O jornalista Brenno Bezerra*
conversa com Jucey Santana sobre sua produção literária de 2018
Jucey
Santana. Presidente da Academia
Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes – AICLA, uma das maiores incentivadoras das
comemorações do bicentenário da fundação de
Itapecuru Mirim e com uma comissão formada por acadêmicos do sodalício liderada pelo
professor Inaldo Lisboa conseguiu organizar,
um dos maiores eventos literários do Estado, a I Festa Literária de Itapecuru
Mirim – I FLIM, de 19 a 21 de outubro do corrente.
Como
se não bastasse, em meio aos atropelos, com os inúmeros compromissos, que
durante sete meses manteve a equipe em intensa atividade, para montagem da mega
festa, Jucey, nesta conversa, fala como encontrou tempo para a I FLIM e ainda concluir 4 livros que foram lançados na Festa.
B.B.-
Confreira Jucey, me fala qual o milagre para que publicasse e lançasse quatro
livros por ocasião da festa comemorativa aos 200 anos de Itapecuru.
J.S
–. Em primeiro lugar, precisa ter muita determinação, porque não é fácil. Nunca
sobra tempo, as vezes gostaria que os dias fosses maiores. Principalmente no
meu caso, com necessidades de buscas de acervos, entrevistas,
minuciosas pesquisas, com vários deslocamentos,
quer para outras cidades, quer para zona rural, sem esquecer os entraves
financeiros que constitui a maior dificuldade, porém, com apoio de amigos e
vontade própria, consegui.
B.B - Jucey Santana fale um pouco da obra, Sinopse da História de Itapecuru Mirim,
que muitos itapecuruenses tem falado.
J.S -
Esta obra, com na capa do fundador da
Vila de Itapecuru Mirim, José Gonçalves da Silva, é uma sinopse de
acontecimentos constituintes da história dessa terra ao longo de 217 anos,
desde a instalação da freguesia em 1801, até hoje, passando pela fundação da
vila (1818), criação da comarca (1835) e da cidade (1870). A Sinopse
não tem pretensões interpretativas teóricas sobre fatos históricos. A intenção é de concentrar sinteticamente em uma única
fonte as informações mais importantes sobre a cidade, desde o longínquo 1801.
Com paciência e trabalho árduo para a
localização de fontes de difícil acesso, superação de costumeiros entraves e má
vontade burocráticos, entrevistas com decanos conterrâneos e vencer resistências para montagem deste volume com tópicos que espero que sejam úteis aos leitores.
Entre os tópicos está incluso: a
Balaiada, alcaides e prefeitos, Engenho Kelru, acontecimentos relacionados à
adesão, em Itapecuru, do Maranhão à Independência, presença do duque de Caxias,
prisão do negro Cosme, elevação a
cidade, a antiga cadeia, a Quinta Velha, poderes municipais, criação de
bibliotecas e teatros, construção de estradas e pontes, profissões e
profissionais, poetas, escritores, músicos, escolas. Consta, também na obra importante resgate da história
da igreja católica de Itapecuru Mirim, como a importância da igreja no
desenvolvimento politico/administrativo da vila, festas religiosas, padres,
cemitérios e o acervo de imagens sacras.
O objetivo do livro é o contributo para
o resgate e valorização histórica da minha querida Itapecuru Mirim.
B.B – Jucey, você lançou a coletânea, Púcaro Literário II - Itapecuru Mirim, 200 anos, alusivo aos 200 anos da vila. Poderias
explicar o porque do Púcaro Literário?
J.S. O Púcaro é um projeto meu e do escritor e pesquisador João Carlos Pimentel Cantanhede. A
primeira versão, o Púcaro Literário I,
lançado em 2017 contou com 35 autores entre os quais 22
itapecuruenses com temática livre, preferencialmente sobre Itapecuru. O título,
Púcaro, nos remete a
antiga denominação da vila, Itapucuru, com o significado de púcaro
de pedras,
Depois do lançamento do edital em 1º de março de 2018, pela AICLA, para
convocação de autores para integrar o Púcaro
II, em um trabalho hercúleo, conseguimos
reunir em menos de cinco meses 65 autores que
escreveram textos com a temática (maioria),
sobre Itapecuru Mirim, ou seus ilustres filhos.
Entre os autores, estão 33 itapecuruenses. Membros das diversas academias de letras do Estado estão presentes
na coletânea, entre as quais: Academia
Maranhense de Letras, (cinco membros),
Academia Ludovicense de Letras, (quatorze escritores), Academia Caxiense
de Letras (dois), Academia Viannense de Letras (dois), Academia Sambentuense de
Letras (um), Academia Arairense/Vitoriense de Letras (um), Academia
Anajatubense de Letras (um), Assoiaçao dos Escritores do Maranhão - AMEI, (quatro),
Associaçao da Cultura Latina (três), Professores d UFMA (três), UEMA, professores e alunos (sete).
A obra foi feita a oito mãos, porque foi organizada por mim e Pimentel, passou pela revisão de Brenno Bezerra e
Assençao Pessoa. O objetivo principal da obra, além do incentivo à leitura e a
exaltação a Itapecuru Mirim é dá oportunidade a escritores iniciantes de
pulicarem os seus textos.
B.B – Além das duas obras citadas de muito valor para a nossa historiografia,
Jucey Santana ainda ousou lançar a segunda edição de uma de suas obras mais
procuradas, o Itapecuruenses Notáveis.
Como conseguiu esta façanha, já
que é um livro muito volumoso, e deve sair muito caro?
J.S. –
Realmente não foi fácil. Nunca poderia fazer esta segunda edição sem apoio dos
amigos. A obra estava esgotada desde o inicio de 2017 e sendo procurada por
muitas pessoas.
A segunda edição foi revista e
ampliada com mais oito notáveis, completando agora 121 biografados. O
livro é considerado o queridinho dos leitores, já que
sempre é encontrado um parente, amigo ou conhecido em suas páginas.
Graças a Deus, meus livros são bem aceitos pelos leitores, apesar da facilidade que o
estudante encontra na internet e a das
redes sociais. Depois do resgate de Mariana Luz (2014), atualmente vejo com satisfação a poetisa ser
estudada até fora do Estado.
B.B – Jucey, este ano, você também deu
os primeiros passos em direção ao mundo da
literatura infantil. Como se saiu?
J.S – Foi um trabalho sem pretensão de continuidade. Fiz a história do gatinho
do meu neto Davi, que foi lançado por ocasião do seu aniversário, no mês de
julho. O livro foi ilustrado pelo jovem Flavio Abreu, instrutor de desenho da
escolinha de desenho da Casa da Cultura João Silveira.
O livro do Gato Syd, fez tanto sucesso entre os coleguinhas de Davi e nas
escolas, que já ganhou uma segunda edição.
B.B – Depois desta jornada intensiva de publicação pretende descansar por um
tempo ou tem outros objetivos?
J.S – Para mim sempre é difícil descansar.
Tenho outros projetos que deixei de lado em função da necessidade das
comemorações do bicentenário de Itapecuru Mirim e os livros alusivos à data.
Estou com um projeto de publicação de uma pesquisa juntamente com o
imortal Itapecuruense, o padre Raimundo Gomes Meireles, que pretendo
desengavetar agora e outro que está também em andamento com o pesquisador
piauiense Nino Dourado.
Espero que até o segundo semestre de 2019, tenha concluído e lançado os
dois livros.
Obrigada, estimado confrade Brenno Bezerra!
*Brenno Bezerra Pedrosa, é jornalista, escritor e membro da Academia
Itapecuruense de Ciências Letras e Artes AICLA
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