quinta-feira, 13 de abril de 2017

VIRIATO CORREIA A RESSURGIR

  

Jucey Santana

É com satisfação que os membros da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes receberam  a notícia  da indicação do nome do ilustre itapecuruense Viriato Correa, patrono da cadeira  26 da instituição, representada por Raimundo da Cruz Soares (Raí), para o patronato da Biblioteca da UEMA, campus de Itapecuru Mirim. Além de Viriato foram  indicados mais dois nomes para o pleito, Antonio Henriques Leal (escritor e biógrafo) José Cândido de Morais e Silva (jornalista e mártir da setembrada), todos patronos da AICLA e merecedores.  

 Nada mais justos do que resgatar um dos maiores nomes da literatura maranhense que se encontrava esquecido. Eleição merecida.

   Patrono da Academia Ludovicense de Letras

Está entre os principais objetivos das instituições literárias consta o resgate da nossa história e da nossa literatura. Diante deste critério a ALL, escolheu para patronear a cadeira número 24 o escritor Viriato Correa. O primeiro membro a ter assento na cadeira, eleito em dezembro passado, será o intelectual Felipe Costa Camarão, com posse marcada para o dia 28 do corrente no auditório da Fundação da Memória Republicana ocasião que fará o elogio ao seu patrono. 

 Regozijamo-nos com esse importante resgate. A biblioteca da AICLA detém livros raros do autor como: Chica da Silva e outras histórias editado em 1955 – São Paulo e  Baú Velho, roupas antigas da História Brasileira – 1941 Rio de Janeiro. À disposição de estudantes,  professores e pesquisadores.
           


                                      VIRIATO CORREA
     Manuel Viriato Correia Baima Filho, nasceu em Pirapemas,  distrito de  Itapecuru Mirim  em 23 de janeiro de 1884.  Filho  de Manuel Viriato Correia Baima e de Raimunda  Silva Baima. 

             Foi jornalista, contista, romancista, teatrólogo e autor de crônicas históricas e livros infanto-juvenis. Começou a escrever aos 16 anos os seus primeiros contos e poesias. Iniciou  o curso de Direito no Recife, depois se mudou para o Rio de Janeiro com o objetivo de concluir o curso. Na capital da República  juntou-se  à geração boêmia de intelectuais do inicio  do século  XX. Em 1903 lançou no Maranhão o seu primeiro livro de contos, Minaretes, uma coleção de poemas sertanejos. 

         Iniciou sua carreira jornalista, como redator na Gazeta de Notícias, a qual se estendeu por muitos anos e em outros jornais como: Correio da Manhã, Jornal do Brasil e Folha do Dia, além de  ter sido fundador do Fafazinho e de A Rua. Colaborou também em O Careta, Ilustração Brasileira, Cosmos, A Noite Ilustrada, Para Todos, O Malho e o  Tico-Tico. Muitos dos seus contos e crônicas foram divulgados pela primeira vez em periódicos do Rio de Janeiro.

Produção Literária e Teatral

         Além de poeta, com narrativa histórica, obteve muito sucesso, escrevendo historietas e crônicas, com  abrangência a todas as faixas etárias.  Escreveu mais de uma dezena de títulos, como: Histórias da nossa história (1921), Brasil dos meus avós (1927) e Alcovas da História (1934). Ao público infantil, recorreu à figura do bondoso ancião com a garotada em sua chácara para  ensinamentos escolares. As sugestivas "lições do vovô" encontram-se em livros como História do Brasil para crianças (1934) e As belas histórias da História do Brasil (1948). Deixou obras de ficção infantil, entre elas o romance Cazuza, (1938), em que descreve cenas de sua meninice utilizando uma linguagem ágil e adequada à compreensão infantil, com  suas experiências escolares e os costumes; é considerado um dos maiores clássicos da literatura infantil.

         O meio teatral, onde foi crítico de jornal e mais tarde,  professor de história do teatro, propiciou a Viriato Correia amplo domínio das técnicas dramáticas, transformando-o num dos mais festejados e fecundos autores teatrais em sua época. Escreveu quase 30 peças, entre dramas e comédias, que focalizam ambientes sertanejos e urbanos.

         Foi eleito deputado estadual no Maranhão, em 1911, e deputado federal em 1927. Esteve preso durante a Revolução de 1930 e quando liberto afastou-se da política, e dedicou-se  integralmente à literatura e ao teatro.

         Outras obras: Chica da Silva e Outras Histórias (1920); Novelas Doidas (1921); Os Meus Bichinhos (1931); Gaveta de Sapateiro (1932); O Gato Comeu (1943);  Baú Velho, Roupas Antigas  da História Brasileira (19941); A Bandeira das Esmeraldas (1945); O Grande Amor de Gonçalves Dias (1959); Varinha de Condão;  Brasil dos Meus Avós; Terra da Santa Cruz;  Era uma Vez; Minaretes (contos);  Zuzú (comédia);  .Nossa Gente (comédia); Contos do Sertão; Contos da História do Brasil; Histórias Ásperas; A Arca de Noé; Bichos que Falam; Apólogos Cruéis e A Coluna Prestes Através do Brasil.

         Viriato Corrêa foi membro da  Academia Brasileira de Letras e  da Academia Maranhense  de Letras e  patrono da Academia Itapecuruense de Letrase da Academia Ludovicense de Letras.  Faleceu a 10 de abril de 1967.

2 comentários:

  1. Matéria mais linda! Que resgate maravilhoso, ganhamos todos!

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  2. Estou pesquisando poema para meu aluno,montar livro em cima da obra de arte.. adorei vim parar aqui

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