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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A FESTA DA CRUZ


ATÉ  QUANDO?

             

Por: Jucey Santana
Mais um ano que a família Nogueira se desloca de São Luís para proporcionar aos itapecuruenses da tradicional Festa da Santa Cruz. Cabe-nos o questionamento, até quando teremos esta festa?
A Festa da Santa Cruz é uma das mais antigas e populares do calendário religioso de Itapecuru Mirim, ficando atrás somente do festejo de São Patrício  de Kelru.  De origem incerta, com informações a partir do trabalho abnegado de Francisco Antônio Gonçalves que durante mais de 50 anos,  fez da Festa da Cruz o maior evento religioso de toda a região.
Em 1862, quando foi nomeado sacristão do padre Francisco José Cabral, (Publicador Maranhense, 10.5.1882), o Alferes da Guarda Nacional, Antônio Francisco de Sousa Gonçalves, assumiu a coordenação como “Mordomo” da Festa da Santa Cruz. Não se tem notícia se a festa teve origem naquela época.
Antônio Francisco Gonçalves mobilizava toda a sociedade para  com as “Comissões Organizadoras” das noitadas. A festa durava nove dias, (novenário) e eram feitas as chamadas nos jornais de circulação da época com antecedência de três meses, juntando grandes multidões das redondezas e da capital.
Antônio Francisco Gonçalves, “reconstruiu e arborizou” a capela de Santa Cruz, no largo  (Pacotilha, 20.9.1887 e  Diário do Maranhão, 23.11.1879) e figurou como encarregado até 1908 (Pacotilha, 20.7.1908).

Em entrevista com octogenários conterrâneos, estes afirmam que “o povo antigo” falava da capela da Cruz, lá para o “o caminho do Pau de Arara”.  Talvez no local do Grupo Gomes de Sousa ou logo depois deste.
A partir de 1910 assumiu a coordenação da Festa os comerciantes Marianno Borges de Lima Castelo Branco e Salustiano Castelo Branco Silva que ficaram à frente dos comissionados por alguns anos assumindo a liderança do festejo, as famílias Sitaro e Bezerra a partir dos anos 20.
O comerciante e político Francisco Garcia Nogueira casado com Hilda Sitaro Bezerra foi mordomo responsável pela Festa da  Cruz, por mais de 40 anos, até a sua morte em 1972. Com o falecimento do “velho” Chico Nogueira  a festa entrou em declínio. Por alguns anos  não foi realizada.
Porém os familiares do  Chico Nogueira, retomaram o compromisso com o festejo e  continuam  organizando a festa no mês de outubro. Infelizmente o evento não tem o mesmo brilho de outrora.
Apesar de residirem fora de Itapecuru, cada qual cuidando dos  interesses pessoais, no mês de outubro a antiga  casa da família na praça da Cruz, construção da época da gestão do  prefeito Bernardo Tiago de Matos,  continua abrindo suas portas, quando  se reúnem em Itapecuru para celebrar  a Cruz.
Vale frisar que as festas religiosas de Itapecuru Mirim eram administradas por famílias influentes. A antiga Festa de Santo Antonio, (trezena), era considerada uma das grandes festas da região, tinha por  responsável Antonio Gabriel, filho de escravos, mais conhecido como  Velho Bié. A festa se realizava na antiga capelinha, onde atualmente é a substação da Cemar. Nos anos 40 a 50 a festa  desapareceu. O festejo de São Benedito era de responsabilidade de  Abdalla Buzar Neto e sua família.
A Festa do Espírito Santo era realizada por  Raimundo Francisco Veras, a de Nossa Senhora das Dores pelo casal Dominho e Cirene Sitaro e a  de São Vicente de Paulo, pela Confraria dos Vicentinos. Com o desaparecimento das famílias mantenedoras, as festas, gradativamente entraram em declínio.



3 comentários:

  1. Diante do exposto acima vale a pena fazer alguns colocações:
    1. A Informação começa com uma pergunta: Festa da Santa Cruz, até quando?
    Quem não é da cidade ou não a frequenta no período do festejo tem a idéia de que a festa esta acabando, o que não é verdade. Há 5 anos a festa passou por renovações, pois algumas pessoas da família Nogueira que organizavam o festejo faleceram e outras já não gozavam mais de saúde e para que a festa não enfraquecesse, novas gerações assumiram a responsabilidade de retomar o festejo e desde então é perceptível e notório que hove mudanças inclusive no número de participantes do festejo. Portanto, a pergunta que inicia o referido texto não corresponde aos dias atuais, pois o festejo vem se renovando a cada ano e ganhando corpo com a ajuda da comunidade.
    2. Realmente a festa em alguns anos não teve mas o mesmo brilho, porém isso não aconteceu após o falecimento de Chico Nogueira. Seria interessante pontuar em quais anos, pois essa afirmação não corresponde aos dias atuais e muito menos após o falecimento do patriarca da família Nogueira.
    2. Outro ponto interessante é a comparação da festa da santa cruz com um festejo que desapareceu na década de 50. Porém não houve empenho da família que era responsável pelo festejo na época e o mesmo desapareceu. Estamos em 2016 e a festa ainda existe e persiste, não tem como comparar com anos 50, história que está longe de ser comparada com o evento da santa cruz, pois o interesse da família Nogueira em continuar ainda está vivo e a todo vapor com a participação de novas gerações.
    3. Outra infeliz comparação é quando compara-se a Festa da Santa Cruz com um festejo que desapareu devido ao desaparecimento da família que o organizava. O que não é o caso da família Nogueira, que a cada ano vem crescendo e se renovando e o melhor, atraindo mais parentes, amigos e familiares.
    4. No último parágrafo do texto percebe-se falta de informação, pois os organizadores da Festa da Santa Cruz, há 5 anos se reúne com padres,líderes da Igreja e comunidades para acertar detalhes do festejo da Santa Cruz.
    5. Outra contradição é que a autora afiram que todos os anos a família se reuni para participar da festa. De forma podemos querer indagar: Até quando?
    Parte da família está em São Luis cuidando de seus interesses inclusive do festejo da Santa Cruz.
    Sugiro coletar mais informações para basear tais informações para que as mesmas sejam pertinentes e veridicas.
    Alexandre Nogueira

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