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sexta-feira, 15 de julho de 2016

NIELZA SANTOS


                                               NOSSA HOMENAGEM A ANIVERSARIANTE DO MÊS


              Por Jucey Santana  

        Nielza Nascimento dos Santos nasceu em Itapecuru Mirim na comunidade denominada Felipa em 30 de julho de 1941.  Filha de Hipólito Ferreira Viana e Braulina Celso Nascimento dos Santos. Professora, lavradora e líder comunitária.
         Nielza  sempre se orgulhou de ser lavradora, porém  foi também professora. Dotada de determinação e inteligência, desde cedo demonstrou  a ânsia do  saber as coisas; então,  seus pais a colocaram na escola em que cursou o antigo primário. Em 1969 foi contratada pela Prefeitura Municipal de Itapecuru Mirim como professora leiga, na função de alfabetizadora em diversas comunidades. Participou também do  Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, alfabetizando  jovens e adultos. No inicio dos anos 80, participou do LOGOS II, projeto de formação de professores leigos para o exercício do magistério.  Foi professora durante 23 anos.
         Como líder comunitária, Nielza, sempre foi o ponto inicial e final dos acontecimentos da comunidade Felipa.       Com sabedoria ímpar e convicção, é incansável na  luta pelos direitos, cidadania, valorização e união daquela população quilombola, diretamente ligada a ela por consanguinidade. Nada é resolvido sem que Nielza seja ouvida.
         Ela é um exemplo para outras mulheres, que lutam por questões sociais, ambientais, financeiras e a preservação da cultura ancestral. A comunidade da Felipa é considerada modelo entre as comunidades remanescentes de quilombos no Estado do Maranhão, referência para  outras comunidades.
         A quilombola  participou  em novembro de 2010 de uma excursão com  21  maranhenses, do projeto   'O Percurso dos Quilombos: da África para o Brasil e o Regresso às Origens'.  Com o apoio da ONG portuguesa,  Instituto Marques do Valle Flor e  União Europeia,  tendo por objetivo o  enriquecimento  do diálogo intercultural para  partilhas  da cultura. Para Nielza,  a viagem foi   emocionante, a qual com sabedoria  divide os seus saberes, e experiências  com todos  da comunidade.
         Quem visita a comunidade é recebido com alegria,  música e festa por Nielza, que gosta de cantar, declamar poesia de sua lavra e principalmente dançar.  É exímia dançadeira de   Tambor de Crioula,  Rodas de Coco e Jornada de São Gonçalo.
            Ela gosta de contar a história da formação da comunidade. A origem do nome “Felipa”, vem da sua bisavó, Maria Felipa, a primeira mulher a morar naquela região, rica em caça, clima acolhedor e terras boas para o plantio, levada pelo filho, de Manga do Iguará, no inicio do século XX.
         As terras da Felipa já foram alvo de muitos conflitos  na própria família,  relembra Nielza.
            Depois da desapropriação pelo INCRA em 1986 e distribuída entre os moradores, à comunidade passou a trabalhar com projetos governamentais.  Em 10 de abril de 1989, Nielza e um grupo da comunidade criaram a “Associação  Comunitária São Sebastião dos Produtores  do Quilombo de Felipa”. A  comunidade se mantem com projetos sociais, de transferência de renda, roças tradicionais com cultivo de arroz, mandioca e milho e os projetos culturais.
         A comunidade atualmente é “Ponto de Cultura, Terra de Quilombo”, certificada pelo Ministério da Cultura. O  programa  tem por objetivo, criar oportunidades  de capacitações profissionais   aos  jovens  e a manutenção da identidade cultural dos remanescentes dos quilombos, com  oficinas profissionalizantes e de danças populares.
         Nielza Santos foi casada com Mauricio Pinto dos Santos. O casal teve as seguintes filhas: Maria de Nazaré, Domingas, Raimunda Nonata e Elza.

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