Clores Holanda
Àquela criança que fui um dia foi se desenvolvendo, criando corpo e vencendo os seus próprios desafios em pleno anos 60. Nesta década, o Brasil ficou marcado por alguns acontecimentos como a renúncia de um presidente, a casuística do regime parlamentarista, o radicalismo político, o golpe de Estado seguido da ditadura militar, do fechamento do Congresso, do elevado número de diferentes governos e da subversão armada. Estes feitos provocaram revoluções e deixaram muitas lições para a história. A ditadura militar foi instaurada, no ano de 1964. Ou seja, essa década foi marcada pela repressão, censura e violência, principalmente no âmbito político por falta de democracia. Imaginem eu ter sido criança nessa época! Não tinha noção da dimensão desses fatos passando despercebidos na minha inocente cabeça
No decorrer dos anos, involuntariamente as consequências foram se arraigando no meu subconsciente, à proporção que eu fui entendendo o desenrolar dos acontecimentos. Na escola éramos submetidas às pressões psicológicas sem nenhum critério ocasionando sofrimentos; e, principalmente por ter estudado em Colégio de Freiras, cuja exigência era bem maior. Como consequências éramos submetidas à vários castigos quando cometíamos peraltices como: Bater na palma das mãos das crianças com palmatória quando não acertasse a tabuada; beliscão; constrangimento do espelho colocado no chão pelos meninos para olhar o fundo de nossas calcinhas como uma forma deles darem gargalhadas zombando da gente; entre outros. A partir daqui percebo ter dado início ao desrespeito à mulher pelos meninos.
Ao longo dos anos o meu maior desafio foi vencer a timidez. Tinha medo de expressar o meu pensamento, de reclamar e de reivindicar. Sofria muito; apenas cumpria ordens deixando calar a minha voz. Hoje, solto o verbo, literalmente, através de meus posicionamentos, sem medo de dizer o que eu sinto e quero. Dessa forma, consegui vencer a mim mesma conquistando a tão desejada “liberdade” galgando os degraus da sabedoria fincada nos estudos, na dedicação ao trabalho em busca dos meus objetivos na perspectiva de fazer aquilo que me dar prazer. Isso somente veio a acontecer quando tive a certeza que querer é poder. Você pode ser tudo que quiser sendo uma mulher sem depender de ninguém. Lutar é o meu lema. Não quero parar. Hoje me considero uma mulher privilegiada. Sigo rumo as minhas convicções. Sou feliz por A mulher que me tornei.
Tenho orgulho de ser mulher. Nasci no mês de março, dia 11, data que se comemora a efeméride de nascimento da escritora e poeta Maria Firmina dos Reis, considerada a Primeira Romancista Negra do Brasil e também Patrona da Academia Ludovicense de Letras, sodalício que eu tenho orgulho de ser um dos membros fundadores; se comemora o Dia da Mulher Maranhense; e ainda nesse mês, dia 8 é celebrado O Dia Internacional da Mulher. E tenho a honra e gratidão por de ter sido convidada pela escritora e pesquisadora Jucey Santos de Santana para escrever esse texto em homenagem a mulher para publicar em seu blog. Enfim, Salve a Mulher em suas diversas atribuições! És um ser abençoado por Deus por ter sido escolhida por Ele para “Dar a luz” a outro ser com a missão de preservar as gerações.
CLORES HOLANDA SILVA. Nasceu em Presidente Dutra – MA. É filha de Geraldo Holanda Cavalcanti e Maria Nazaré Gomes Cavalcante, ambos falecidos. Da irmandade de 10 irmãos é antepenúltima. É mãe de Marcella Holanda Vilhena, casada com Thallissonn Ricardo Costa Vilhena. Possui dois netos: Leonardo Holanda Vilhena (10 anos) e Benício Holanda Vilhena, 6 anos. Funcionária Aposentada da UFMA|. É Historiadora e Especialista em Gestão de Arquivos pela UFMA. Faz parte das seguintes instituições: Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro-Fundadora da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão; Sócia Efetiva da Associação de Amigos da Universidade Federal do Maranhão; Membro da Academia Norte-Americana de Literatura Moderna – Capítulo Brasil; foi Vice-Presidente da Federação das Academias de Letras do Maranhão; Membro Fundadora da reativação da Academia Maranhense de Trovas; Membro Fundadora da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes; Membro Fundadora da Academia Maranhense de Letras Infanto-Juvenil; e, pertence ao Rotary Club São Luís Praia Grande, entre outras instituições. Possui vários artigos publicados no Brasil e Exterior. Tem participação em várias antologias. É Poeta, Escritora, Cronista, Trovadora, Artesã, Atriz e Modelo. Recebeu várias honrarias e troféus, destacando o de Título de Cidadã de São Luís recebido em 2020, de autoria do Vereador Pavão Filho. Em 2024 recebeu o troféu Mulher Evidência, prêmio outorgado por lei, em Recife – PE. Participou do projeto, Púcaro Literário, O poeta e a História, organizado por Jucey Santana e João Carlos Pimentel Cantanahede.
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