segunda-feira, 26 de junho de 2017

CENTENÁRIO DE JOSUÉ MONTELLO



 

Benedito Buzar

O mês de agosto se aproxima bem como o centenário do nascimento do escritor Josué Montello, efeméride que as instituições culturais do Maranhão pretendem comemorar com eventos à altura do valor do saudoso romancista.

Há notícias de que instituições do porte da Academia Maranhense de Letras, Casa da Cultura Josué Montello, Universidade Federal do Maranhão, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Academia Ludovicense de Letras e Fundação da Memória Republicana Brasileira estão vivamente interessadas em realizar programações especiais, destinadas a exaltar o escritor e sua obra romanesca, quase toda ambientada na cidade de São Luis do Maranhão.

Seria de bom alvitre que elas se juntassem e organizassem uma majestosa programação, para o país tomar conhecimento da devoção do Maranhão a um homem que ao longo da vida sempre esteve vinculado à sua terra natal.

Não à toa, a Casa que leva o nome do escritor, pelo fato de ser mantida pelo Governo do Estado e integrar a estrutura da Secretaria da Cultura, recentemente passou por ampla reforma física, com vistas a prepará-la para receber o acervo do intelectual, que ainda se encontra no Rio de Janeiro, e de palco para atos e solenidades em louvor ao ilustre maranhense.

Por falar na Casa de Josué Montello, convém lembrar como ela nasceu, fato que gerou esta mensagem do escritor ao governador João Castelo, registrada no seu Diário da Noite Iluminada, a 3 de junho de 1979: “Estou acabando de receber a honrosa comunicação  de que meu eminente amigo e conterrâneo determinou a aquisição de um velho sobrado maranhense para ser instalada em São Luis, nesse imóvel, a Casa de Cultura Josué Montello. Não sei como agradecer ao querido amigo tão honrosa homenagem. Caso seja possível, eu próprio gostarei de organizá-la, para associar ao seu acervo os trabalhos e as relíquias de meus companheiros de geração literária.”

O prédio que o governador Castelo adquiriu para a instalação da Casa Josué Montello não é o da Rua das Hortas, comprada em 1990, pelo então governador Epitácio Cafeteira, onde hoje funciona a instituição,  mas a do Largo do Ribeirão, construção de dois sobrados geminados, com três pavimentos, mas de pouca profundidade.

O escritor escolheu o dia 23 de janeiro de 1983, aniversário da esposa Ivonne, e centenário de nascimento de Viriato Corrêa, para inaugurá-la. Do Rio de Janeiro, vieram os escritores Jorge Amado, Franklin de Oliveira, Bernardo Couto, Orígenes Lessa e José Guilherme Merquior, com as respectivas esposas, que se juntaram a José Sarney, João Castelo, Pedro Neiva de Santana, Luis Rego, professores universitários, acadêmicos, escritores e artistas plásticos.

No Diário da Noite lluminada, o escritor também descreve a cena da inauguração: “Uma emoção estranha e nova se apodera de mim, sobretudo quando ouço o hino maranhense, tocado pela Banda da Polícia Militar, defronte de minha janela, ao pé da minha porta, à chegada do governador Ivar Saldanha. O povo enche a casa, transborda para a calçada, derrama-se pelo Largo do Ribeirão. Depois dos discursos do governador, de Arlete e de Luis Rego, falo eu para ler meu discurso escrito. No esforço para dominar-me, leio devagar, redobrando de cuidado para que a voz não me falte. A cada momento estrondam as palmas. E eu bendigo minha terra e minha gente, pondo assim à prova a resistência dos meus nervos.”

NOITE



     

Josy Ribeiro

Olho para o céu e vejo as estrelas
E como desejo...
Dormir e sonhar com um mundo de paz

Noite cheia de encanto
E como sonho de criança
Sonho com a esperança
De um mundo colorido
Onde se planta um amor atrevido
Que a guerra não ousa matar

E nas noites mais lindas
Dormir feliz e sonhar com a vida
E com o presente de amar
Acordar com o dia de sol a brilhar
Ter flores de presente
O perfume do abraço
De alguém para amar
A cada amanhecer.


Do livro Púcaro Literário I  (2017)  pag. 49. Organizado por Jucey Santana e João Carlos Pimentel Cantanhede. Maria José Cunha Ribeiro, Graduada em Pedagogia e  pós-graduada em  Psicopedagogia Institucional e Clínica. Poetisa e cronista desde a adolescência, com muitos trabalhos realizados esperando a oportunidade de publicá-los, versando sobre Itapecuru Mirim

domingo, 18 de junho de 2017

RAIMUNDO NOGUEIRA DA CRUZ




                                         



Jucey Santana

            Raimundo Nogueira da Cruz e Castro nasceu no Engenho Outeiro região de Itapecuru Mirim.  O pai foi agricultor abastado e político da região da Ribeira do Itapecuru, tendo falecido em 23 de março de 1887 exercendo o mandato de deputado provincial.

