sexta-feira, 25 de setembro de 2015

ANA JULIA


Por: Jucey Santana
        Chamam-me imortal porque faço parte da Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes – AICLA, mas na realidade sou uma simples mortal e não estaria hoje contando histórias de ilustres itapecuruenses se não fosse pela intervenção de uma nobre filha da terra. Passo aqui a relatar o fato: Quando pequena, talvez com três ou quatro anos, isto não me lembro... Morávamos na Rua do Egito, atual Coronel Catão. A minha irmã Jacira desceu ao rio para lavar roupas e nadar e eu a acompanhei. Enquanto minha irmã nadava com as amigas eu certamente quis segui-las, caindo no rio sem que ninguém visse. As lavadeiras sentiram minha falta e uma delas perguntou: “Onde está a menina de dona Margarida”?
            Esta senhora que sentiu a minha falta ao lado da tábua de lavar, me localizou rio abaixo subindo e descendo ao sabor da correnteza. Então corajosamente nadou e me resgatou no meio do rio.  Depois de muito vomitar eu fui considerada salva do afogamento, graças a ela. Houve um alvoroço em toda beira-rio e vizinhança.  Minha mãe, em agradecimento, a partir de então, me obrigou a chama-la de mãe. Daí para frente, já me lembro...  Tinha muita vergonha de chamar aquela lavadeira de mãe. Eu a achava feia e pescoçuda. E ainda por cima ela vendia bolos e chocolates nos festejos da igreja. Minha mãe me obrigava a tomar a bênção na frente de todo mundo.  Depois da bênção e afagos ganhava invariavelmente, o seu famoso chocolate, muito quente que me queimava a boca. Para falar a verdade, nunca gostei de chocolates. E ela toda satisfeita com aquela filha especial, que não se cansava de contar   a história do rio. Eu fazia tudo para não encontra-la. Nunca nem me importei de saber seu nome.
            O tempo passou e não esqueci o episódio. Tempos atrás resolvi buscar informações sobre a minha salvadora. Então soube tratar-se de Ana Júlia. Gostaria de tê-la conhecido para poder abraça-la e me desculpar por ter sido uma filha tão ingrata!
            Ana Júlia Silva Correa, nasceu em Itapecuru Mirim, em 1901. Era filha de Benedito Antônio Correa e Cândida Flora Correa. Foi casada com José da Silva, mais conhecido por José da Laranjeira, por ser oriundo da localidade Porto das Laranjeiras, atual Assentamento Conceição Rosa. Teve três filhos:  Maria das Dores, e os músicos Luís Venâncio e Manoel, conhecido por Manoca.
            Ana Júlia, sempre foi benquista, hospitaleira e popular em Itapecuru-Mirim. Ninguém saia de sua casa sem fazer uma refeição ou pelo menos um lanche. Muito católica, organizava dois grandes festejos por ano, em sua casa, auxiliada pelos filhos, netos e a comunidade que assumiam compromissos como noitantes, que eram os   responsáveis pelas noites. Em janeiro era a Festa de São Sebastião e em junho celebrava o Sagrado Coração de Jesus. Nas novenas as rezas, Ladainhas e Ofício de Nossa Senhora, eram cantados em latim. As festas eram bastante concorridas com farta distribuição de bolos e chocolates. Também foi caixeira do Divino durante muitos anos na Festa do Divino Espírito Santo organizada por Raimundo Veras e nos diversos festejos das comunidades rurais.
             Ana Júlia, foi doceira e quituteira renomada. Nos festejos realizados pela Paróquia, como de Nossa Senhora das Dores, São Benedito e Divino Espírito Santo e Festa da Cruz, Ana Júlia era presença certa com sua banca de venda de bolos e doces. Por muitos anos foi lavadeira no rio Itapecuru, juntamente com Nhaju, Janoca, Quita, Eliosina, Mariana Serra, Maria do Cabelão e outras, para famílias abastadas, em época que não havia água encanada.
            Como parteira, ajudou muitos conterraneozinhos virem ao mundo. Em 1973 participou do curso de aperfeiçoamento de parteiras leigas ministrado pelo médico José Curtius Carneiro e o auxiliava no posto médico da cidade.  Atendia a qualquer momento, quer na área urbana quer na zona rural, onde enfrentava locais de difíceis acessos, com atoleiros e sem estrada e sem luz elétrica para socorrer uma parturiente que precisasse de ajuda.
            Ana Júlia aposentou-se pelo antigo Funrural no início dos anos oitenta e faleceu em oito de janeiro de 1992.  Tenho muito orgulho de ter tido aquela nobre mãe!
                            O presente texto faz parte do livro inédito, Itapecuruenses Notáveis, de Jucey Santana.

