*Hedwiges Frazão
A
trajetória familiar e política
de
Antônio
Uchôa
Frazão
conhecido
popularmente como
Tunico Frazão teve o seu inicio familiar com
o Coronel Pedro Daréu (Pedro José Frazão) que foi o criador e fundador
da
Comunidade
Santa
Luzia
do
Daréu
e
era
casado
com dona
Josefa Raimunda Frazão, no qual tiveram como filhos
Martiniano Gentil Frazão (pai de Tunico Frazão), Evaristo
Frazão e Raimundo
Frazão.
Martiniano Gentil Frazão
casou-se com a filha de Boaventura
Barbosa Uchôa e Emília de Sá Cavalcante Uchôa, Cândida de Sá Uchôa. O casal os precursores da união dos Frazões com os
Uchôas na pequena povoação de Santa Luzia do Daréu, e, juntos tiveram sete filhos, que são eles José Melquiades (Juca), Antonio
(Tunico Frazão), Maria (a Maroca), Emília (Miloca), Izaura (Za- ruca), Maria
dos Prazeres (Nenê) e Pedro ( Liba).
Tunico Frazão, o segundo filho na ordem de nascimento do casal,
neto de Pedro Daréu e Boaventura Uchôa, nasceu em 24/05/1913 na pequena
povoação de Santa Luzia do Daréu, teve uma infância humilde, porém cercada da
tranquilidade da natureza.
Tunico Frazão casou-se aos 26 anos de idade, com a professora
Rosa Marques de Sousa (Rosa Sousa) e foi morar em Sororoca, o casal teve os filhos: Evaristo em 1941 (Guri), Sebastião de em 1943 (Bastico Frazão)
José Augusto em 1944 e adotou Maria do Livramento.
Em uma nova gravidez, Rosa Sousa teve complicações no parto e
faleceu em junho de 1947, deixando seu esposo viúvo
com quatro filhos. Conforme fontes de moradores locais, Maria do
Livramento, filha adotiva do casal, ainda adolescente, assumiu a criação e
educação dos pequenos juntamente com o zeloso
pai viúvo, tendo enfrentado muitas dificuldades.
Tunico Frazão, saiu da comunidade de Santa Luzia do Daréu por conta de problemas familiares,
com seu primo e cunhado Gerson, casado com sua irmã Isaura o pai de Gerson era
irmão de Cândida, esposa de Martiniano.
O segundo casamento de Tunico Frazão com, a também professora municipal Raimunda Nonata de Sousa Mendonça
Frazão aconteceu no dia 19 de maio de 1951, Tunico Frazão já tinha quase
38 anos de idade. Com o novo casamento teve mais quatros filhos: Raimundo em
1953, Hedwiges Maria 17/10/1957, Antonio Filho em 1961 (Tony) e Sérgio Murilo
em 1965 e adotou
Eliziane de Jesus.
Depois do segundo casamento, Tunico Frazão retorna a vida
agraria como lavrador e produtor rural, cultivava a cana-de-açúcar, com a fabricação artesanal de cachaça
e fazendo grandes roças braçais de cultivo
de arroz, mandioca,
milho e legumes para o
sustento da sua família.
Inicia-se a sua vida política pelos anos de 1952 quando apoiava
o seu tio Wladimir a vereador no Município de Vargem
Grande. Em 06 de setembro de 1959, seu tio que era Presidente da Câmara
empossa Tunico Frazão ao cargo de presidente da Câmara de Vargem Grande, mais tarde foi deferido
novamente a prefeito municipal em 26 de abril de 1960 por Wladimir vice-presidente da Câmara.
Em 1962, Branco
Uchôa (Wladimir Barbosa
Uchoa) como Vice-Prefeito do Município de Vargem Grande e o seu
sobrinho Tunico Frazão vereador do Município de Vargem Grande, juntos representavam o povo de Santa Luzia do
Daréu, decidiram lutar pela emancipação política
do povoado, foi uma luta longa e difícil
para criar o município e transformar o povoado em cidade.