            Seguindo os passos do pai, Raymundo Nogueira da Cruz e Castro  foi influente político de Itapecuru Mirim e dono de uma inteligência ímpar associada  ao grande poder de liderança   que possibilitou sua inclusão no cenário maranhense, chegando a ter grande  atuação  na vida pública do Estado.   
       
            Oficial da Guarda Nacional, proprietário do Engenho Outeiro e próspero criador de gado bovino  por ocasião da elevação da Vila de Itapecuru Mirim ao status de cidade em 21 de julho de 1870, o coronel foi nomeado pelo governo do Estado  José da Silva Maia  ao cargo de Comandante Superior da Guarda Nacional da comarca de Itapecuru Mirim e Anajatuba. 

            Também foi juiz de paz, juiz de Órfãos e Ausentes, delegado de polícia e vereador em várias legislaturas, desde 1864, defendendo o Partido Conservador, dominante na época. 

            Em 21 de março de 1874 pelo decreto nº 5573 foi designado pela segunda vez, Comandante  Superior da Guarda Nacional da Comarca de Itapecuru Mirim.

            Em 1884 foi eleito presidente da Câmara de Itapecuru Mirim que foi reconduzido ainda para o cargo em dois mandatos. Em 1869 foi eleito deputado provincial para o biênio 1880/1881.

            Depois da proclamação da República o coronel Nogueira da Cruz assumiu a chefia do partido Republicano em Itapecuru Mirim. Elegeu-se em três mandatos para Deputado Estadual e chegou a ser presidente da Assembleia Legislativa. 

            Em 30 de junho de 1871 faleceu sua filha Maria Nogueira da Cruz, na fazenda Outeiro e pelo estado de prostração que se encontrava o coronel Nogueira da Cruz e sua esposa todo o serviço fúnebre ficou a cargo do vigário Francisco José Cabral, seu compadre e dos amigos, comendador João Ribeiro de Moura (pai de Hastímphilo de Moura), o alferes Boaventura Catão Bandeira de Melo (político) e Francisco Sitaro (político).

            Foi  padrinho da poetisa Mariana Luz em batizado realizado em 25 de dezembro de 1871 na igreja Nossa Senhora do Rosário que servia de Paróquia de Nossa Senhora das Dores em Itapecuru Mirim. 

            Colaborou com o do jornal Publicador Maranhense, enviando crônicas e notícias de Itapecuru Mirim.

            Eleito 3º vice-governador na gestão de Manoel Lopes da Cunha, tendo assumido o governo por três pequenos períodos, o maior tempo que ficou à frente do palácio dos Leões foi de 16 de novembro de 1904 a 23 de fevereiro de 1905, quando se retirou ainda no cargo de vice-governador por motivo de doença.  Recolheu-se à sua cidade até seu falecimento.

O Coronel Raymundo Nogueira da Cruz e Castro retira-se para Itapecuru Mirim onde reside e agradece cordialmente a todas as pessoas que honraram com suas visitas, pedindo desculpas que por motivo de moléstia não cumprir pessoalmente com esse dever, pondo disposição de todos os seus serviços naquela localidade. (Diário do Maranhão, 24.2.1905).

            Da enfermidade adquirida na constância do cargo de vice- governador, veio a óbito em  10 de junho de 1908 em sua fazenda no Outeiro dos Nogueiras em Itapecuru Mirim.

            A Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes reconhecendo-lhe os méritos o escolheu para patronear a cadeira número 11 dos Membros Correspondentes.

            Em 18 de maio de 2017 a sua foto foi inaugurada na Galeria da Câmara Municipal de Itapecuru Mirim.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

AMOR LÍRICO



   

 Em homenagem ao dia dos namorados.




Assenção Pessoa*

Este sentimento que ora fala
por afeto, misericórdia, compaixão,
outras vezes, este amor que cala,
sob a forma de paixão, desejo, atração.

Este sentimento que por si revela
o sopro de Deus sobre a vida.
Harmonia, na forma mais bela,
é o amor, este sentimento vivido.

Amor, sentimento que preenche a alma,
Por segundos, horas... Quiçá! Eternamente...
Sentimento puro que nutre os corações.

Amor, sentimento nobre que acalma,
confissões eternas dos amantes.
Amor lírico que provoca inspirações.
 
             Professora especialista, escritora e poeta, Maria da Assenção Lopes Pessoa, Licenciada em          Biologia com Especialização na mesma área e em Gestão, Supervisão e   Planejamento, é   autora de Recordações, José e as Três Mosqueteiras, A Princesa Sarah e o Sapo, Itapecuru Mirim, sua gente, sua história. Membro Fundador da Academia Itapecuruense   de Ciências, Letras e Artes - AICLA – Cadeira de Nº 13 e colaboradora do Jornal de Itapecuru.