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domingo, 30 de outubro de 2016

CONSIDERAÇÕES SOBRE A OBRA ITAPECURUENSES NOTÁVEIS



Por: Romeu Bandeira de Melo

Mesmo residindo no Rio de Janeiro, estou visitando minha terra natal, e atento as manifestações culturais  e publicações literárias dos meus conterrâneos itapecuruenses.   É a segunda vez que me manifesto a comentar OBRAS da autoria de Jucey Santana.  Desta vez, não por ser incluído na obra “Itapecuruenses Notáveis”, aliás, quero dizer-lhe, sem falsa modéstia, que sou o menor dentre todos os ilustres conterrâneos referidos nesta importante obra. Não sei onde ela  notou em mim alguma qualidade, mas, fiquei e estou honrado com  gentileza da autora em apresentação de meu nome. Agradeço.

Permitam-me comentar. Como disse seu ilustre prefaciador, Mauro Rego: “Ah! Jucey, como te somos gratos, pois assumistes um trabalho que nós outros deveríamos ter também dedicado”, e acrescento algo: “Quão árduo trabalho desafiou Você?!...” Também, permita-me colocar adjetivos a sua pessoa.

Esta sua obra literária é de inestimável valia. Eu não tinha conhecimento de tantas figuras importantes de nossa querida Itapecuru Mirim, nem dos destaques que honraram e honram com suas atuações em todos os âmbitos, tanto da história de Itapecuru, Maranhão, Brasil e mundial. Ave Itapecuru Mirim! Os personagens listados são de suma importância, e menciono alguns, fazendo jus méritos, a saber: na apresentação, a embaixatriz Beatriz de Moura, em seu pensamento “Só podemos saber para onde vamos, se soubermos de onde viemos”. Lindo! Fábio Carvalho Reis, brilhante! Lisboa Serra, quanta honra! Primeiro Presidente do Banco do Brasil. Joaquim Raimundo Nunes Belfort, o Barão de Santa Rosa, Magnífico! Antônio Marcelino Nunes Gonçalves, Visconde de São Luís, ─ Grandioso! Manoel Caetano Martins, o Manoel Cobra. Eu não sabia que ele havia custeado a Raimundo Públio Bandeira de Melo, a quem conheci aqui no Rio de Janeiro, em sua residência na rua barão de Ipanema, junto com D. Maria de Lourdes e respectiva família. Hastímphilo de Moura, eu nunca ouvi falar nesse importante itapecuruense. Bravo! 

Sebastião Augusto Pinto da Costa, eu tinha notícias dele, através do hino de Itapecuru Mirim. Merecedor. Blandina Eloe dos Santos, Grandiosa! Joaquim Ferreira Lima, o Major Lima. Importante! Feliciano Carlos da Costa Lopes, o Barão, foi meu padrinho de batismo. Apolinário da Silva Fonseca, eu não sabia de sua importância no que diz respeito à defesa dos direitos sagrados da sociedade e da civilização brasileira, oferecendo-se até ao sacrifício pelo bem da nossa Pátria, um Ilustre! Ana Júlia Silva Correia, figura extraordinária em simplicidade e igualdade em ação, ─ Meritória! Enoi Simão Nogueira da Cruz,  lamento não tê-lo conhecido. Bernardo Thiago de Matos, grande maranhense e respeitável  Prefeito, Parabéns! Bertulino Campos, cantador de Boi, Tambor de Crioula, etc. Astor Cruz Serra, além de poeta  admirável   professor, grande matemático;  Vitório Gundes Costa, bravo lutador pelos menos favorecidos e sem-terra. Aldacy Raposo Nascimento, pioneirismo em Enfermagem e Serviço Social no Maranhão. Benedito dos Santos Raposo, brilhante    matemático,  Arlete Nogueira da Cruz Machado,  empreendedora cultural. José Cúrtius Bezerra Carneiro  médico desbravador!  A seu convite, trouxe outro ilustre profissional o  Dr. Fernando Wellington Ferreira Costa. Grato, estimados doutores amigos, pioneirismos como médicos no município! Nielza  dos Santos e seu trabalho honroso em favor das comunidades quilombolas.  Benedita Silva Azevedo, orgulho de tê-la como amiga. Maria Sampaio,  importante no trato e preservação da cultura popular do município.  Salve pioneiros!

