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domingo, 5 de maio de 2019

VER,



        

* Rosário de Pompeia

Mais do que doer,
Uma doença que desanima,
Que aniquila e deixa rima
Com o que não pode ser.

Enxergar as dores do mundo,
Penetrar na vida,  tão profundo,
Causa angústia e desolação,
Saber o que muitos não sabem,
Penetrar na imensidade,
No subterrâneo do vulcão.

Mais do que dolorido,
É ter que tapar o ouvido,
É a verdade não enxergar,
É estar preso em liberdade.
É não poder o mundo salvar.


Pois há enorme corrente,
Que prende e não deixa ir à frente,
E nada sai do lugar.
Por isso sigo o caminho,
Quase sempre ando sozinho,
Tentando me desvencilhar,
Do castigo de muito ver,
E quase nada poder mudar.


                                             






 * Maria do Rosário de Pompeia Figueiredo de Oliveira, professora e poeta de Vargem     Grande, membro fundador da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes – AVLA.

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