         Foto restaurada por Ailson Lopes.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

IGARAPÉ DO LUÍS ANTONIO



Por: Jucey Santana                                                                Fotos de Tiago Oliveira
Algumas pessoas me pediram informações de Luís Antônio. Quem foi ele? Existe uma Rua Luís Antônio, até um mini bairro identificado com esse nome, e aí a interrogação.
E aí me veio as lembranças de infância no Caminho Grande, o antigo Caminho da Boiada.  Gostava dos banhos nos diversos riachos das redondezas. Eram comuns as escapadas com meus irmãos José Domingos e Jurandir, para os banhos nas cheias do riacho “Luís Antônio”, (hoje apenas uma galeria) e depois sofrer as medidas coercitivas de praxe, acompanhadas dos resfriados e ter que enfrentar chás e lambedores, além das famosas frieiras adquiridas nos percursos dos banhos, trânsitos livres de porcos e consequentemente as suas fezes, focos das transmissões das micoses, causadoras de grandes desconfortos à noite. Ter que perder aulas porque não conseguia calçar sapatos e escutar a todo o momento o blá, blá, blá da mãe. Não te disse???

O porquê do nome Luís Antônio no igarapé era interessante. A sua história me atraia pela riqueza do imaginário popular. Contavam que o riacho era guardado por mãe d’água e entidades do além, por ter um “tesouro” enterrado em suas margens. Um caboclo muito querido, do lugarejo Pau Nascido chamado Luís Antônio foi encontrado morto no seu leito, na década de 30. Tempos depois ocorre outro óbito nas mesmas circunstancias, desta vez do popular Manduca Cesteiro, dando asas à imaginação dos habitantes, que diziam que os “donos” do lugar se sentiam incomodados e estavam punindo os seus invasores. Todos conheciam a história.

POVOADO SANTA LUZIA –SANTA RITA - MA

PESQUISA HISTÓRICO/SOCIAL E CULTURAL

Por: Tiago Oliveira                             
O Povoado de Santa Luzia provavelmente herdou este nome da devoção dos moradores a Santa Católica de mesmo nome; a comunidade está localizada a aproximadamente trinta (30 km) quilômetros da sede do Município de Santa Rita em uma área limítrofe a Itapecuru-Mirim. Seus primeiros moradores provavelmente são remanescentes dos Povoados Santa Joana, Santa Maria e Mandioca, que eram respectivamente propriedades de Ana Rita e Maria Rita Belfort filhas do Mestre de Campo, Lourenço Belfort fundador do Engenho Kelru, na margem direta do Itapecuru fazendo desta comunidade, mais um dos tantos remanescentes de quilombo no Maranhão.
A Sr.ª. Andreza Correa dos Santos nascida no povoado São João e criada na comunidade, que possui cento e quatro (104) anos, nos dá uma ideia da idade do início da povoação final do século XIX. Já em uma aula de campo, que contou coma presença de todos os alunos do 3º, 4º e 5º anos do Colégio Local, na residência do Senhor. Benedito Gomes dos Santos, vulgo “Nhozinho” trouxe a lume preciosas informações. Que são, a saber:
- O mesmo afirma possuir oitenta e três (83) anos e ser morador da comunidade há mais de 43 anos, que na época de sua chegada a comunidade possuía algo em torno de cinco (05) casas, não possuía energia elétrica, escola, e o único comércio era do Sr. Bento, o professor da comunidade era o sr. Cândico do Povoado Veneza;
- Caças, como: veados, pacas, caititus, tatus e cotias eram abundantes; os peixes tanto, no rio como no Igarapé do Mucambo, Ipiranga e no Satuba da comunidade eram abundantes; As roças eram muito produtivas, pois a vegetação era quase que nativa ainda.  Atualmente, quase não existem mais, assim como os curiós, primaveras e ciganas...
Atualmente, início do século XXI a comunidade possui: aproximadamente cinquenta e oito (58) casas e uma população de duzentas e quatorze (214) pessoas, sobre este tema a casa de Dona Marcelina é a que possui mais moradores, pois nesta vivem onze (11) pessoas;
 A Comunidade não possui posto médico;
Possui uma escola municipal com três (03) salas onde funciona educação infantil, ensino fundamental I e II;
Possui uma pequena Praça, uma Igreja Católica em devoção a Santa Luzia, que foi fundada na década de 50 do século XX pelo antigo proprietário das terras Isidoro Mendes;
 Dois (02) campos de futebol;
Uma associação local;
As manifestações culturais são baseadas principalmente ao culto a São João, Santo Antônio, Santa Luzia, Tambor de Crioula, Capoeira de Angola e Dança do Coco;
 As crendices ainda são baseadas na figura da Mãe D’água e do Saci-Pererê;
Os cantadores de tambor mais populares são: Murilo, Luís, Celso e Chico;
Existia na comunidade uma Senhora conhecida como “Dazira”, que a maioria das crianças tinha medo dela;
A única parteira leiga ainda viva é a dona Marcelina
 Os benzedores mais conhecidos são: Xavier, Miguel e Marcelina.   
A alimentação é baseada na combinação do arroz com a farinha, feijão, carne de gado, frango e peixes.  Os remédios caseiros ainda muito comuns, como o chá dá à mescla para gripe, chá de boldo para dores de barriga etc.
A renda local é baseada principalmente por beneficiários do INSS, Bolsa Família, Roças e o extrativismo de produtos da região como o  Coco – babaçu, bacuri etc.
Os principais problemas da comunidade são: a falta de emprego, de abastecimento de água, e a poluição que já começa a aflorar na comunidade.

