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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

DÚMlNÈ, ÉXAUDl 0RAT10NEM MEANL



     



 Lisboa Serra

Morrer tão moço ainda! quando apenas
Começava a pagar á pátria amada
Um escasso tributo, que devia
A seus doces extremos!

Morrer tendo tido peito tanta vida,
Tanta ideia na mente, tanto sonho,
Tanto afã de servi-la, caminhando,
Ao futuro com ela! . . . .

Se do menos de meus filhos eu pudesse,
Educados por mim, legar-lhe o esforço.
Mas ah! que os deixo, tenras florezinhas,
A' mercê dos tufões.

Vencerão das paixões o insano embale?
Sucumbiram na luta do egoísmo?
As crenças, a virtude, o sentimento
Quem lhes ha de inspirar?

Não te peço, meu Deus, mesquinhos gozos
Deste mundo ilusório; mas suplico,
Tempo de vida,—quanto baste apenas
Para educar meus filhos.

E' curto o prazo; dai-me embora o fel
Dos sofrimentos; sorverei contente,
Lúcida a mente, macerai-me as carnes,
Estortegai-me o corpo.

E após tranquilo, volverei ao seio
Da eternidade. A fimbria do teu manto,
Face em terra, beijando,—o meu destino
Ouvirei de teus lábios.

1855.

            Do livro Parnaso Maranhense (1861) pag.  146.  O poeta e economista, primeiro presidente do Banco do Brasil, João Duarte de Lisboa Serra é patrono da cadeira  número 4 de membros correspondentes da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes – AICLA.

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