Gonçalo Amador , bravo jornalista que divulga as notícias de nossa Cidade Azul, com esmero e lisura. Merecedor. Os empresários: Zezinho Machado, Alcione Vasconcelos e Antônio Lages exemplos de superação e determinação que mesmo não sendo naturais do município sempre ajudaram a alavancar o progresso local. Terezinha Muniz Cruz Lopes, engajamento e interesse nos trabalhos culturais e sociais.  Parabéns! Raimundo Nonato Coelho Neto, perda precoce de  importante   profissional da imprensa. José Paulo Lopes, incansável batalhador cultural.  Dr. Leomar  Amorim de Sousa, lendo sua biografia e história, vejo nos seus desempenhos educacional, intelectual  demonstrou, sua indiscutível sabedoria e altivez no trato de servir a Nação brasileira. Não o conheci, mas fico satisfeito por ser seu conterrâneo.  Tarcísio Coelho Mota  alegro-me em endereçar a esse amigo, votos de valor.  Ao meu caro doutor, meus Parabéns! Benedito Coroba, parabenizo  este ilustre magistrado. Maria da Assenção Lopes Pessoa, entusiasta, ímpar. Por seu intermédio fui e sou conhecido pelos nobres imortais da AICLA, seu empenho no desenvolvimento cultural com nossa Cidade Azul é da maior monta.  Benedito Bezerra Mendes, és um modelo de pessoa a ser seguido; trabalhador arrojado, belo exemplo de superação. Raimundo Gomes Meireles rendo minhas homenagens a esse cidadão itapecuruense pelo seu vasto saber a serviço  dos maranhenses.   

 Maria Domingas  Pinto, gosto de saber de sua determinação e empenho de servi as mulheres conterrâneas.  João Batista Pereira dos Santos, uma grande perda para a cidade. Um poeta e teatrólogo  que teria ainda um futuro promissor.   Francisco Inaldo Lisboa, cidadão de destaque, valor e competência; professor e escritor do mais alto grau. Li seu livro “Tudo Azul no Planeta Itapecuru” ─ Formidável.  Sebastião Ribamar Teixeira, outro cidadão a quem se deve seguir o exemplo pelo seu empenho em prol dos usuários químicos.  Meu respeito!  João Carlos Pimentel Cantanhede, cidadão de grande conhecimento artístico e intelectual.  Modesto. Parabéns! José Santana, modelo de profissional que se uniu a valorosos músicos Itapecuruenses.  Rosinalda de Maria Carvalho (Irmã Teresa). Levando o nome do município às plagas longínquas; ─ Irmã Teresa, siga sua vocação.  Avante à vitória, ela é sua! O mundo sabe e saberá que Itapecuru Mirim é Terra de intelectuais e amantes da cultura. Maravilha! Tiago Oliveira, um carioca/itapecuruense, porém integrado à cultura itapecuruense.  Avante! Parabéns! Brenno Bezerra  Pedrosa, juventude galgando altos voos.  Esse cidadão merece destaque e aplausos, ─ Parabéns!

Deixei para falar sobre os meus próximos (familiares) agora: Raimundo Públio Bandeira de Mello, Desembargador e cidadão ilibado; sua esposa, Maria de Lourdes geraram vários filhos e destaco aqui, o escritor José Caetano Bandeira de Mello, funcionário do MEC, tendo como parceiro, o poeta e escritor Carlos Drumond de Andrade. Manoel Caetano foi eleito como membro efetivo da Academia Maranhense de Letras, grande honraria;  Anozilda dos Santos Fonseca (Santinha Fonseca), diretora do Grupo Escolar Gomes de Sousa, pessoa do mais alto cabedal de moralidade a quem respeito e lhe chamo de “mãe” (a mãe que adotei). Isso posto, devo confessar que cheguei á sua casa através de seu filho José Raimundo dos Santos Fonseca, o Zezoca  a quem, a partir dali passamos a nos considerar irmãos.  Teresinha de Jesus Bandeira de Melo Marques,  que exerceu o magistério como a um sacerdócio, sendo a primeira secretaria de educação do município.  Acrescento João Boaventura Bandeira de Melo Marques, professor de destaque,  pesquisador e  membro da Academia Itapecuruense de Letras.  Falo agora de Luiz Gonzaga Bandeira de Melo, meu pai. O cidadão Luiz Bandeira foi destaque na nossa cidade natal e  figura como patrono de uma das cadeiras da Academia Itapecuruense de Letras. Orgulho-me de  ser seu filho e seguidor.

Eu, Romeu Bandeira de Melo, incluso na  obra “Itapecuruenses Notáveis”, registro aqui meu agradecimento a gentileza, Jucey.  Mais uma vez agradeço-lhe a gentileza. Continue na lida cultural, pois há tantos leitores e estudantes que dependem de sua colaboração, incluindo eu.

