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segunda-feira, 14 de maio de 2018

O MEU ESTAR




      

Paulo Figueiredo

Tem um papelão?
Preciso dele
Pra que precisas?
Estender meu corpo
É o meu colchão

E tua casa?
Com sorriso aberto
Eu moro perto
Aqui na rua em qualquer lugar
É o meu contento

E o teu jantar?
Jantar não há
A noite é fria
Barriga vazia
Não há lamento
É o meu contento

E o teu café ao amanhecer?
De onde pão
Se o meu colchão é um papelão

Tua família?
Não tenho não
Eu vim ao mundo
Por emoção de quem me fez, e agora?
Está feito

E não reclamas?
Pra que, ninguém me ouve
Nem quer saber é bem melhor pra que saber
Não ter razão
E não saber
Porque então nos dá a mão...

Do livro,  Meu Estar, de autoria do poeta itapecuruense, Paulo Henrique Figueiredo

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