A solidão é um
pássaro
faminto de outro pássaro.
Quando sorrimos,
às vezes a vida nos
escapa...
e o tom nos muda,
de cor.
Se na vida há algum
mistério
é guardado segredo
das coisas
que ao homem velho
se repetem sem
exatidão,
sem muita prece,
sem perdão!
Escondido no rosto
mais firme da face
todo afeto é
movimento de imagem
como na pele a
tatuagem que só você vê.
Que lembrança teus
olhos te trazem
enquanto todos dizem
apenas que é chuva?
A infância é um rio
que nunca se perdeu.
O que o corpo grita?
De que água tua alma
é favorita em sede?
Sobre a sombra de
qual parede te escondes
e teu suor te
desespera?
Pele é alma na
camada mais fina do ser,
uma menina correndo
descalça na rua.
O corpo é o único
moço que sabe o que quer.
Não existe outro
tempo, existe o abismo
a fincar sem timidez
mais uma cruz.
Com gigantesco poder
de atmosfera...
apenas goza em sua
órbita a lua
e mesmo cheia ou nua
não reluz:
- Afasta de si no
céu a escuridão!
*César
Borralho, natural de Codó (MA), 1979, porém, vivo em São Luís do Maranhão desde
1979. Sou professor, mestre em Cultura e Sociedade, especialista em Filosofia
da Arte e graduado em Filosofia. Escrever poesia é dar ritmo às imagens que ele
cria na eterna luta para que o papel não fique obscuro e nem tão vazio. Poesia
é o vento que leva o barco quando barco não há. Nunca aspirou publicar um livro
para me tornar poeta, mas se um dia se tornar um poeta, publicará um livro.