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sábado, 23 de novembro de 2019

ANTIGA CADEIA PÚBLICA DE ITAPECURU MIRIM


 

                Atual Casa da Cultura Professor João Silveira


Em 27 de no­vembro 1817, Dom João VI comunicou ao ou­vidor da comarca do Maranhão haver concedido ao fidalgo da Casa Real, José Gonçalves da Silva, autorização para fundar uma vila às suas próprias custas, em terras da Ribeira do Itapecuru, na Freguesia de Nossa Senhora das Dores.

Para tanto, o fidalgo teria que construir a sede do governo, ou seja, 30 casas para “habitadores” brancos, edificar uma Cadeia Pública, Casa da Câmara de Vereadores e oficinas, em troca do título de Alcaide-Mor. A vila foi fundada solenemente em 20 de outubro de 1818.


Acordo não cumprido

José Gonçalves da Silva recebeu o título de Alcaide-Mor, mas não honrou o acordo em sua totalidade na vila. Ele só doou as terras e as legalizações de praxe. O rei deu um prazo de dois anos para atendê-las, sob pena de perder as regalias do título de nobiliárquico.  Infelizmente, José Gonçalves  faleceu três anos depois (24.11.1821), sem cumprir o acordo, e seus herdeiros não honraram os compromissos assumidos.

  O presidente da Província arrendou um casarão do então presidente da Câmara, para servir de prisão, destacamento militar e Casa da Câmara, ao tempo que pressionava, via judicial, os herdeiros do Alcaide-Mor, o cumprimento do acordo, sem êxito. Os herdeiros foram condenados com pesadas multas. 


Em 1840 foi alugado e reformado o casarão do vereador Inácio Francisco Oliveira para servir de prisão militar, quartel e Casa da Câmara, enquanto o prédio anterior passou a funcionar como prisão civil.

Construção da Cadeia Pública
  
Depois de muitos anos de reivindicação para construção de um edifício próprio para o destacamento militar, com prisão anexa, Casa da Câmara e Júri, o governo da Província adquiriu em 1864 um terreno contíguo ao quartel para a edificação. O engenheiro Francisco Cesar de S. Amaral, diretor das Obras Públicas da Província, contratou o engenheiro Miguel Vieira Ferreira para a execução da obra, que foi orçada em março de 1864, quando foi iniciada a construção, em 6.935$383 réis. O mestre de obras chamava-se Bernardino Castro. Foi contratada mão de obra especializada da capital e o material todo de primeiríssima qualidade. O terreno ficava no fim da Rua Grande, de canto com a Rua do Egito. O alicerce tinha 3 palmos de profundidade com 101 palmos de comprimento. Foram adquiridos 8.416 tijolos quadrados, 4.240 milheiros de postes, 80 alqueires de cal, 280 alqueires de barro, centenas de carretas com azeite de mamona, cal de sarnambi e grandes pedras para moldar suas paredes. Foram usadas gra­des de ferro fundido ainda dos tempos de barões, duques, coronéis e fidalgos. Apesar de corroídas, resistem à ação do tempo.

O casarão tem características coloniais e arquitetura lusitana, suas paredes seculares resistem, imponentes, ao tempo, já contabilizando em sua história o seu sesquicentenário de fundação. O antigo prédio serviu de Cadeia Pública, Casa da Câmara, Quartel de Polícia, Delegacia, Fórum Judiciário, local de eleições e audiências públicas, também usado como residência de juízes, promotores e visitantes importantes.  

Passou por  várias reformas. Em 1902 o governador João Gualberto da Silva autorizou o Tesouro Público do Estado a liberar o valor de 3.968$214 mil réis para reforma e ampliação de duas celas, contratada a construtora Fernandes Pinto & Cia. sob a orientação do engenheiro Álvaro Agostinho Durans. (Diário do Maranhão, 4.7.1902). Em 1918 o prédio passou por outra reforma para pintura, higienização e reparos gerais, sendo alugada a residência do senhor Alfredo Thimóteo dos Santos, pelo valor de 200$00 (duzentos mil réis), para servir de Câmara dos Vereadores durante a reforma.