Obs.: A presente pesquisa teve a participação dos alunos do 3º, 4º e 5º anos, do Colégio Santa Luzia do povoado supracitado.

sábado, 19 de setembro de 2015

I OLIMPÍADA MARANHENSE

                                                            
DE LÍNGUA PORTUGUESA

      Por: Jucey Santana     
         
           O Centro de Ensino Newton Neves se inscreveu na I Olimpíada Maranhense de Língua Portuguesa, um projeto da Secretaria de Estado da Educação, trazendo o subtema “Maranhão, Minha Terra e Minha Gente” com abrangência em todo o Estado. O projeto visa incentivar e desenvolver ações direcionadas   a formação de professores do Ensino Fundamental e Ensino Médio na produção de textos com seus alunos no intuito de melhora o entendimento da língua pátria ao tempo que resgata a nossa cultura de um modo geral, a identidade da nossa gente e a nossa realidade e assim desenvolvendo a consciência crítica e a cidadania do estudante.



          O lançamento do projeto ocorreu no dia 17 do corrente, tendo como convidadas palestrantes as escritoras e integrantes da Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes, Jucey Santana e Assenção Pessoa. As acadêmicas, que de acordo com o projeto da instituição cultural “A AICLA vai à Escola”, incluíram a Academia como co-patrocinadora da Olimpíada, para incentivo dos talentos da terra.

           O evento no Newton Neves tem a orientação da gestora geral, a professora Vaneide Oliveira, e as coordenadora Raimunda Cantanhede e Benilza Oliveira.  Vamos torcer para que outras instituições de Ensino faça adesão ao projeto de grande alcance literário e cultural. 



quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O JOGO DE FUTEBOL


Por: João Carlos Pimentel
– Vamos logo! – reclamava alguém. – naquela tarde os meninos estavam reunidos no canto do Colégio Maria Goreth, era dia de jogo de bola no campinho.
Já estavam todos lá: João Pé de Porca, Boca de Chupar Ovo, Sutim, Nego, Pau de Gato, Coxa de Pato, Neném de Bigau, Rasgadinho, Cara de Rato, Gato Preto, Cara de Broa, Vivico, Chico Paca, Carrinho, Calafedeu, Cara de Muçum, Fede a Peixe, Preto, Luís Conha e Virabicho.
O campinho ficava bem distante, depois um pouco do campo do Bandeirante. Mas a ida era sempre animada. Ao chegar, os meninos fincavam duas varas de cada lado das extremidades do campo para formar as travinhas. Começava então a divisão dos times. Cada equipe deveria ter somente cinco jogadores, pois o campo era pequeno. Não havia goleiros. Ficar no gol é muito chato, todos jogavam na “linha”.
Coxa de Pato era o dono da bola e ia formar um dos times; o outro seria do Cara de Rato. Eles foram chamando os jogadores de forma alternada para evitar que um time ficasse mais forte que o outro. E assim foram chamando:
– Sutim! – gritou Coxa de Pato.
– Gato Preto! – disse Cara de Rato.
– Pau de Gato! – Cara de Broa! – Calafedeu! – Cara de Muçum! - Chico Paca! - Fede a Peixe!
Pronto, estavam formados os times: o de Coxa de Pato era composto por ele, Sutim, Pau de Gato, Calafedeu e Chico Paca; Cara de Rato, Cara de Broa, Cara de Muçum e Fede a Peixe formavam o outro time. Os demais jogadores ficaram de fora. Vivico pediu desafiado primeiro, chamou quatro meninos e ficou aguardando para sua equipe entrar no lugar do time perdedor da primeira partida; o segundo desafiado ficou com Virabicho que formou seu time com os jogadores que sobraram, considerados os piores.
A primeira partida foi bastante equilibrada, mas o time de Coxa de Pato ganhou por 4X3. Durante a partida teve uma pequena confusão:
– Entra direito Canela de Vinvim! – gritou Calafedeu para Fede a Peixe que odiava ser chamado de Canela de Vinvim.
– Canela de Vinvim é tu! Barriga de Canapum! – revidou Fede a Peixe.
– E tu, que come peixe e toma banho com o caldo! – disse Calafedeu. Mas a turma separou os dois e o jogo continuou em paz.
 Depois aconteceram mais duas partidas, o sol já começava a desaparecer por trás da copa das árvores quando eles encerraram o jogo e foram tomar banho no açude, lá perto do D.E.R.
– Vamos apostar para ver quem chega primeiro! – gritou alguém. E todos saíram desembestados na direção do açude. Por ser caneludo e rápido, Fede a Peixe acabou ganhando a corrida.
Na volta para casa, apostaram novamente.  Dessa vez ganharia quem chegasse primeiro no canto do Colégio Maria Goreth. O vencedor foi o Virabicho. De lá, todos foram para suas casas fadigadas pelos jogos e pelas corridas, mas felizes por mais uma tarde de diversão.


