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sábado, 21 de julho de 2018

ITAPECURU MIRIM 148 ANOS DE CIDADE E 200 ANOS FUNDAÇÃO




PARABÉNS  ITAPECURU MIRIM 

Jucey Santana

          O município de Itapecuru Mirim, até receber o status de cidade, ocorrido em 1870, teve em sua  historia várias  fases administrativas, que mostram  a sua  evolução  ao longo do tempo. As mais importantes foram as seguintes: Instalação da Freguesia (1801), Fundação da Vila (1818), Criação da Comarca (1835) e Titulo de Cidade (1870).
          As povoações, ou as freguesias,    menor  divisão territorial administrativa do ponto de vista  da igreja, de acordo com o aumento populacional e a independência política e financeira, eram elevadas a vilas e depois recebiam o título de cidade de acordo com o sistema administrativo português.

          O titulo de cidade no Brasil Colonial, era mais honorífico  e pouco acrescentava em termos de organização administrativa. Por isso, equivocadamente, muitos municípios comemoram os seus  aniversários nas datas que recebiam o título de   cidade, o que  não é correto, na realidade alcançaram a autonomia política-administrativa por ocasião  da  criação oficial da vila, que marcava e  a emancipação com a  criação da  Casa da Câmara e a eleição  dos seus mandatários. 

              Portanto, em 20  de  outubro de 2018  é a data que se comemora os 200 de fundação da Vila de Itapecuru Mirim  (Itapucuru Mirim), pelo Alcaide Mor José Gonçalves da Silva ocasião da sua independência política,  com a indicação  de um gestor  local, eleito pelo povo (Presidente da Câmara e vereadores ). 

Na época que a corte portuguesa estava no Brasil fugindo de Napoleão Bonaparte  que ameaçava invadir Portugal (1808 – 1821), o riquíssimo português José Gonçalves da Silva, em  troca de muitos agrados à Família Real,  solicitou  que o Regente Dom João VI lhe outorgasse o título de nobreza de Alcaide Mor.  O Rei concordou  e em 07 de novembro de 1817 enviou  Provisão Régia  com a seguinte condição: que o português Jose Gonçalves fundasse a Vila,   povoação em plena expansão  graças à prosperidade  dos proprietários de terras com plantio de algodão, arroz e engenhos de cana de açúcar e  criadores de gado, na sua maioria  amigos e parceiros de negócios do português, sob a seguinte condição:   que o proponente construísse   uma Cadeia Pública, Casa da Câmara, instalação de 30 casas para casais brancos,  um  Pelourinho,  oficinas além da aquisição  das terras para a fundação da Vila. 

 Fundação Solene da Vila

               Segundo César Marques no Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, Em 20 de outubro de 1818, presentes o Desembargador, Ouvidor e Corregedor da Comarca de São Luís do Maranhão, Francisco de Paula Pereira Duarte, o Alcaide-Mor José Gonçalves da Silva, representado por seu procurador Antônio Gonçalves Machado, o clero, a nobreza e o povo, levantou-se o pelourinho, deram-se vivas do estilo, criaram-se por eleição de Pelouro, dois juízes ordinários, um juiz de órfãos, os vereadores e a criação das  oficinas, instalando-se assim solenemente a Vila de Itapecuru-Mirim”. A Vila foi fundada, porém José Gonçalves não cumpriu todas as exigências da Provisão Régia de  7 de novembro de 1818.  Ele só doou as terras e as legalizações de praxe. O rei não aprovou o ato, porém desculpou o ouvidor da comarca por ter antecipado o evento, dando um prazo de dois anos para atendê-las, sob pena de José Gonçalves da Silva perder as regalias do título de Alcaide Mor. Infelizmente o português  faleceu três anos depois sem cumprir o acordo na sua totalidade e seus herdeiros não honraram os compromissos assumidos, porém o titulo de nobreza   de Alcaide Mor de Itapecuru Mirim, foi-lhe outorgado e posteriormente repassado aos herdeiros.
                          José Gonçalves da Silva, fundador da Vila de Itapecuru Mirim, foi negociante muito bem sucedido. Ele vendia suas mercadorias por preços abaixo dos concorrentes, monopolizando todo o comércio, razão da alcunha de   Barateiro. Foi construtor naval, latifundiário,  importador e exportador, criador de gado, coronel de Milícias,  Cavaleiro Professo da  Ordem de Cristo, fidalgo da Casa Real, Brigadeiro,  governador da Fortaleza de São Marcos, Senhor do Margado  da Quinta das Laranjeiras e Alcaide-Mor do Itapecuru-Mirim.