Em 1949, foi instalado no seu interior o primeiro gerador de energia da cidade, pelo prefeito Miguel Fiquene.

Reconstrução do casarão

O casarão foi abandonado pelos anos 70 do século XX, porque suas instalações não ofereciam mais condições de funcionamento. Já em ruínas, em 1980 a escritora Arlete Nogueira encaminhou um pedido à Fundação Cultural do Maranhão para a recuperação do prédio. Em 1984, com a criação da Secretaria Estadual da Cultura, gerida pela escritora cantanhedense, foi assinado um convênio para a viabilização do projeto. Mesmo com todo empenho da conterrânea, o projeto não saiu da gaveta. 

Pelo Decreto nº 7.664, de 23 de junho de 1980, o prédio foi tombado pelo Estado pela importância histórica.

Em 1990, estando à frente da Secretaria da Cultura do Estado, o escritor Benedito Buzar deu prosseguimento ao processo de recuperação do prédio, que foi transformado em Casa de Cultura de Itapecuru Mirim criada pela Lei Municipal 632/92. 


Em 30 de abril de 1998, passou a denominar-se Casa da Cultura Professor João Silveira, pela Lei nº 748/98.

   Do livro, Sinopse da História de Itapecuru Mirim (20118), pag. 48, de autoria de Jucey Santana


quinta-feira, 21 de novembro de 2019

FREGUESIA DE ITAPECURU MIRIM

  
         

25.9.1801

A Ribeira do Itapecuru passou a ser explorada desde o século XVII, com instalações de várias fazendas de produção de arroz, algodão e criação de gado, o que determinou o seu progresso. 

O antigo Arraial da Feira era um povoado em fase de contínuo desenvolvimento pela sua privilegiada posição geográfica e por ser um importante encontro de comerciantes dos povoados e vilas vizinhas e das províncias do Piauí e Ceará, que negociavam suas boiadas e produtos agrícolas, constituindo um  grande centro  comercial na região, sendo palco de grandes feiras e exposições de gado bovino e cavalar desde o século XVIII.

 Evolução Administrativa

No início do século XIX, era a região econômica mais importante da Província, concentrando 2/3 de toda a produção agroexportadora, segundo a pesquisadora Antônia Mota.

O município de Itapecuru Mirim, até receber o status de cidade, ocorrido em 1870, teve em sua história várias fases administrativas, que mostram a sua evolução ao longo do tempo. As mais importantes foram as seguintes: instalação da Freguesia (1801), fundação da Vila (1818), criação da Comarca (1835) e titulo de Cidade (1870).

Contexto eclesiástico

Em 1677 foi instalada a Diocese de São Luís do Maranhão, abrangendo toda a Amazônia, subordinada a Lisboa (Portugal). A primeira divisão eclesiástica ocorreu em 4 de março de 1719, com a criação do Bispado do Grão-Pará, desmembrado do Maranhão. 

Toda a região que margeava o rio Itapecuru na época da colonização recebia a denominação de Ribeira do Itapucuru Grande, mais tarde Rosário do Itapucuru Grande, por ser Nossa Senhora do Rosário, venerada padroeira de toda a ribeira do rio. Em razão da colonização portuguesa, a Igreja Católica fez parte relevante na trajetória histórica do Estado do Maranhão.

 Instalação da Freguesia do Itapecuru Mirim

Diante do avanço populacional do Arraial da Feira, com grande fluxo de comércio, intenso tráfego fluvial e inúmeros engenhos de cana-de-açúcar, algodão e arroz, seus proprietários, com muitos escravos, construíam capelas com invocação de seus santos de devoção para atos litúrgicos. Para atender aos inúmeros engenhos, havia os desdobramentos das desobrigas[1] pelos clérigos da Freguesia de Nossa Senhora da Vitória (na capital), ou de Rosário, para ministrar os sacramentos de batismos e casamentos dos escravos e celebrar seus padroeiros, gerando a necessidade de dotar a povoação de uma estrutura administrativa mais organizada, do ponto de vista eclesiástico. 