(NOTA DO AUTOR: este texto não tem qualquer pretensão alusiva a pessoas ou fatos específicos ocorridos em Itapecuru-Mirim. Sendo, portanto, um conto apenas ficcional).


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

MARIANNA LUZ


55 ANOS SEM SEUS MURMÚRIOS

Por: Jucey Santana
Este ano de 2015 a nossa maior poetisa completa 55 anos do seu falecimento, ocorrido em 14 de setembro de 1960.  Faleceu aos 89 anos, sempre escrevendo seus   poemas, sentindo o murmurar em tudo; na natureza, na chuva, na brisa, no canto dos passarinhos, nos risos das crianças, nos dobres do sino, nos gemidos dos carros de bois, nos balidos das ovelhas, no barulho do trem nos trilhos, no trotar dos cavalos, tudo era motivo de inspiração para sua mágica “pena”, que transformava em poemas. Nunca parou de escrever.
Marianna Luz foi uma mulher  na vanguarda  do seu tempo.  Ela  não temia quebrar as regras de uma sociedade preconceituosa para impor o seu   trabalho e talento. A exemplo de dedicar-se ao magistério por quase 80   anos, como a um sacerdócio; ajudar na educação de gerações e gerações de maranhenses; ser pioneira em trabalhos artísticos e artesanais; fundar escolas; ajudar na construção da igreja; fundar teatro; participar de grêmios literários; fazer parte dos principais acontecimentos históricos, culturais e sociais da sua cidade e se projetar como renomada poetisa,  angariando respeito em toda uma classe   literária, ao lado de gigantes da intelectualidade que criaram  o fenômeno da “Atenas Brasileira” no cenário estadual.
Sua história está vinculada na história da arte literária, no momento mais expressivo da memória da poesia maranhense, com um lastro de grande importância.
Registro o comentário do escritor e pesquisador João Carlos Pimentel, sobre a importancia da poetisa para os itapecuruenses: Embora Gomes de Sousa tenha sido infinitamente mais famoso, o seu legado para Itapecuru-Mirim, resume-se ao fato de lá ter nascido. Já Mariana, (...) dedicou toda sua vida à educação, a cultura e a igreja da sua terra. Para mim, ela é indiscutivelmente a filha/o mais importante, pois a sua contribuição foi concreta e efetiva e não apenas um famoso que ali nasceu e ainda criança migrou para São Luís/Rio de Janeiro/Europa como foi o caso de Gomes de Sousa. Não quero com isso diminuir a importância do gênio da matemática. E sim, dar o verdadeiro reconhecimento a Mariana Luz. Ele é o filho mais ilustre e ela a mais importante”.
Não parei de pesquisar Marianna Luz. Tento localizar algumas das suas famosas peças teatrais. Fui informada pelo professor Mauro Rego que poderia encontrar algumas em arquivos de antigos moradores de Anajatuba ou seus herdeiros, onde apreciavam muito o seu talento, quem sabe desenterre esses tesouros! Tenho também outros textos inéditos para uma próxima edição do livro “Marianna Luz, vida e obra”. Ela me surpreende a cada dia.  Recentemente encontrei um poema, que fez parte de um torneio literário do final do século XIX. Como não eram permitidas mulheres naqueles torneios ela assinou como homem e fez bonito. Os homens é claro, alardeavam a formosura de suas amadas, e Marianna Luz mostrou também que tinha uma diva que superava qualquer outra, levando o leitor a imaginar que se tratava realmente de um homem.

AOS POETAS DO TORNEIO
Hector Moret

Poetas, eu perdoo a ousadia,
Com que dizeis que vossas bem amadas,
São mais belas que as louras madrugadas
E mais encantos tem, que a poesia.

Mas forçoso me é um desagravo...
Não conheceis por certo minha diva,
Essa mulher, que ordena-me que viva,
De quem me orgulho em ser humilde escravo!

É longa e interessante a historia dela:
Despeitados um dia loucamente,
Porém os astros dizem ao onipotente:
Incomoda-nos o brilho desta estrela.

