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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

FREGUESIA DE ITAPECURU MIRIM


         
                   
25.9.1801
Jucey Santana
A Ribeira do Itapecuru passou a ser explorada desde o século XVII, com instalações de várias fazendas de produção de arroz, algodão e criação de gado, o que determinou o seu progresso. O antigo Arraial da Feira era um povoado em fase de contínuo desenvolvimento pela sua privilegiada posição geográfica e por ser um importante encontro de comerciantes dos povoados e vilas vizinhas e das províncias do Piauí e Ceará, que negociavam suas boiadas e produtos agrícolas, constituindo um  grande centro  comercial na região, sendo palco de grandes feiras e exposições de gado bovino e cavalar desde o século XVIII.

                             Evolução Administrativa

No início do século XIX, era a região econômica mais importante da Província, concentrando 2/3 de toda a produção agroexportadora, segundo a pesquisadora Antônia Mota.

O município de Itapecuru Mirim, até receber o status de cidade, ocorrido em 1870, teve em sua história várias fases administrativas, que mostram a sua evolução ao longo do tempo. As mais importantes foram as seguintes: instalação da Freguesia (1801), fundação da Vila (1818), criação da Comarca (1835) e titulo de Cidade (1870).

                      Contexto eclesiástico
Em 1677 foi instalada a Diocese de São Luís do Maranhão, abrangendo toda a Amazônia, subordinada a Lisboa (Portugal). A primeira divisão eclesiástica ocorreu em 4 de março de 1719, com a criação do Bispado do Grão-Pará, desmembrado do Maranhão.

Toda a região que margeava o rio Itapecuru na época da colonização recebia a denominação de Ribeira do Itapucuru Grande, mais tarde Rosário do Itapucuru Grande, por ser Nossa Senhora do Rosário, venerada padroeira de toda a ribeira do rio. Em razão da colonização portuguesa, a Igreja Católica fez parte relevante na trajetória histórica do Estado do Maranhão.

                Instalação da Freguesia do Itapecuru Mirim
Diante do avanço populacional do Arraial da Feira, com grande fluxo de comércio, intenso tráfego fluvial e inúmeros engenhos de cana-de-açúcar, algodão e arroz, seus proprietários, com muitos escravos, construíam capelas com invocação de seus santos de devoção para atos litúrgicos. Para atender aos inúmeros engenhos, havia os desdobramentos das desobrigas[1] pelos clérigos da Freguesia de Nossa Senhora da Vitória (na capital), ou de Rosário, para ministrar os sacramentos de batismos e casamentos dos escravos e celebrar seus padroeiros, gerando a necessidade de dotar a povoação de uma estrutura administrativa mais organizada, do ponto de vista eclesiástico.

Por Provisão Régia de 25 de setembro de 1801 foi criada no Arraial da Feira a Freguesia[2] de Itapecuru Mirim sob as bênçãos de Nossa Senhora das Dores, desmembrada da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário.
A Freguesia se limitava ao sul com Coroatá, ao norte, pelo lado direito, com São Miguel dos Índios, esquerda por Rosário, ao leste com São Sebastião de Vargem e a oeste com Santa Maria de Anajatuba.
Do livro, Sinopse da História de Itapecuru Mirim (2018), pag. 20,  de      autoria de Jucey Santan


[1]    Desobriga,  eram as jornadas dos padres e auxiliares ás regiões de difícil acesso para ministrar sacramentos e evangelizar.

[2]  Freguesia, é o nome da menor divisão administrativa em Portugal, implantada no Brasil colonial, semelhante a paróquia em outros países. Tratava-se de subdivisões obrigatórias da Arquidiocese. A Freguesia de São Sebastião foi criada pela Lei Provincial nº 13, de 8.3.1835.

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