Por Provisão Régia de 25 de setembro de 1801 foi criada no Arraial da Feira a Freguesia[2] de Itapecuru Mirim sob as bênçãos de Nossa Senhora das Dores, desmembrada da Freguesia da capital. 

A Freguesia se limitava ao sul com Coroatá, ao norte, pelo lado direito, com São Miguel dos Índios, esquerda por Rosário, ao leste com São Sebastião da Manga do Iguará e a oeste com Santa Maria de Anajatuba.
 


[1]           Desobrigas eram as jornadas dos padres e auxiliares ás regiões de difícil acesso para ministrar sacramentos e evangelizar.

[2]           Freguesia é o nome da menor divisão administrativa em Portugal, implantada no Brasil colonial, semelhante a paróquia em outros países. Tratava-se de subdivisões obrigatórias da Arquidiocese. A Freguesia de São Sebastião foi criada pela Lei Provincial nº 13, de 8.3.1835.




     Do livro, Sinopse da História de Itapecuru Mirim (208), pag. 20, de autoria de Jucey Santana

JOÃO BATISTA, SIM SENHOR!

   

*Assenção Pessoa
 
Nesse dia desportivo, trago agora pra’os senhores
Este homem de valor/
João Batista, sim senhor!
João Batista Pereira dos Santos/
nascido em 24 de junho/
de mil novecentos e sessenta e três.
É dele que agora,/ eu falo pra vocês.
Nascido nesse lugarzinho/ Paulo de Mina
Dessa cidade festiva,/ a nossa Itapecuru Mirim.
O João, traça agora sua sina
filho de  Galdêncio e dona Joana.

Ator, do Grupo de Teatro Noroeste e do TEIT, sim senhor.
João Batista, o professor/ Lição de vida... nos inspirou.
João, o poeta; João, o Católico, fervoroso entoava,
sua voz tão grave, ao mesmo tempo, suave
nas missas de domingo, e nas festividades/
de São Benedito,
escrivão nos cartórios de nossa cidade/
João, homem simples e recatado
o Pai de Sarah e de João/
o bom filho, bom esposo,/ o bom pai e bom irmão.

Mas o João também era o ‘torcedor’/
do Flamengo, sim senhor!
Sua grande paixão era o esporte/ 
o atleta do campo e do futsal,
o João, sua marca deixou,/
com  seus sonhos nos driblou
deixou sua marca no futebol,/
e nos corações dos amigos também
amigos da bola, amigos em  comum... nesse vai e vem.

De ator a escritor, João teve suas prosas e poesias
no leito do rio; o rio Itapecuru
do esporte fez, seu lazer e seu viver e seu jeito de partir
nos deixando precocemente, levado por um... raio gigante.
no dia dois de outubro/ de mil novecentos e noventa e nove
a saudade, o luto, é que nos comove.

Mas o João também nos deixou  
sua mocidade num feixe de luz
rasgando o céus num temporal...
de rajadas, ventos e trovões
e naquele campo já encharcado,/
deixava o João... a sua história
deixava o João... o seu Legado.

Assim viveu entre nós,/ o João Batista Pereira dos Santos
homenagem dessa Copa/
que seu nome engrandece
a Copa João Batista/ que nosso esporte... hoje oferece
a tantos filhos seus;  nobres desportistas
dessa quadra que foi seu manto
o manto de João Batista,
João Batista, sim senhor!