*Não comentei as demais personalidades, devido serem grandiosos e de domínio público.
            Rio de Janeiro, 06 de junho de 2016.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

VISITA À APAC DE ITAPECURU MIRIM

  

Por: Ana Teresa Muniz, Clara Raquel Amorim, Hilana Campelo, Jainne Magalhães, Juliana Sousa e Rayanne Amorim 

Na visita à APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados)   é possível encontrar humanidade em todos os cantos. É uma proposta, sobretudo, humanitária. Um método que vem proporcionar um sistema de regime com dignidade e que prioriza a recuperação e ressocialização dos apenados que ali se encontram, visando assim, não só promover a justiça, mas buscar proteger a sociedade também. Sendo utilizado em um vasto território nacional e internacional, operando como entidade auxiliar do Poder Judiciário e Executivo, que vem tendo cada vez mais resultados positivos em relação a reincidência, que é de 8,2%, enquanto no sistema carcerário é de 85%. 

O 6° período do Curso de Letras da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) – CAMPUS ITAPECURU, sob a orientação do Professor Esp. Tiago Oliveira, promoveu uma ação na manhã de 08/10/16 na APAC, doando 42 kg de alimentos não perecíveis e 6 livros (Vida e Obra de Mariana Luz de Jucey Santana, Recordações e Itapecuru: Sua Gente, Sua Missão de Assenção Pessoa, Tudo Azul no Planeta Itapecuru e Nicéas Drummont: O Gavião Vadio de Inaldo Lisboa e por fim, a Bíblia Sagrada), haja visto que já possuem uma biblioteca, organizada e mantida por membros da AICLA (Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes)  para incentivo da leitura e aprendizado, para inclusão no projeto “Leitura para Remição da Pena”.  

O mais gratificante da visita é poder fazer parte da comunidade, se sentir e ver nos olhos de cada voluntário ali presente a sensação de ser uma pessoa melhor e acreditar que as pessoas são sim recuperáveis. A APAC é uma organização sem fins lucrativos, que possui sua filosofia própria: “Matar o Criminoso e Salvar o Homem”, sem dúvidas faz parte de uma construção social, cada vez mais reforçada pela vertente dos Direitos Humanos, que promove a paz. 

Além de tudo, é importante ressaltar a disciplina ali presente, onde os recuperandos trabalham no seu próprio sistema de administração, possuindo um conselho, basicamente formado pelos mesmos, caracterizando assim o incentivo a ordem, o trabalho e a organização. É notório também, a grande força que a religiosidade e a figura de Deus sempre ali presente os proporciona. 

Dentro da APAC, os recuperandos possuem acesso a assistência jurídica, à saúde, a família, a uma boa alimentação, individualização da pena, desenvolver suas próprias atividades (tais como foram vistas: artesanato, hortas, criadouro de peixes), ou seja, socorrendo suas necessidades e valorizando sua existência, e possibilitando o pagamento da pena, mas com dignidade e respeito, visando a sua inserção futura na sociedade como homem  “novo”.

Segundo o professor  Tiago de Oliveira: − É certo afirmar que cada aluno do 6° período saiu da APAC desnudo de preconceitos e com uma nova visão sobre a sociedade. Fomos todos recebidos de braços abertos pelos voluntários. Um agradecimento especial à D. Célia e D. Tereza Muniz

            As autoras do texto são estudantes do 6º período do curso de Letras da UEMA (Campus Itapecuru Mirim)
           


quarta-feira, 26 de outubro de 2016

O RAPTO DA PADROEIRA

         

Conto de Daniel  Ribeiro 

A última noite do festejo de Nossa Senhora do Rosário foi celebrada pelos brancos descendentes de portugueses com a tradicional religiosidade católica, novenas, rezas do terço, missas e encerramento com a procissão, porém, ainda estava por vir à grande celebração da noite, quando a Irmandade dos Pretos do Rosário se reunia para homenagear a sua padroeira como era tradição entre os escravos alforriados. A fogueira por vezes era alimentada para esquentar os tambores que logo louvariam com os seus ritmos sagrados as cantorias de roda, onde as negras pareciam flutuar no ar, a cachaça rodeava de mão em mãos para aquecer a garganta dos puxadores do tambor, Elesbão um dos mais experientes mestres da confraria e também ajudante do sacristão da igreja, era o responsável pelo translado da imagem sacra de Nossa Senhora do Rosário, logo após as chaves cerrarem as portas da matriz e nenhum branco percorresse as ruas da pequena vila, certificava-se sempre se os párocos da freguesia já estavam dormindo, sua missão era garantir com segurança que a santa antes do amanhecer retornasse ao altar central. 