Tunico Frazão assumiu a Presidência da Câmara em 30 de janeiro
de 1963 ficando
no cargo até as eleições
municipais de Presidente Vargas.
Como vereador de Vargem Grande abraçou o projeto de Criação e
Emancipação Política de Santa Luzia do Daréu, mais tarde Presidente Vargas.
Na política de Vargem Grande
Tunico Frazão era amigo e companheiro político do coronel e prefeito José
Firmino Gomes. Os relatos orais dos filhos e filhas de Tunico Frazão e Branco
Uchôa indicam que o prefeito era contrário ao projeto em função de divergência políticas com o vice-prefeito Branco Uchôa.
Após o projeto ser acatado já com o nome de Presidente Vargas o
prefeito de Vargem Grande conseguiu vetar novamente impedindo a instalação do
novo Município que se desmembraria do território de Vargem Grande, reduzindo o
subsidio estadual deste. Decepcionado e desmotivado com a política local,
Branco Uchôa se muda com a sua família para a cidade de São Mateus (MA),
deixando sozinho o vereador Tunico Frazão na luta pela criação e emancipação
política de Presidente Vargas.
Após muita insistência de Tunico Frazão
conseguiu con- vencer o prefeito de Vargem Grande, e aderir o projeto, trazendo
consigo o Deputado Estadual Adail Carneiro Secretário da Assembleia Legislativa
do Maranhão e aliado do então Governador da época Newton Bello e o cidadão de
Vargem Grande José do lago Lima (o Zeca Félix).
E finalmente, aos 13 dias do mês de fevereiro de 1965 Tunico
Frazão consegui conquistar a autonomia política e administrativa de Presidente
Vargas. O ato solene realizou-se no final da tarde e contou com uma presença inúmeras
pessoas de toda região que ansiosamente aguardavam o evento.
Na Sessão Solene de instalação, Zeca Félix foi impos- sado
prefeito interino de Presidente Vargas por
indicação e do prefeito de Vargem Grande,
Firmino Gomes, e Tunico Frazão. O
governador foi representado pelo prefeito de Vargem
Grande José Firmino Gomes.
Após este ato, meses depois Tunico Frazão convida e ajuda no retorno de Branco Uchôa para a
cidade de Presidente Vargas.
Naquele momento que seria histórico para a história de
Presidente Vargas, pois seria a primeira eleição presvarguense com os filhos da
comunidade de Santa Luzia do Daréu e Tunico Frazão neto do fundador de Santa
Luzia, Coronel Pedro Daréu, se tornou o principal responsável por Presidente Vargas.
Segue abaixo os nomes dos cidadãos que assinaram a Ata de emancipação Política do Município
de Presidente Vargas Maranhão:
José Ribamar Andrade, José Firmino Gomes, Adail da Silva Carneiro,
Abdala Buzar Neto (Prefeito de Itapecuru Mirim), José Maria Rodrigues, José do Lago Lima, Bel Daniel Ribeiro da Silva, Joaquim Clementino
Lobato Neto, Raimundo Santos Lima, Clovis Rodrigues Viana, Leonel Amorim de Sousa, Fran- cisco das Chagas Melo,
Antonio Gomes Chaves, João da Cruz da Silveira, João Uchôa Mendes, Gerson
Barbosa Uchôa, José Ribamar Sousa, Raimundo Nonato Lopes, Sidney Sousa Pinho,
Zozimo Feques Costa – Luiz Alberto Coqueiro,
Adalisio Barboza Uchôa, Antonio Uchôa Frazão, Raimundo Nonato Bezerra, José
Ribamar Soeiro Bezerra, Sebastião Sousa Frazão, Artur Pires de Jesus e Tomaz de Aquino Gomes.
