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quinta-feira, 11 de maio de 2017

VIEIRA, POMBAL, MELO E PÓVOAS




       

Benedito Buzar

Agora é lei e com direito à comemoração no Maranhão do “Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas”.

Todos os anos, a 10 de junho, os maranhenses deverão organizar celebrações em reconhecimento à influência da cultura portuguesa em nosso Estado.

Já que o Governo do Estado tomou essa iniciativa histórica, é de bom alvitre pinçar e reconhecer as figuras humanas de Portugal que, na fase colonial, tiveram papel saliente em ações e eventos destinados à melhoria do Estado do Grão-Pará e Maranhão.

Refiro-me ao padre Antônio Vieira, a Sebastião José de Carvalho e Melo, o  Marquês de Pombal, e a Joaquim de Melo e Póvoas, que, no meu modo de ver, são merecedoras do reconhecimento público dos maranhenses, em favor do progresso de nossa terra e de nossa gente.

Do padre Antônio Vieira, deve-se sempre enaltecê-lo e venerá-lo. Contraímos com ele uma imensa dívida e até hoje não saldamos, pela renhida luta travada contra a escravidão indígena, por meio da sua extraordinária retórica de missionário, que o tornou alvo da perseguição dos senhores locais e da Inquisição.

Extremamente culto e combativo, Vieira, um esgrimista da palavra, fez dela, no Maranhão, um instrumento poderoso na defesa de suas convicções e princípios, consubstanciados na causa da liberdade dos índios.

Quanto a Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, idolatrado em Portugal, projetou-se como principal ministro do reinado de D. José I, tomando medidas que possibilitaram ampla reorganização de Portugal e seu império. No Brasil, elas repercutiram e resultaram na transferência do governo geral de Salvador para o Rio de Janeiro.

Através das ações pombalinas, deflagradas a partir de julho de 1971, com  a nomeação do sobrinho e engenheiro, Joaquim de Melo e Póvoas  a governador, o Estado do Grão-Pará e Maranhão  livrou-se de grave crise econômica e melhorou sua situação social.

Segundo o professor Mário Meireles, foi na gestão desse novo e operoso  governador que a Capitania do Maranhão viu a sua agricultura e o seu comércio crescerem, com iniciativas que estimularam os  colonos a produzir mais e com melhor qualidade, haja vista à introdução de implementos e insumos agrícolas e abertura de crédito aos produtores.

Paralelamente, construiu fortalezas para a defesa da Companhia, lutou contra os padres, que teimavam em subjugar os nativos e procurou levar a assistência social a todos os seus jurisdicionados.

Bandeira Tribuzi, no livro “Formação Econômica do Maranhão”, afirma que “na verdade, o Maranhão só passa constituir-se realidade econômica ponderável, no contexto colonial português, quando o Marquês de Pombal decide criar condições objetivas de expansão, através da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão.

Por falar no Marquês de Pombal, transcrevo o trecho da carta de instruções que dirigiu ao sobrinho, quando este veio para o Maranhão: “O p ovo que V.Excia. vai governar é obediente, fiel a el-rei, aos seus generais e ministros. Com esta circunstâncias, é certo que há de amar a um general prudente, afável, modesto e civil. A justiça e a paz com que V.Excia. o governar o farão igualmente benquisto, porque, com uma e outra coisa, se sustenta a saúde pública. Engana-se quem entende que o temor com que se faz  obedecer é mais conveniente do que a benignidade com que se faz amar; pois a razão natural ensina que a obediência forçada é violenta, e a voluntária, segura.”

Em tempo: ao contrário de Maquiavel, que recomendava aos governantes o uso do temor como arma, o Marquês de Pombal defendia ponto de vista contrário. Para ele, a bondade, a justiça e a paz sustentavam o exercício do poder

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