Os escravos eram proibidos de frequentar as festas católicas tradicionais, no entanto mesmo impedidos resistiam e mantinham seu calendário de devoção, adotado no Brasil por volta do século XVI, para aliviar-lhes os castigos impostos pelos seus senhores nas senzalas. Madruga adentro o sincretismo religioso reunia os cantos dos pretos a declamar o rosário produzido a partir da semente de um capim típico da região, cujas contas grossas, denominavam lágrimas de Nossa Senhora. Terminado as rezas que misturava a língua nagô africana com o português vulgar e o nheengatu língua dos tupinambás falada ao longo de todo o vale amazônico brasileiro. Iniciavam-se as roda de tambor, a composição rítmica possuía basicamente uma espécie de oratória cantada livremente como louvação a santa, homenagens, fatos e desafios entre os cantadores, inspirados na dor e sonhos de liberdade dos negros que mesmo alforriados sofriam a grande exclusão social. A punga, saudação dada pelas mulheres na roda, além de convite a dança, representava a presença dos orixás vindos d’África nos corpos negros africanos esculpidos em perfeição a bailar em frenesi religioso. 

Extasiados pelas celebrações por toda a noite os negros da irmandade do Rosário amanheceram satisfeitos em festejar mais uma vez a sua padroeira, símbolo de devoção e encontro com o sagrado, libertavam-se a cada ano, sentiam-se livres do sistema excludente que os aprisionava, contudo, ao retornarem ao seu cotidiano permaneciam no anonimato religioso, não podiam manifestar a sua fé, muitas vezes, percorriam longas distancias para participar dos cultos religiosos de matriz africana, espalhados por toda a região da Ribeira do Itapecuru, do Rosário Grande a Vila da Manga havia muitos terreiros, a maioria deles escondidos dos olhares mais repreensivos, os homens brancos de religião cristã não aceitavam tais manifestações consideradas por eles místicas. 

No decorrer daquele ano tudo seguiu como de costume, apenas rumores de batucadas dos negros por toda a madrugada, comentavam os paroquianos da sossegada Ribeira do Itapecuru, a não ser por um olhar mais atento de um ferrenho ex-capitão do mato, a mando de dona Maria Cerqueira, latifundiária e beata católica que nunca havia se convencido de que os negros precisassem de cultos religiosos, que a atormentavam ao longo de décadas, por isso, contou com os serviços do cruel perseguidor dos homens de cor, Manuca Bispo, testemunha ocular que delatou todo o ocorrido da retirada da santa ao chefe da cadeia e câmara, na presença dos padres e de outras beatas, além da sua mandatária, a herdeira de boa parte das terras que um dia fora sesmarias ao longo das margens do Rio Itapecuru. 

O negro Elesbão fora condenado à prisão, e toda e quaisquer manifestações religiosas dos ex-escravos estavam proibidas, sob pena de condenação ao enforcamento, suspensas às celebrações dos pretos da irmandade, outubro aproximava-se e dia sete, era o dia de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Chegava a tão esperada oportunidade, em que os Pretos da Irmandade do Rosário organizavam um levante contra a Vila e a Paróquia, assim, às vinte e três horas daquele dia ouvia-se os gritos dos soldados de plantão da cadeia velha, contavam os mais antigos que foram degolados, e nenhum negro que estava preso permaneceu ali, não obstante, do outro lado da vila às portas da igreja matriz amanheceram arrombadas e no altar-mor um imenso vazio, havia sido roubada a imagem sacra de Nossa Senhora do Rosário. 

Caixeiros viajantes relataram na freguesia que cerca de duzentos homens e mulheres negras rumavam pelos campos em direção a Vila de Santa Maria, antiga aldeia indígena, posteriormente conhecida como Anajatuba, que em tupi significa abundância de anajás. Região de campos alagados, o trajeto escolhido era de difícil acesso só conhecidos por ex-escravos fugitivos, logo alguns foram vistos com uma grande imagem enrolada em toalhas, deixaram um rastro de canto e danças a cada parada entoavam os tambores em cantos de júbilo e liberdade. Na nova povoação ergueram uma capela, cujo altar era todo esculpido em pedras e revelava uma riqueza imensa de detalhes que encantava a todos aqueles que fossem devotos de Nossa Senhora do Rosário, que mais tarde passou a ser padroeira daquela cidade e nome oficial da paróquia. 

