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sábado, 5 de maio de 2018

CENTENÁRIO DE PEDRO BRAGA FILHO



 

Benedito Buzar

O médico, escritor e político, Pedro Braga Filho, nascido em Barra do Corda,  a 16 de abril de 1918, se não tivesse falecido em São Luís, a 30 de dezembro de 1978,  teria completado, este ano, cem anos de vida.

Este ilustre maranhense, que fez parte de uma extraordinária galeria de políticos, representou o Maranhão no Congresso Nacional, nos anos 1950 e 1960, com altivez, competência e dignidade.

Além de Pedro Braga, pontificaram naquela galeria, políticos jovens e talentosos como José Sarney, Renato  Archer, Cid Carvalho, Neiva Moreira, Afonso Matos, Newton Bello, Miguel Bahury e Antônio Dino, que ao lado de deputados mais experientes, a exemplo, de Clodomir Millet, Lino Machado, Antenor Bogéa, Hugo da Cunha Machado, Aluízio de Lima Campos, Alfredo Duailibe, Alarico Pacheco, Antônio Costa Rodrigues, formaram uma bancada parlamentar de alto gabarito, a despeito das divergências pessoais e partidárias.

De Pedro Braga, pode-se dizer que, depois de estudar o primário e o secundário, em São Luís, no Ateneu Teixeira Mendes e no Liceu Maranhense, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou, após submeter-se a rigoroso exame de habilitação, na Faculdade Nacional de Medicina, da Universidade do Brasil, pela qual se diplomou médico em 1945.

Formado, exerceu a profissão com brilhantismo, no Rio de Janeiro, São Luís e Brasília, ocupando  relevantes cargos públicos. Como médico do quadro permanente do Ministério da Saúde, trabalhou, em São Luís, no Serviço de Assistência ao Menor, na Clínica Pediátrica do Hospital Infantil, no Hospital Nina Rodrigues, e na Legião Brasileira de Assistência. Em Brasília, chefiou a Fundação Hospitalar do Distrito Federal e o Departamento de Fiscalização da Secretaria de Saúde.

Em todos esses cargos e funções, marcou presença como cidadão probo, capaz e íntegro, daí porque recebeu convite para ingressar na atividade política. Pelas mãos do senador Vitorino Freire, filiou-se ao Partido Social  Trabalhista, pelo qual candidatou-se em 1950 a deputado estadual, mas a fraude eleitoral impediu que se elegesse.

Em 1954, volta a candidatar-se, desta feita, a deputado federal, pelo PSD, partido que Vitorino arrebatara de Genésio Rego. Pedro Braga fica na suplência, mas é convocado para o exercício do mandato parlamentar, onde atua com desembaraço e dedicação à causa pública.
Nas eleições de 1958, muda de posição política e tenta se eleger deputado federal, pela legenda da UDN, de oposição ao sistema político que dominava o Maranhão. Mais uma vez não se elege, mas ganha cacife político para, no pleito de 1962, eleger-se deputado federal. Pela marcante atuação em defesa das reformas de base, transfere-se para o PTB, sendo um de seus vice-líderes na Câmara Federal.

Em 1965, com o Brasil sob o tacão do regime militar, ocorre o processo da sucessão do governador Newton Bello. O PTB maranhense oferece a legenda ao deputado Renato Archer, impedido de ser candidato pelo PSD. Para compor a chapa com Renato, o PTB indica Pedro Braga candidato a vice-governador, mas quem vence as eleições é o candidato oposicionista, José Sarney.

Com a extinção dos partidos políticos, pelo Ato Institucional, filia-se ao Movimento Democrático Brasileiro – MDB, de oposição ao governo que dominava o país, sob cuja legenda concorre às eleições proporcionais de 1966, mas sem êxito. Antes de acabar o seu mandato, profere um discurso de grande repercussão nacional, ao protestar contra a desmoralização do Congresso Nacional, que, por covardia e medo, agachava-se aos ditames dos detentores do poder.

Do ponto de vista cultural, antes de ingressar na vida política, Pedro Braga mostrava, também, pendores para a atividade jornalística, com atuação nos jornais O Norte, de Barra do Corda, e no Diário da Manhã, de São Luís,  fato que chamou a atenção dos membros da Academia Maranhense de Letras, que o convidaram para dela fazer parte. Em novembro de 1948, elege-se para ocupar a Cadeira nº 39, patroneada por Gomes de Castro, e empossado a 16 de dezembro de 1948, sendo recepcionado pelo acadêmico e cientista, Aquiles Lisboa. Sua produção intelectual foi praticamente voltada para o mundo científico.

Com a esposa Corina Desirée da Costa Braga teve dois filhos

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