Manda-a daqui, não temos mais um seio,
Uma alma docemente enamorada,
Que em noite serena e perfumada
Por nós suspira em doloroso enleio.

E Deus, alma sublime e piedosa,
Apesar de sentir ausência sua,
- Eu vou manda-la, disse branca lua,
Vou transforma-la em purpurina rosa,

Então no prado, entre mimosas flores,
Entre lírios tão puros como a neve,
Beijou-a o colibri muito de leve,
Sentindo o peito borbulhar de amores.

Não mais o sol beijou as açucenas,
Não mais os arrebóis das madrugadas,
Banharam as corolas perfumadas,
Em que adejavam rutilas falenas.

Descoraram as flores de ciúmes,
E em precioso bando matizado
Elevaram ao céu todo anilado,
Suas queixas envoltas de perfumes.

E Deus tomando a flor tão peregrina,
Em suas mãos de pai, bom e perfeito,
Formou-lhe um coração dentro do peito
E lhe deu uma alma lirial divina.

Vai lhe disse: reinar, fulgir, vencer,
A todas essas que se julgam bela,
Domina-as com o olhar e diz a ela,
Que fostes, Estrela, Flor e hoje és Mulher!


O Norte, (Barra do Corda) 13.8.1899


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

PADRE BENEDITO CHAVES LIMA


Por: Jucey Santana

Nasceu em Buriti/MA, a 13 de setembro de 1926, era filho  de Gaspar Lima e de Ana Chaves Lima, e em 18.02.1927 foi batizado pelo Padre Aderbal de Castro, na Igreja de Santana no Buriti.
Cursou o primário em sua cidade na escola particular de Dona Maria Mourão.
Em outubro de 1939, conheceu Padre Gerson Nunes Freire (irmão do ex-governador Nunes Freire), quando este esteve em Buriti em visita pastoral. Neste ano fez a 1ª comunhão  e manifestou o desejo de seguir a vida religiosa. O Arcebispo era Dom Carlos Cardeal de Vasconcellos Mota.
Em 26.02.1940 - Ingressou no Seminário Episcopal  de Santo Antonio, onde cursou: Humanidade - equivalente ao ginásio e segundo grau, dois anos de Filosofia e três anos de Teologia. No seminário recebeu o Sacramento da Crisma com 1ª Tese na Teologia. Tonsura e Ordens Menores.
Para viajar de Buriti ao Seminário, pegava o  trem em Itapecuru ou em Caxias. De 1940 a 1950 ele fez a viagem, umas 50 vezes, numa extensão de 210 km gastos de cada vez, eram feitas a cavalo em quatro dias: sol, chuva, rios cheios, sem pontes, num total desconforto. Ele tinha dois companheiros de viagem, os amigos José e Júlio Costa. (ordenaram-se juntos)
Em 1951 os seus superiores o mandaram de volta a casa para testar a vocação fora do seminário.
Em 1952 foi enviado pelo arcebispo Dom José Delgado ao Seminário Central do Ipiranga/São Paulo onde conclui o 4º ano de Teologia ( dezembro de 1952)
Em novembro de 1852 recebeu o Subdiaconato e Diaconato na capela do seminário Central de São Paulo.
Teve como orientadores no seminário Santo Antonio os padres Lazaristas: Lucas Medelim, Francisco Delile, Luis G. Negreiros, Arruda e Enzio (de 40 a 51) No Seminário de São Paulo: Monsenhor Vicente Zione (1952)
Em 04 de janeiro de 1953 foi ordenado Presbítero na Igreja de Santana  em  Buriti, por Dom José Delgado estando presentes os seguintes padres:
    - Pedro Santos - Pároco de Brejo e responsável por Buriti
    - Frederico Chaves (primo) Vigário Geral
    - Porcínio Costa - Vigário da Catedral da Sé
    - Monsenhor Ladislau Papp - Diretor da O.V.S.
   - José Travassos Furtado - Vigário cooperador de Brejo e orientador da turma de Seminário
      - Diácono Manoel Prestes
Celebrou a primeira missa ( Missa Nova) dia 5 e dia 6, de janeiro. Esteve a serviço em  várias paróquias.
1 - De fevereiro de 1953 a agosto de a 956 foi vigário cooperador da Paróquia de Santa Rita e Santa Filomena de Codó, Dom Prdro e Governador Archer (antigo Centro da Paciencia)  Sendo Pároco, o Cônego Cicinato  Ribeiro do Rego.
2 - De 25.08.1956 a 31.12.1959 - Foi vigário cooperador na região do Baixo Munim: Morros, Icatu, Axixá, Presidente Jucelino e Cachoeira Grande, sendo pároco Monsenhor Carlos do Bomfim Costa Bacelar.
3 - Em 03.03.1960,  nomeado por Dom José Delgado 1º Vigário da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima (antigo bairro Cavaco) e cooperador da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, do Monte Castelo - Durante esse tempo morava no Seminário Santo Antonio e dava aulas para se sustentar.
4 - Em 27 de maio de 1961 toma posse na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Araioses até dezembro de 1962, quando recebe a provisão do arcebisto, nomeando-o Reitor do Seminário de Santo Antonio.