A Ribeira do Itapecuru ficou órfã de padroeira coube a um frade franciscano vindo da cidade do Crato no Ceará, viajante por esses caminhos de peregrinação entre o Maranhão, Piauí e o território cearense a missão de iniciar a devoção a Nossa Senhora das Dores também padroeira da pequena povoação, “Tabuleiro Grande” que depois passou a ser chamada de “Juazeiro do Norte”, terra de Padre Cícero. A partir de sua chegada, frei Alteredo percebeu que a agitação era tamanha pela pequena vila, então tratou de acalmar a euforia e a angustia dos paroquianos, iniciando a devoção a Mater Dolorosa com a novena das Sete dores da Virgem Maria. Após meses ainda carentes de sua mãe Nossa Senhora do Rosário, o vilarejo encontrou nos braços de sua nova padroeira acalanto para seguir em frente, assim, em setembro próximo como era celebrada no dia quinze passou a ser tradição nessa pequena povoação. Venerada há mais de duzentos anos na cidade de Itapecuru Mirim, passou a igreja matriz e a freguesia a ser oficialmente conhecida como paróquia Nossa Senhora das Dores, posteriormente reconhecida como a mais antiga da diocese de Coroatá do qual faz parte.


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

PREFEITO PELA TERCEIRA VEZ


Por: Benedito Buzar

O médico Miguel Lauande se candidatou quatro vezes a prefeito de minha terra, Itapecuru. Ganhou três e perdeu uma.

Eleito a primeira vez nas eleições de outubro de 1996, reelege-se para o mandato seguinte de 2001 a 2005. Em 2012, candidata-se pela terceira vez, mas perde para o noviço evangélico Magno Amorim, que, no exercício do cargo de prefeito, decepciona o povo itapecuruense, e faz Miguel disputar pela quarta vez as eleições de outubro de 2016.

Somente nas eleições de 2012, não o apoiei, mas não foi essa a causa de sua derrota. No pleito deste ano, dos oito candidatos à prefeitura de Itapecuru, Miguel indiscutivelmente era o melhor, por isso, não vacilei: hipotequei imediata solidariedade à sua candidatura, dispondo-me a participar de atos públicos que o levassem à vitória nas urnas e mandasse os concorrentes cantar em outra freguesia.

Além de participar de comícios e caminhadas na cidade, aos amigos e conterrâneos pedi votos a Miguel, que, após uma luta política intensa e adversa, elegeu-se prefeito da minha terra e espero que ela seja olhada com os olhos de bom itapecuruense e realize uma administração profícua, para não decepcionar o povo que fez de tudo para vê-lo a partir de 1º de janeiro de 2017 no comando da prefeitura.


domingo, 23 de outubro de 2016

FÁBIO CARVALHO REIS



Fundador do primeiro jornal diário do Maranhão.


Por: Jucey Santana

O Conselheiro Fábio Alexandrino de Carvalho Reis nasceu  em Itapecuru Mirim no dia 13 de outubro de 1815. Era filho de Antônio José dos Reis e de Ana Rosa de Carvalho Reis. Graduou-se em Direito na cidade de Olinda em 1838. Em São Luís foi suplente de delegado e redator de vários jornais e revistas, como O Globo, O Dissidente, Diário do Brasil, e Opinião Maranhense.

Em 1847 foi nomeado professor de Retórica e Poética do Liceu Maranhense.

Exerceu as funções de  coletor de rendas, procurador Fiscal da Fazenda,  inspetor da Alfandega dos Estados do  Pará,  Pernambuco,  Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia. Também exerceu o cargo de Presidente e Vice-Presidente da Província do Pará e  Procurador Fiscal do Tesouro Nacional. Membro do Partido Liberal elegeu-se pela Assembleia Provincial no Maranhão e do Rio de Janeiro e  foi eleito para a Assembleia Geral em várias legislaturas. Fundou em 1847 o jornal O Progresso, impresso na Tipografia Maranhense, o primeiro jornal diário do Maranhão. Em 1877 publicou “Estudo sobre o Estado Econômico e Industrial do Maranhão”,  e  outros artigos de cunho literário, científico e econômico.

Dirigiu  o Banco do Brasil, Lloyd Brasileiro e a Estrada de Ferro Central do Brasil.

Foi pai do engenheiro e urbanista Aarão de Carvalho Reis (nomeado para a construção de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais), do renomado  médico  Horácio Carvalho Reis e do jornalista e escritor Luciano de Carvalho Reis, fundador  e diretor do Diário de Notícias do Rio de Janeiro.

Recebeu da Casa Real a honraria do Conselho de Fidalgo. Posteriormente foi agraciado com título de Comendador da “Ordem da Rosa”.

Foi uma  grande liderança em toda a Ribeira de Itapecuru e na região do Mearim. O Conselheiro faleceu em 26 de fevereiro de 1890.


Do livro Itapecuruense Notáveis (2016)  de autoria de Jucey Santana