustres
Pacatos e inocentes.
Quem esquece o PULUCA
E do titio Vicente.

Raimundo telegrafista,
O chefe lá dos correios.
Também de Raimundo VÉRAS
Entregando os EMEIOS.

Abdala majestoso
Prefeito e muito mais;
RAFIZA, João BUZAR,
Que aqui foram seus pais.

Lembram-se, de CILÓ Lago.
Candidato a prefeito
Que mesmo fazendo festas
Esqueceu, de ser eleito.

E o Raimundo Sousa,
A dona Cotinha Lima
Que pôs aqui no meu peito
Um caderno sem ter rima.

O meu pai era ZEZECA
Brabo mais do que cutia
Se se fazia errado
A taca logo corria.

Ilustres de minha terra,
Terra onde eu nasci.
Hoje sei que vivo longe
Mas, nunca os esqueci.

Itapecuru dos sonhos,
Dos sonhos de quem nasceu.
Do grande Gomes de Sousa,
Ilustre que não morreu!

Lembro-me de dona Tina
Que nos vendia taboca
Eu gritava TABOQUEIRA!
Ela sabia; foi ZEZOCA!

E também dona Romana
Que nos vendia mingau
Eu gritava; “chá-de-burro”.
A velha passava mal!

A casa que me criei
Era mesmo o meu lar,
À esquerda IDALINA,
À direita CLODOMAR!

Terra de gente boa
Terra de gente gentil.
Do companheiro de pesca
Meu colega PIQUITIL.

O meu pai comprava carne
Ao DUCARMO açougueiro.
Mas, pra pegar o “BURRU”,
Só Leonardo vaqueiro.

Dona Aurea, Agostinha,
E a dona Ana Julia
Quase todas só parteiras
De quem mamãe se orgulha.

Eu lembro o Zé Baiano
E do seu pai Serafim.
Do amigo Lourival
Quando eu roubei capim...

Era família unida
Pra dizer família só.
Lembro a dona MU
Que por sinal foi vovó.

Das sogras que foram tantas,
Uma só foi fulgurosa
Que me tolerou casado,
Por amor, foi dona Rosa.


O meu sogro seu Euzébio
Substituiu meu pai
Alguns dos que hoje lembro
E que já não voltam mais.


2 comentários:

  1. Respostas
    1. Zezoca partiu. Mas, nos deixou sua vasta obra poética. Seu estilo primitivo, quase infantil, transmite-nos sua visão do cotidiano familiar, do trabalho e suas conquistas. Escreve seus versos como se estivesse conversando com o leitor. Sem preocupações estilísticas, comunica-se de maneira clara, numa linguagem que todos entendem. Seus livros: "O Velho, o tempo e o mundo" e "Itapecuru, filhos e agregados" contêm, talvez, somente 10% de suas poesias, que serão editadas no devido tempo, segundo informa, sua esposa, Raimunda da Silva Fonseca!

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