 5 - Em 25.01.1963 assumiu a Reitoria e Procuradoria do Seminário de Santo Antonio, tendo o padre Jocy Rodrigues como Diretor Espiritual e Padre Francisco Soares como vice-reitor. Em fevereiro de 1965 deixou a Reitoria e Procuradoria
6 – Em março de 1965 ficou um mês em Barreirinhas, e de abril a junho do mesmo ano fica como vigário substituto na Catedral Metropolitana, e nomeado Diretor da O.V.S.
7 – Em 21 de setembro de 1965 por Provisão de Dom João  José  Mota e Albuquerque ( que se encontrava em Roma no Concílio Vaticano II) Toma posse na nova Paróquia de Bacabal.
8 -  Em 1968 – fez pós graduação em São Leopoldo o curso “Cristus Sacerdos” ocasião que teve a oportunidade com o amigo frei Paulo Zoderer de conhecer Uruguai, Argentina e Chile (de ônibus) chegando a atravessar os Andes para conhecer de perto o Aconcágua,
9 – Em 24 de janeiro de 1970 para Itapecuru falece em Itapecuru o Padre Albino então a forania de Coroatá solicitou um padre ao Arcepispo sendo indicado o Padre Benedito que foi transferido de São Mateus tendo assumido na tarde de 07 de março de 1970, presentes Dom Mota, Padre Miguel Candas (de Pirapemas) e o Cônego Raimundo Carvalho de Vargem Grande.
10 – Em 1974 concluiu a faculdade de Filosofia em Teresina. – Obtendo a Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal do Piaui.
11 – Em 04 de janeiro de 1978 celebração na paróquia Nossa Senhora das Dores os 25 anos de vida sacerdotal, presentes Dom José Medeiros Delgado, Monsenhor Benedito Estrela (vigário Geral) Monsenhor Gerson Nunes Freire, Cônrgo Clodomir, Monsenhor Porcínio Costa que muito contribuiu para minha volta ao seminário, Padre Miguel Candas, Conego Francisco Dourado (de Anajatuba) Padre Cláudio de São Mateus, Padre João e Roberto de Coroatá (franceses) Padre Ângelo Veja de São Luis, Padre Gerard Dupont, as irmãs de Santana d Santa Casa da Misericórdia, Irmã Damiana, superiora de Vargem Grande e as Irmãs Josefinas. O arcebispo D. Mota justificou a ausência.
12 – Em maio de 1978 fez uma peregrinação em alguns países da Europa: Portugal, Espanha, França,  Inglaterra e Israel. Capitais e algumas cidades com: Lisboa, Fátima, Batalha, Madri, Arrás,  Lili e Lourdes. – Esteve também em Londres. Participou de uma audiência geral com o Papa Paulo VI  e em Roma indo ao Convento dos padres Franciscanos. E por última na Terra Santa (Israel)
 13 – Em 04 De janeiro de 1993 completou 40 anos de ordenação. Pela sua avaliação pessoal, se sente muito feliz  ainda no serviço da Igreja, apesar de reconhecer  junto aos irmãos, apesar de reconhecer muitas limitações, e do seu jeito peculiar,  um tanto anti-social.
Mesmo com as maneiras simples, esquivo de festividades, ele dirigiu a paróquia durante 28 anos. Era um evangelizador nato. Um estudioso por excelência. Um verdadeiro sábio dos dogmas divinos. Durante sua gestão ele descentralizou  os serviços da igreja,  incentivando os fiés e as pastorais na construção das capelas nos bairros como a de Nossa Senhora Aparecida em Malvinas, Nossa Senhora da Conceição na Rodoviária Nossa Senhora de Fátima na Aviação e outras.
Estudando os documentos da Igreja levantou dados de todos os padres que já estiveram à frente da paróquia de Itapecuru Mirim desde a instalação da Freguesia em 25 de setembro de 1801. Também catalogou todas as imagens e acessórios sacros da paróquia, com dados históricos que foram encaminhados ao IPHAN para posterior inventário.
Ele zelava pela casa de Mariana Luz, sabendo da importância da poetisa para a história do município e tinha um sonho de transformar a casa  em Museu Sacro. Infelizmente não concretizou o seu sonho..
À frente da paróquia de Itapecuru Mirim durante 28 anos, tendo se afastado das responsabilidades de pároco em 1998 quando assumiu o padre Raimundo Baiano Tibere, mas continuou residindo na cidade em uma casinha construída pelo próprio, no terreno da Casa Paroquial.
Mesmo avesso a manifestações e comemorações, viveu quase 39 anos em Itapecuru, onde se julgou feliz e era muito querido. Deixou uma manifestação expressa que queria ser enterrado na cidade que muito amou, em frente ao altar de São Benedito (o santo do seu nome). Morreu em São Luis no dia  28 de setembro de 2009 aos 82 anos. Os restos mortais  finalmente voltaram para Itapecuru Mirim em 11 de setembro de 2015, atendendo o seu desejo em vida.
Vale citar a abnegada Maria Morais, estiveram a serviço do padre durante os trinta e nove anos, ficando ao seu lado até os últimos dias de sua vida.


