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terça-feira, 24 de outubro de 2017

JOSÉ BENTO NEVES



                                                       
  

Jucey Santana
    José Bento Nogueira Neves nasceu em Itapecuru-Mirim em 10 de setembro de 1927. Filho do professor Newton de Carvalho Neves e Guilhermina Nogueira Neves.
Na infância estudou no Instituto Rio Branco fundado por seu pai em 1926 na cidade de Itapecuru-Mirim. Em 1935 com a mudança da família para a Capital, José Bento continuou os estudos no Instituto São José e no Colégio Arimatéa Cisne.

           José Bento, quando criança, teve a visão parcialmente reduzida. Posteriormente, na juventude, novo acidente o levou a uma cegueira total, por alguns anos. Novos desafios, a partir daí, passaram a exigir dele a total confiança em si, para a superação de suas limitações. E deu resultado: voltou lentamente a recuperar a visão, graças a rigorosa disciplina no tratamento prescrito pelo especialista.

            Sempre foi um aluno exemplar. Em 1946 prestou exame para Direito. Recebeu honras de primeiro aluno, ganhando o cobiçado prêmio da Caneta de Ouro. Como acadêmico foi representante do Grêmio Cultural e membro fundador do Centro Cultural “Gonçalves Dias”, e se tornado um orador inflamado e respeitado.
 
            Ainda acadêmico de Direito assumia a direção da família     quando do afastamento do pai por imposição religiosa em 1944 (Vr. Newtom Neves). O jovem acadêmico, praticamente assumiu o controle da família, inclusive financeiro, dando aulas  particulares e em colégios públicos, e orientando os irmãos menores na educação.

          Tornou-se um advogado brilhante. Foi deputado estadual em quatro legislaturas. No Poder Público ocupou cargos importantes como: secretário de Estado, Promotor de Justiça, Presidente e Vice-Presidente da Assembleia Legislativa. Desempenhou com dignidade os mandatos que lhes foi confiado o qual foi perseguido por defender a causa dos lavradores e preso após a deflagração do movimento militar, em 1964.

           Foi secretário do Jornal do Dia desde sua fundação em 8 de março de 1953. Fundou em 18 de agosto de 1957 na cidade de Porto Franco (MA), a Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e Infância – APAMI, para atender a população ribeirinha da região e um dos fundadores da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão – APEM, em 4 de janeiro de 1971.

            Figurou como colaborador em vários jornais da capital. Em 2 de maio de 1962 casou-se com a escritora Maria Theresa de Azevedo Neves. O casal teve os seguintes filhos: Raphaela, Eugênia, Virgínia e Rodrigo.

            Em 2006 Maria Theresa lançou o livro Minha Árvore, que trata de fatos importantes da trajetória do casal, traçando o perfil desse insuperável ser humano: seu irrepreensível e incorruptível caráter; sua inquestionável vocação política herdada de ambos os avós, tanto do paterno quanto do materno  – mas a verdadeira política, a política arte, enfim, a política de buscar a qualquer preço, os caminhos que o levariam a concretizar seus anseios de trabalhar pelo bem comum; a ética, a transparência e a seriedade sempre presentes em suas ações fossem públicas, profissionais, privadas e, sobretudo seu senso de responsabilidade.

Bento Neves faleceu em 21 de setembro de 2012. Pelo seu mérito a Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes o escolheu como patrono da cadeira número 14 de membros correspondentes.

                 Do livro Itapecuruenses Notáveis (2016), pag. 261, de autoria de Jucey Santana

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