*Maria da Assençao Lopes Pessoa, escritora,  membro efetivo da Academia  Itapecuruense de Ciencias, Letras e Artes e sócia da Sociedade de Cultura Latina do Maranhao.


quinta-feira, 14 de novembro de 2019

MANOEL COBRA




 Jucey Santana

As cobras eram assuntos frequentes nas histórias das crianças no município:  as picadas, os perigos e os benzedores. E as jiboias que os comerciantes soltavam nos armazéns para devorarem os ratos.  Eram as cobras-gatos! Existiam cobras que não queriam ser chamadas de vovó; outras davam chicotadas com o rabo;  as que não gostavam de fogo e outras astutas, que aproveitavam quando a mãe dormia e mamava no lugar da criança enquanto enganava esta com o rabo. As Sucurijus que engoliam tudo que encontravam cabritos, porcos, gente e até bois, as de esporão no rabo,  as traiçoeiras, que ficavam à espreita dos incautos viajantes; o abraço mortal das jiboias e tantas histórias que povoavam os  sonhos das criança. Quantos pesadelos!
Como sempre fui apavorada com cobras, como a maioria das crianças, sempre tive a curiosidade despertada para um “certo” Manoel Cobra que viveu em Itapecuru Mirim, que  resolvi investigar.
Manoel Caetano Martins, conhecido por Manoel Cobra, foi um rico comerciante português que viveu em Itapecuru Mirim na segunda metade do XIX.  Era proprietário de negócios no ramo de importações e exportações, barcos a vapor e criação de gado. (Jornal do Maranhão, 21.12.1893). O português foi um grande benemérito da cidade. Tendo sido incansável no socorro às vítimas da grande enchente do rio Itapecuru no ano de 1895, quando teve grande prejuízo por ter seu comércio na Beira-Rio completamente invadido pela  água.
Como era dono de barcos de passageiros e promovia eventos como festivais anuais de músicas e patrocinava os grandes festejos religiosos, mantinha e fazia a manutenção da rampa do rio ao lado do seu comércio, para facilitar a descarga de mercadorias e o acesso dos passageiros e turistas. A rampa ficou conhecida como “Rampa do Manoel Cobra”.
Tendo perdido um irmão, vitimado por mordedura de serpente, lançou uma campanha para acabar com os répteis peçonhentos da cidade, comprando ao preço  de uma “pataca” (moeda da época) todas as cobras que lhe levassem, vivas ou mortas. Foi um festival de cobras!
O português Manoel não conseguiu seu intento, porém reuniu, em suas prateleiras, grande variedade de coloridas cobras engarrafadas e conservadas no álcool, que ,segundo  os “antigos”, serviam de antídoto para as picadas mortais.
O citado português criou e educou o desembargador itapecuruense Raimundo Públio Bandeira de Melo, encaminhando-o  a  Recife e posteriormente ao Rio de Janeiro para conclusão do curso de Direito. Em homenagem ao seu benfeitor, o desembargador batizou o primeiro filho com o   nome de Manoel Caetano.
Convém registrar que Manoel Caetano, (1918-2008) o filho do desembargador itapecuruense, fazendo jus ao referencial de inteligência da família Bandeira de Melo, de Itapecuru Mirim, foi advogado, escritor, poeta e ensaísta, tendo sido ocupante da cadeira número 11 da Academia Maranhense de Letras, patroneada por outro itapecuruense, João  Lisboa.




 Do livro Itapecuruenses Notáveis, 2ª edição (2018), pag. 92, de autoria de Jucey Santana
                        

     

domingo, 10 de novembro de 2019

ITAPECURU-MIRIM



 

Nascimento Araújo

Dentro do peito guardo a minha Terra,
Assim, como se guarda avaramente,
Insondável tesouro em que se encerra
A mais bela das gemas encontradas
Em meio às urzes – palmilhado ingente –
Nas longas e difíceis caminhadas.

Na história dessa gente abençoada,
Há dramas, alegrias e comédias,
Como, também, há lutas e tragédias,
A comtemplar-se em grande revoada,
Quais andorinhas alto esvoaçando,
A festejar o tempo perpassando.

No ritmo de vidas esplendentes
Há galardões imensos no arrebol
Dos muitos que passaram; dessas gentes,
Cuja honra tenaz ainda reboa,
Ora como o luzir de uma coroa,
Ora como o fulgir de um lindo sol.

