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quinta-feira, 7 de abril de 2016

ENCHENTES DO RIO ITAPECURU

Por: Jucey Santana
Ao longo da história temos conhecimentos de grandes enchentes que ocorreram no rio Itapecuru que trouxeram males diversos a população da ribeira do rio. Para citar algumas comecemos pelo ano de 1875, que trouxe muitas mazelas transtornos na recém-criada cidade.  A enchente de 1895, teve repercussão a longo prazo, com devastação em quase toda a cidade.  Os grandes armazéns situados à Beira Rio e nas ruas adjacentes foram tomados pelas aguas a exemplo dos empórios dos negociantes Domingos Araújo e Manoel Caetano (Manoel Cobra). As rampas de desembarques de mercadorias e passageiros ficaram completamente danificadas.
Em 1917 houve outra enchente de grandes proporções. Na ocasião desabaram antigos   casarões e sobradões que testemunhavam a época áurea da aristocracia da Vila, com grande importância econômica, política e militar, época dos Coronéis, Conselheiros, Comendadores, Barões, Agropecuaristas, senhores de engenho, feiras e exposições de gado, (Publicador Maranhense, 27.8.1856). Na ocasião caiu à casa do coronel Bento Nogueira da Cruz na Praça Cel. Nogueira. (Pacotilha, 7.5.1917).
A enchente de 1924, com toda certeza, foi a que causou mais transtornos.  A Rua do Egito, atual coronel Catão, passou mais de um mês submersa, sendo o seu transporte por canoas. A estação de trem ficou só o telhado de fora, e os trilhos inundados.  Os barcos a vapor fundeavam perto da praça da Cruz. As casas que não caíram ficaram abaladas, “parecia que tudo se acabava em Itapecuru”.   Se verificava na época um espírito desalentador, marcado pelo flagelo da enchente. Em uma cidade que já havia conhecido período de grandeza, a enchente do rio deixou marcas de calamidade, pobreza e falta de trabalho. Com o “ciclo da borracha” houve evasão dos moradores para os seringais do norte, agravando mais o comercio e lavoura local.
 A população com dificuldade trabalhava na reconstrução da cidade. Com a baixa do rio, a cidade foi acometida de mazelas como surto de febres, as chamadas “sezões” ou “impaludismos”. (Combate, 25.3.1951 e Correio Paulistano, 18.5.1924)
Em crônica do professor Newton Neves no jornal Combate, com o título, “Itapecuru a Ressurgir” citava os moradores supersticiosos, que chamavam a atenção para a calamidade de 1924, que seria punição em detrimento da antiga “praga” dos capuchinhos que em missão populares, anos atrás, celebraram do outro lado do rio de costas para a cidade, “bateram em maldição o pó das sandálias às portas da cidade”. Profetizavam os moradores: “é o fim de Itapecuru”

Houve também grandes cheias do rio nos seguintes anos: 1947, 1964, 1974, 1986 e em 2009, porém nenhuma se equiparou a calamidade de 1924.


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