Agradecimentos à abnegada Maria Morais que esteve a serviço e me cedeu algus documentos do padre e outras paroquianas com valiosas informações. 


Blogger da Jucey Santana: MULHERES TAMBÉM TOCAVAM?

Blogger da Jucey Santana: MULHERES TAMBÉM TOCAVAM?: MUSICISTAS DE ITAPECURU MIRIM Por: Jucey Santana Itapecuru Mirim sempre foi celeiro de intelectuais, como mostra a nossa história. No...

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

DIVA

DEPARTAMENTO DE INFORMAÇÃO DA VIDA ALHEIA

Por: Benedito Buzar

Semanas atrás, o confrade Jomar Moraes, requentou um texto de sua autoria, publicado no século passado, em homenagem ao aniversário de São Luis, sobre o Senado da Praça, importante Instituição desta cidade.
Hoje, também, requentarei matéria de minha autoria, publicada em O Imparcial, a 29 de maio de 1975, portanto, há quarenta anos, sobre outra Instituição que marcou  São Luís, o famoso DIVA ou Departamento de Informação da Vida Alheia.
O saudoso comerciante José Mendonça, proprietário do Foto Mendonça, localizado na Rua de Nazaré, foi um dos fundadores desse movimento. Antes de sua partida para a eternidade, falou-me à vontade e sem constrangimento a respeito da instituição que marcou época e era temida pelo seu poder de fogo na arte de falar mal.
Para situar a entidade no tempo e no espaço, Mendonça revela, como informação preliminar, o nome dos fundadores da Instituição:  Mimi Silva, tesoureiro do Estado, Luís Silva, funcionário do Banco do Brasil, Amadeu Araújo, representante da Brahma, Antero Matos, comerciante, Soriano Caldas, funcionário público aposentado, e o comerciante Benedito Silva.
Por volta de 1938, esse grupo se reunia na Praça João Lisboa, das 19 às 21 horas, para conversar sobre variados assuntos. Esgotada a pauta, outras conversas vinham a lume, acerca de fatos e atos da sociedade maranhense, à época, não tão numerosa, portanto, ao alcance da língua dos que gostavam falar da vida alheia.
Pelo fato de se reunirem todas as noites na mesma hora e no mesmo lugar, aquelas pessoas passaram a ser alvo das atenções dos olhares e dos ouvidos dos moradores da cidade, que supostamente a elas atribuíam o prazer de falar mal da gente maranhense. Veio daí o nome de batismo dado ao grupo: Departamento de Informação da Vida Alheia ou DIVA, sigla pela qual ficou conhecida.
Foi graças a esse nome que o grupo ganhou notoriedade e fama. Por isso, os que dela faziam parte não ficaram estomagados ou aborrecidos com o batismo do povo. Afinal de contas, comentar e discutir atos, ações e condutas de quem se comportava incorretamente ou infringisse as regras e os costumes da sociedade, era coisa corriqueira nesta cidade que habitualmente gostava e cultivava a arte de falar mal de tudo e de todos.
As reuniões do   DIVA praticamente não se realizavam durante o dia. Depois do jantar, eles rumavam para a Praça João Lisboa, onde se juntavam e passavam em revista os acontecimentos merecedores de comentários, criticas e censuras.  Às vezes, aos domingos, das 9 às 12 horas, reuniam-se, em caráter extraordinário, para apreciar algum fato inesperado e de repercussão na cidade.
Só um assunto, durante um determinado tempo, deixou de ser focalizado em suas reuniões: a política. Não por serem apolíticos ou pouco se interessassem pelos negócios públicos de São Luís e do Maranhão. Mas por causa da situação do país, então, sob o domínio da ditadura de Getúlio Vargas e do interventor Paulo Ramos, que inibia qualquer tipo de reunião em praça pública. O desacato a essa ordem, implicava em prisão.
Quando o Brasil entra na II Guerra Mundial, o DIVA, também, viveu momentos aflitivos. Como o governo proibia a presença noturna de gente nas ruas e praças da cidade, a casa de Benedito Silva, na Rua das Barrocas, foi a alternativa encontrada para o grupo não se dispersar. Ali, se reuniam e ouviam o noticiário transmitido diretamente da Inglaterra, pela Rádio BBC, sobre o desenrolar do movimento belicoso.
Um fato, contudo, os deixou tristes e desolados. Na gestão do prefeito Pedro Neiva de Santana, a prefeitura realizou ampla reforma na Praça João Lisboa, que não ficou pedra sobre pedra. Por força disso, mudaram de pouso. Tentaram se instalar em frente à igreja do Carmo, mas não se adaptaram e nem ficaram à vontade. Decidiram se reunir nas imediações do prédio dos Correios e Telégrafos.
Refeita a praça, o grupo volta a funcionar com rigor e vigor, e ganha   impulso qualitativo e quantitativo com o ingresso de Franklin da Costa, José Dourado, Mário Rego, Tiago Silva e Evandro Rocha.
Como toda organização que se preza, após essa fase de fastígio, a Instituição vive uma temporada crítica, chegando mesmo a dissolver-se por uns tempos, em decorrência do falecimento de alguns membros, dentre os quais Antero Matos e Mimi Silva.
José Mendonça e Benedito Silva, remanescentes do grupo, não se conformam e nem aceitam o engessamento da entidade, principalmente porque o país se livrara do Estado Novo. Para conviverem com os novos tempos, trouxeram para o seu convívio personalidades do nível de Castro Barbosa, gerente da Sul América de Seguros, Alberto Bello, funcionário da Alfândega, João Trindade, funcionário da Imprensa Oficial, Raimundo Moreira, funcionário do Tesouro Nacional, e o comerciante Castro Gomes.