Prosperidade da Vila de Itapecuru Mirim

A Vila de Itapecuru Mirim foi muito Próspera, ficando por muito tempo na categoria de terceira no Maranhão só perdendo para São Luís e  Caxias.  A Vila teve seu apogeu entre 1818 a 1870 com muitos negociantes, fidalgos da Casa Real, fazendeiros de algodão e cana-de açúcar, comendadores, conselheiros Imperial, jornalistas, poetas, políticos importantes e ronomados professores,  grandes feiras de gado e escolas mistas (brancos e negros).
Pela Lei nº 7 de 20.4.1835 teve instalado a comarca de primeira entrância e em 23.7.1850 foi elevada a 2ª Instancia. Infelizmente em 09.05.1923 perde a categoria de Comarca pela Lei 1.120/MA., sendo restabelecida somente dez anos depois em 1933.

Elevação ao status de  cidade

Em 21 de julho de 1870  recebeu o status de cidade pela Lei Provincial  nº 919, no governo de José da Silva Maia.
O aniversário de Itapecuru Mirim era comemorado anteriormente no dia 25 de setembro, a data da criação da Freguesia. Pela Lei nº 48 de 4.10.1927 a antiga rua Cayana passou a ser denominada de Rua 25 de Setembro, em alusão a instalação da Freguesia. A rua em referencia é a atual Avenida Brasil.

A Festa do Arroz e o Aniversário da Cidade
 Em Itapecuru Mirim desde a ditadura de 1930 não se comemorava o aniversario da cidade, primeiro pela repressão e depois pelo fato da população ter poucas informações concretas da historia do município. A partir dos anos 70 alguns estudantes universitários com o apoio  dos professores,  Natinho Ferraz e Luis Bandeira elaboraram um primeiro estudo em monografia  sobre Itapecuru e  em 1992 outro grupo de universitários  fizeram um trabalho mais bem elaborado que serviu de parâmetros para o despertar da nossa história. 

 Com a vinda para Itapecuru Mirim do agricultor Luis Arcangelo Stafanelo em final dos anos 60,  de espírito empreendedor, oriundo de Palmeira das Missões, Rio Grande do Sul, houve uma mobilização da classe política,  empresarial e cultural  na cidade. Por iniciativa própria,  fundou  a  Loja Maçônica Duque de Caxias e foi um dos fundadores do Lions Club do Distrito 26, em 1981, tendo c por companheiros Raimundo Nonato Silva (Nonatinho), Mário Rogério Araújo, Lécio,  Benedito Laborão, Leônidas Amorim, José Ribamar Abreu, Alcione Vasconcelos, Boanerges Bezerra, Manir Amorim, Magno Cirino, Expedito (Emater) Benedito Lima  e outros empresários itapecuruenses.
Saudoso de sua terra o empresário Luís Gaúcho, como ficou conhecido, que chegou a receber o título pelo  Ministério da Agricultura em 1980 de maior produtor de arroz do Brasil,  se ressentia da falta de memória da cidade que escolheu para constituir sua família e trabalhar, já que na sua terra, Palmeira das Missões, havia muitos  festivais por ocasião  aniversário da cidade, então resolveu mobilizar seus pares para fazer a Festa do Arroz com o objetivo de mostrar a produção agrícola da região e agregar ao aniversario  da cidade  já que a única informação que obteve foi a do status da cidade que coincidia com as festividades do Lions.  Em 1983 foi realizada a primeira Festa do Arroz que contou com a presença do governador, muitos políticos, empresários do setor agrícola e a eleição da primeira Rainha do Arroz e desfiles de implementos agrícolas. 
 A Festa do Arroz aconteceu durante 15 anos, organizada pelo Lions Club, evento que trouxe muito desenvolvimento para região.
Com o encerramento das atividades do Lions Clube em Itapecuru a prefeitura manteve a comemoração do aniversário do status de cidade em 21 de julho.
Cabe aos itapecuruenses o sublime dever de amar sua terra, zelando pela sua memória que e patrimônio, para transmitir de geração em geração como testemunho da bela historia,  com centenas de vultos ilustres que fizeram sua grandeza e nos orgulha.








Um comentário:

  1. História encantadora. Motivação mais que necessaria para sentir orgulho de ser Itapecuruense.

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