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sábado, 12 de dezembro de 2015

CORDEL DA BALAIADA




Chapadinha-MA                    Janio Ayres Teles

Aêêê...            Êôôô...
Escute o que eu vou dizer...
Aêêê...            Êôôô...
O seu nome é Balaiada!
Aêêê...            Êôôô...

Escuta aí povo daqui
Escuta mesmo minha gente
Ouça o que tenho a dizer
E não fique indiferente.

Vou contar uma história
Que há muito aconteceu
De uma luta de um povo
Que aqui alvoreceu.

Não pense ser brincadeira
Ou um de vaneiro meu
Muita gente de primeira
Nessas terras padeceu.

Nas terras do Maranhão
Ceará e Piauí
Se envolveram em confusão
O Cabano e o Bem-te-vi.

Em 1.838
Uma guerra aconteceu
Percorrendo mato e rio
Esse povo conheceu

De Arari para o sertão
Do nordeste brasileiro
Muito gado percorria
Guiado por seu vaqueiro.

Que ironia do destino
A boiada assim descansa
Boi fraquinho vai na frente
E a piranha nele avança.

Vila da Manga é o estopim
Desse bojo desvairado
Raimundo Gomes é o vaqueiro
Seu irmão é libertado.

Ô terra de negro... ô terra de negro...
Maranhão... ô Maranhão...
Quem és tu com essa peleja???
É minha luta, meu irmão!

Vinha da fazenda, fugia pro mato
Ó meu Sinhô, minha Sinhá...
Eu vos deixo por aqui
Que eu vou me libertar.

Negro é forte e tem valor...
Negro Cosme me lidera
Um quilombo ele criou...
Na Lagoa Amarela.

A trincheira é o portal
Te escondes no riacho
Com os pés de manguezal
É onde que eu lhe acho.
Uma cena violenta
Uma família ali sofreu
Manoel dos Anjos, o soldado...
Sua filha a irrompeu.

Manoel jurou agora então
Sua cabeça bem de pé.
Lutar só pela justiça
Meu balaio agora é...

O movimento ali cresceu
Itapecuru se arrepiou
De Tutóia é que partiu
Uma tropa que passou.

São Bernardo e Chapadinha
Se envolveram no conflito
E Brejo de Anapurus
Muita gente muito aflito.

O conflito assim corria
Do Maranhão interior
Da Vila da Manga, Nina Rodrigues
A Caxias então Chegou.

São Luís se preocupou
Um reforço então pediu
Luís Alves de Lima aqui chegou
Lá do Rio ele partiu.

Os rios da região
Foram cercados então
O Itapecuru e o Parnaíba
Preto, Munim e o Guará.

Muito sangue ali correu
Divisões e traições
Balaiada assim findou
Em meio a tantas omissões.
Aêêê...            Êôôô...
Escute o que eu te disse...
Aêêê...            Êôôô...
O seu nome é Balaiada!
Aêêê...            Êôôô...

Um comentário:

  1. oi amei esse cordel mais fiz ele em forma de poema devia falar mais sobre nina rodrigues-vila da manga

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