Mas essa turma não consegue sustentar a instituição como nos outros tempos.  Aos poucos e lentamente perde a importância e deixa de ser referência na cidade, sobretudo porque pessoas estranhas e não confiáveis passaram a frequentá-la. Resultado: o DIVA sai de cena e o seu lugar é ocupado por outro grupo, este, politizado, razão pelo qual recebe o nome de Senado da Praça, e segue a tradição da organização desaparecida:  aprecia a arte de falar da vida alheia, no suposto de que essa prática, segundo a Organização Mundial da Saúde, faz bem à alma e ao corpo.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

MULHERES TAMBÉM TOCAVAM?

MUSICISTAS DE ITAPECURU MIRIM

Por: Jucey Santana
Itapecuru Mirim sempre foi celeiro de intelectuais, como mostra a nossa história. No campo musical, o município deu a mundo centenas de músicos e instrumentistas alguns com renomes nacionais como Nonato e seu Conjunto, Sebastião Pinto, Nonato Buzar e outros, porém não só de homens foi feita nossa história musical. Muitas mulheres itapecuruenses também se destacaram como musicistas, valorosas que precisamos resgatar.

         Tivemos noticia que uma Itapecuruense, filha do ilustre professor e lexicólogo, Pedro Nunes Leal, fundador da renomada escola, “Instituto de Humanidades” em São Luís, (patrono da cadeira 33, da Academia Maranhense de Letras), seguiu os passos do pai na inteligência, se tornando grande musicista. Em 1875, aos vinte anos de idade Zenóbia Cezaltina de Carvalho Leal requereu prestar exames no Real Conservatório de Lisboa, perante grande número de examinadores obtendo grau máximo em todas as cadeiras, recebendo distinção honrosa do Rei   Dom Fernando II. (Diário do Maranhão, 20.12.1875)

         Duas outras itapecuruenses se destacaram: Genésia Maria Santos e Blandina Eloe Santos, filhas do também músico conterrâneo, Antônio Marcelino dos Santos. A família mudou-se para São Luís no final do século dezenove e as irmãs além colarem grau como normalistas se formaram em música na renomada Escola de Música do mestre Antônio Rayol, na capital.
A professora e poetisa, Blandina tocava piano e Harmônio, fazia parte da orquestra dos irmãos Parga e da orquestra do conhecido músico Adelman Correia, participando de Festivais e Concertos em São Luís e em outros Estados. (jornal do Pará, 26.1.1908).
A poetisa Mariana Luz como musicista, tocava e ensinava flauta e harmônio. Era também cantora, compositora e mestra do coro da Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores além de teatróloga e professora.
A professora Zulmira Fonseca, cantava, tocava e ensinava piano. Ela também fazia parte do grupo teatral de Mariana Luz.

Rosinalda de Maria Carvalho, desde criança já se envolvia com grupos musicais, cantando nas missas da paróquia. A partir de 14 anos, participava de grupos em encenações de peças teatrais, sempre desempenhando papel de musicista ou cantora.  Já com muito envolvimento com a igreja, seguiu a vida religiosa. O seu primeiro violão foi presente da sua superiora irmã Lisabeta Savalle. Ela abraçou a sua vocação religiosa, sem se desvincular do seu dom musical, evangelizando através da música. Até agora já contabiliza oito CDs gravados. Esta é a nossa Irmã Teresa.