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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O TESOURO HOLANDÊS


João Carlos Pimentel Cantanhede

Recentemente, folheando alguns documentos em minha biblioteca, encontrei um velho texto escrito à pena, que me fora presenteado por meu irmão Antônio Cantanhede. Ele encontrou essa preciosidade em um antigo baú que pertenceu ao meu bisavô Honorato Cantanhede. À época, Antonio que é pedreiro havia sido contratado por meu tio-avô Mundiquinho Cantanhede para construir uma casa em Guaribas para substituir o antigo casarão que estava todo “distiorado”. 
Mas afinal de que se trata o tal manuscrito? Para matar a curiosidade de todos, vou transcrevê-lo abaixo. Creio que ele narre uma lenda antiga a respeito da destruição da cidade de Itapecuru-Mirim.
Era o ano de 1644, os maranhenses da Ribeira do Itapecuru conseguiram finalmente vencer os holandeses que por quase quatro anos estiveram de posse daquelas terras.
Antes da batalha, os holandeses escolheram dez homens para enterrarem os seus tesouros, para quem sabe, resgatá-los no futuro, ou deixá-los como objetos de cobiça capazes de destruir aquela pequena localidade. Os maranhenses ainda conseguiram capturá-los, mas já era tarde, o tesouro já estava enterrado. Tudo o que conseguiram foi a confissão de uma maldição afirmando que no dia em que a última parte do tesouro fosse encontrada, aquela localidade entraria em total decadência.
Segundo os holandeses seus fantasmas voltariam décadas ou até séculos depois para informar onde cada parte do tesouro está enterrada.
O texto termina com uma advertência:
Aquele que encontrar o tesouro ou parte dele, ficará muito rico, porém, terá que destruir ou ser conivente com destruição de algo muito importante para Itapecuru-Mirim.”
Junto com o texto, havia um pequeno mapa, que possivelmente indicam onde estão ou estavam as dez partes do tesouro holandês. Com ajuda de um mapa recente da cidade suponho que os locais, conforme toponímia atual, sejam os seguintes: Praça Gomes de Souza, Praça da Cruz, Fonte da Miquilina, Morro do Diogo, Rampa do Porto, açude do DER, Igarapé Luís Antonio, Colégio Gomes de Souza, prédio do CEMA e Praça Tancredo Neves.

Após apontar estes pontos como possíveis locais do tesouro, resolvi contar essa história para alguns amigos itapecuruenses que riram muito da minha inocência e me advertiram que se existisse o tal tesouro holandês, ele não teria sido dividido em dez partes, e sim em centenas, pois para todos os lados que se olha em Itapecuru, o que mais se ver é destruição e abandono.

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