Eis que um jorro de Luz – Luz ofuscante –
Da velha Europa as glórias eternais,
Ultrapassa o fulgor tonitruante.
Foi, com certeza, exuberante cousa,
O gênio, a fama, o brilho colossais,
Desse filho ideal – Gomes de Sousa!

Na grandeza, de um astro, de primeira,
Que o jornalismo máximo apregoa,
Existe a voz impávida, altaneira,
Da pena modelar de João Lisboa
No seu Timon, que dardejando a luz,
A nossa geração ainda conduz.

Quando devo trazer à Luz rima,
Os louros desse filho, também nato
Da Terra em que nasci tudo me anima,
A cantar e exaltar talento e veia,
Das Letras Brasileiras – Viriato –
Que eternizou, em glórias, os Correia.

Ergo sublime a taça deste encanto,
A brindar com respeito e devoção,
O talento invulgar de um beletrista;
De um portento cultor – de um estilista –
Dessa Terra: é José Sampaio Simão,
O General, que inspira-me este canto.

Todo um sonho de amor e de beleza
Houve sempre por bem enaltecer
O valor deste filho um – Menestrel –
Um doce sabiá do entardecer –
A rimar dessa gleba a natureza,
Em versos magistrais – Hermes Rangel.

Tudo encanta o viver de minha Terra
Através desses grandes que deixaram
Policromia réstia que conduz
Ao mundo da poesia e ali descerra
Os belos versos que imortalizaram
A poetisa Mariana Luz.

Assim se multiplicam muitos filhos,
A honrar o fulgor de minha Terra.
É aqui Tiago Ribeiro, o professor,
De jovens; esperança que se encerra
No paladino esforço promissor,
Rompendo a velha guarda dos empecilhos.

No magistério, tantas gerações,
Fruíram, certo, um magno esplendor,
E quantas almas, de nobreza e amor,
Tenho a exaltar – e disto não me fujo –
Na competência e grandes gerações
Das professoras Santos Araújo.

Nos pród romos dos grandes vicejaram
Muitas e muitas frondes farfalheiras,
Quando frutos opimos sazonaram
No sangue vigoroso dos Nogueiras,
E assim cresceram filhos dedicados,
Aumentando o valor dos já passados.

Dentre os vultos e nomes do alicerce
Desse Itapecuru-Mirim querido,
E de notar-se um outro quer merece
Engrandecer e honrar com mais um elo
A esse povo jamais, nunca esquecido.
Ei-los quem são: os Bandeira de Melo.

Recordo bem, eu era ainda mocinho
Quando. Em noites saudosas, a cismar,
Ouvia-se um cantor – não eram raros –
Era a voz tão bonita do Dominho,
Erguendo, em honras lindas de luar,
A simpatia e o nome dos Sitaros.

Os derradeiros sons – quanto se ouvira –
Ainda reboam longe, em soledade,
Do mavioso canto!... E foi Zulmira
Fonseca, alegre espirito de escol.
Recordo sempre... e sempre com saudades...
A voz desse bondoso Rouxinol.

É-me grato cantar a minha Terra,
Revendo a história e a fama desses Sóis
Que tantos louros sua vida encerra.
Recordar é viver, e, a recordar,
Sinto na alma o esplendor dos arrebóis
De tanta luz em lindo espadanar!

Perdoa, ó minha Gleba, se este canto
Não corresponde ao tanto que devia;
Se porventura omisso, assim, pequei!
Tudo fiz, com certeza, no entanto,
Para dar-te o melhor que possuía,
De coração rimado o que rimei!

Há de bastar-me como ingente gozo,
Ver tanta gente que te honrou profundo,
Eternizada nestes versos meus;
Há de ser minha voz, de alguém ditoso,
Ao menos pela sorte, neste mundo,
De ter sido menor dos filhos teus.

   Do livro, Castália Iluminada (1967), pag. 16 do poeta trovador Juvenal Nascimento  Araújo, patrono da cadeira nº 15 da Academia Itapecuruense de Ciencias, Letras e Artes, representada por Romeu Silvio Bandeira de Melo.