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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O JOGO DE FUTEBOL


Por: João Carlos Pimentel
– Vamos logo! – reclamava alguém. – naquela tarde os meninos estavam reunidos no canto do Colégio Maria Goreth, era dia de jogo de bola no campinho.
Já estavam todos lá: João Pé de Porca, Boca de Chupar Ovo, Sutim, Nego, Pau de Gato, Coxa de Pato, Neném de Bigau, Rasgadinho, Cara de Rato, Gato Preto, Cara de Broa, Vivico, Chico Paca, Carrinho, Calafedeu, Cara de Muçum, Fede a Peixe, Preto, Luís Conha e Virabicho.
O campinho ficava bem distante, depois um pouco do campo do Bandeirante. Mas a ida era sempre animada. Ao chegar, os meninos fincavam duas varas de cada lado das extremidades do campo para formar as travinhas. Começava então a divisão dos times. Cada equipe deveria ter somente cinco jogadores, pois o campo era pequeno. Não havia goleiros. Ficar no gol é muito chato, todos jogavam na “linha”.
Coxa de Pato era o dono da bola e ia formar um dos times; o outro seria do Cara de Rato. Eles foram chamando os jogadores de forma alternada para evitar que um time ficasse mais forte que o outro. E assim foram chamando:
– Sutim! – gritou Coxa de Pato.
– Gato Preto! – disse Cara de Rato.
– Pau de Gato! – Cara de Broa! – Calafedeu! – Cara de Muçum! - Chico Paca! - Fede a Peixe!
Pronto, estavam formados os times: o de Coxa de Pato era composto por ele, Sutim, Pau de Gato, Calafedeu e Chico Paca; Cara de Rato, Cara de Broa, Cara de Muçum e Fede a Peixe formavam o outro time. Os demais jogadores ficaram de fora. Vivico pediu desafiado primeiro, chamou quatro meninos e ficou aguardando para sua equipe entrar no lugar do time perdedor da primeira partida; o segundo desafiado ficou com Virabicho que formou seu time com os jogadores que sobraram, considerados os piores.
A primeira partida foi bastante equilibrada, mas o time de Coxa de Pato ganhou por 4X3. Durante a partida teve uma pequena confusão:
– Entra direito Canela de Vinvim! – gritou Calafedeu para Fede a Peixe que odiava ser chamado de Canela de Vinvim.
– Canela de Vinvim é tu! Barriga de Canapum! – revidou Fede a Peixe.
– E tu, que come peixe e toma banho com o caldo! – disse Calafedeu. Mas a turma separou os dois e o jogo continuou em paz.
 Depois aconteceram mais duas partidas, o sol já começava a desaparecer por trás da copa das árvores quando eles encerraram o jogo e foram tomar banho no açude, lá perto do D.E.R.
– Vamos apostar para ver quem chega primeiro! – gritou alguém. E todos saíram desembestados na direção do açude. Por ser caneludo e rápido, Fede a Peixe acabou ganhando a corrida.
Na volta para casa, apostaram novamente.  Dessa vez ganharia quem chegasse primeiro no canto do Colégio Maria Goreth. O vencedor foi o Virabicho. De lá, todos foram para suas casas fadigadas pelos jogos e pelas corridas, mas felizes por mais uma tarde de diversão.


(NOTA DO AUTOR: este texto não tem qualquer pretensão alusiva a pessoas ou fatos específicos ocorridos em Itapecuru-Mirim. Sendo, portanto, um conto apenas ficcional).


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