Naquele mesmo ano aconteceu a 1ª eleição municipal do primeiro
prefeito eleito pelo voto direto do povo presvarguense, quando elegeram a prefeito o Sr. Wladimir Barbosa Uchoa e vice-prefeito
Aldeziro Lopes de Abreu. Nesta eleição teve como candidatos a prefeito: Branco
Uchoa (Wladimir Barbosa Uchôa), Tunico Frazão (Antônio
Uchoa Frazão) e Nezinho Pinho (Sidney
Sousa Pinho).
Após a realização do pleito eleitoral do dia 15 de novembro de
1965, Tunico Frazão como candidato derrotado na referida eleição para Wladimir
Barbosa Uchôa, decidiu com alguns companheiros, entre eles; Lourenço Lázaro
Frazão, Pedro Uchôa Frazão, Luís Alberto
Coqueiro, Raimundo Uchôa Sobrinho, João Uchôa Mendes, Alípio José Lopes,
Atanásio da Conceição Nicácio, Antonio Marinho da Silva, entre outros criar seu
próprio grupo político ficando sobre a sua liderança.
Desse modo, o Município de Presidente Vargas passou a ter dois agrupamentos políticas, o de Branco
Uchôa e o de Tunico Frazão. O de Branco Uchôa ficou sendo liderada por ele até
10/11/1974 data do seu falecimento, assumindo a liderança desse grupo seu genro Afonso Celso Viana Neto até o ano de 2004.
Enquanto o grupo de Tunico
Frazão ficou sobre a sua lide-
rança até 04/01/1991 ano de seu falecimento. Somente na eleição do ano de 2000 o seu sexto filho na ordem de nascimento Antonio
Uchôa Frazão Filho
(Tony) conseguiu se eleger a vereador do Município de Presidente Vargas, sendo
seu herdeiro político.
Mesmo sem ganhar a eleição de 1965, Tunico Frazão não desistiu
da política presvarguese, pois se tornou um líder do seu grupo que na eleição
municipal seguinte de 1969, conseguiu eleger o candidato indicado por ele, o
segundo prefeito o Senhor Luís Alberto Coqueiro que governou por três anos e
juntos novamente conseguiram eleger o terceiro prefeito no ano de 1972, João Uchôa Mendes (Joca Mendes) que
governou por quatro anos. Com Joca Mendes, Tunico Frazão sofre mais uma decepção, pois este prefeito
já nas campanhas municipais de 1976 deixa de
apoiar os candidatos indicados por Tunico Frazão.
Mas após esta derrota política,
Tunico Frazão volta a vencer
no ano de 1882 com o seu candidato Manoel
Mendonça Nicácio que
administrou por seis anos.
Durante todo o seu tempo de líder político, Tunico Frazão
sempre lutou pelo bom desenvolvimento de sua amada cidade, buscando aliança e
parceria com os governantes do Estado e Distrito Federal.
No ano de 1985, teve a sua saúde fragilizada devido a um
problema cardíaco sendo acompanhado pelo cardiologista Dr Ha-
roldo Sousa e Silva. Com a saúde fragilizada veio a óbito aos 77 anos de idade, em 04 de janeiro de 1991, deixando
um legado político plantado
na história política
de Presidente Vargas com ética,
seriedade, honradez e amor pela sua cidade
natal. Pelo seu mérito
foi eleito patrono da cadeira 31 da Academia Vargem-grandense de Letras e
Artes, fundada em 14.7.2019.
*Hedwiges
Maria de Sousa Frazão, professora e
poeta, e promotora cultural, regional, nasceu na cidade de Presidente Vargas (MA), em 17 de outubro de 1957.
Filha de Antonio Uchoa Frazão e Raimunda No- nata de Sousa Mendonça Frazão.
Graduada em Biologia pela UEMA e pós graduada em Gestão e Administração Escolar
com vários cursos de especializações e capacitações no segmento educacional.
Hedwiges é membro fundador Academia Vargem-grandense de Letras e Artes – AVLA, ocupante da cadeira número 31,
patroneada Antonio Uchoa Frazão - Tonico Frazão,
seu pai.