domingo, 25 de julho de 2021

NAQUELE SOFÁ

 Mr. Henri

 Hoje eu acordei e lembrei daquele dia que eu te beijei pela primeira vez, lembra?

Você estava com aquele vestido vermelho que tanto gostava, teus óculos esquecidos em cima do sofá e lendo um livro, seria "Como eu era antes de você"? Não lembro, mas você estava com um olhar diferente, você me olhava como se eu fosse uma pedra preciosa que tu querias muito. Naquele momento eu percebi o quão apaixonado estávamos um pelo outro. Eu te beijei, ou será que foi você? 

No calor do momento, nossas almas se entrelaçaram a ponto de eu me perder no delírio do universo. Borboletas dançavam balé clássico em meu estômago, seu coração estava tão acelerado como o bater de asas de um beija flor, a sua pele era macia como pêssego, teus olhos refletiam o mais puro e sincero amor. Foi ali, naquele sofá, que eu soube que queria passar o resto da minha vida do teu lado e foi ali que demos o primeiro passo, para um final feliz. Ou será que não?

 

 


*Harryson Guilherme Moraes Andrade   "Mr. Harry", professor, poeta e cronista, filho de Anilson de Sousa Andrade e Cleiciane dos Santos Moraes, nasceu em Vargem Grande (MA) em 15 de janeiro de 2001. É graduando  em Física na Universidade Federal do Maranhão - UFMA.   Romances são suas minhas preferências literárias, ama escrever sobre minhas próprias experiências amorosas.  É romântico,  produz pequenos contos e crônicas. Agradece a professora Alzira Carmargo que foi sua  orientadora na escola Raulina, e o encaminhou para o mundo da leitura e escrita. Escolheu o nome literário de Mr. Harry, que se identifica.

 

 

sábado, 17 de julho de 2021

POSSE DO DESEMBARGADOR TYRONE JOSÉ DA SILVA NA ACADEMIA DE LETRAS DE VARGEM GRANDE

                                                     Discurso da Posse

- Senhora Presidente Jucey Santana

- Eminentes membros desta Academia

- Prefeitos e Vereadores

- Demais autoridades

-Amigos da cidade de Vargem Grande e de Presidente Vargas

 


        
É com muita honra e orgulho que assumo a cadeira n. 40 desta Academia Vargem-grandense de Letras e Artes, núcleo de Presidente Vargas,  que tem como patrono o  insigne  Dr. Antônio José Cassas de Lima.

        Devo dizer que essa distinção que me foi conferida por proposta da ilustre Presidente desta Casa de Letras e Artes, a quem manifesto meu profundo agradecimento,  justifica meu apego e apreço que sempre tive pelas letras e pelas artes. Não só no exercício diário do estudo que a profissão me obriga, mas pelas incursões na nossa literatura e nas artes, estas  notadamente no viés musical, além do prazer que sempre me traz em exercitar a externação de minhas opiniões em artigos ou trabalhos na área técnica.

    Honra-me mais ainda representar o patrono da cadeira, Dr. Antônio José Cassas de Lima, homem da mais alta envergadura como pessoa humana e como profissional. Além de ser um verdadeiro apaixonado pelo futebol, onde foi jogador, médico e dirigente.

        Dr. Cassas de Lima, como era mais conhecido, nasceu nesta cidade de Vargem Grande, no dia 02 de fevereiro de 1942, tendo falecido em junho de 2019. Foi casado com dona Maria da Graça Sousa Cassas de Lima, tendo três filhos: Vinícius, Ulisses e Geovane. Era médico ortopedista e integrante do quadro docente da Universidade Federal do Maranhão, onde ministrava aulas para os cursos de Medicina e Educação Física.

Como já dito, Dr. Cassas tinha também grande amor pelo futebol, tendo sido Presidente do Moto Club de São Luís, e Vice-Presidente da Federação Maranhense de Futebol. Foi também um dos precursores da projeção do futebol maranhense para o resto do Brasil e para o mundo, quando, inclusive, chegou a encaminhar um jogador  maranhense para o futebol europeu, onde alcançou  grande sucesso. Mas o que mais exerceu com afinco, foi a medicina esportiva onde dava assistência não só aos jogadores do seu clube, mas a qualquer atleta que o procurasse, principalmente com lesões ou outras complicações ortopédicas.

        Deve ser destacado também, que o Dr. Cassas tinha um lado humano muito sensível, disponibilizando sempre algum tempo para atendimento sem qualquer custo  de pessoas mais humildes. Chegou até a ser referido como médico dos pobres.

            Esse era, portanto, o patrono da cadeira que ora represento.   

            Envaidece-me também ser incluído nesse tão seleto grupo de cultura e arte, como integrante da sociedade presvarguence. De fato tenho imensa satisfação nessa presença de mais de 35 (trinta e cinco) anos, com a comunidade do Município de  Presidente Vargas, que se não sou filho genuíno,  criei raízes de convivência e amizade, onde inclusive desde essa data tenho propriedade, o que me faz considerar ser filho da terra. Circunstância essa, inclusive,  hoje simbolizada com a recente outorga do título de Cidadão do Município, que a Câmara  Municipal me concedeu.

         Quero aqui então,  nestas breves palavras enaltecer alguns trechos da história de Presidente Vargas.

         Presidente Vargas, cujo nome foi efetivamente em homenagem ao presidente Getúlio Vargas, nasceu do povoado Santa Luzia dos Daréu, então pertencente ao município de Vargem Grande. O nome do então povoado decorreu da antiga família proprietária de várias áreas de terras no lugar, inicialmente com a Sra. Maria Francisca Frazão Mendes, conhecida como Inácia Frazão, e logo a seguir o seu filho Pedro José Frazão, conhecido como “Marjó Pedro Daréu”, que fundou  o povoado  o qual passou a chamar-se “Santa Luzia dos Daréu”. O Sr. Pedro Daréu, veio a falecer em janeiro de 1944.

          Daí outras famílias se destacaram como a dos Uchôa, Mendes, Gomes, Pintos, Bezerras, Mendonça e Nicácio. Em 1962 algumas  lideranças, que então integravam a Câmara Municipal de Vargem Grande, resolveram criar o Município de Presidente Vargas, o que se deu pelo Lei Estadual n. 2.376 de 09 de junho de 1964, tendo o Município, contudo sido instalado apenas em 13 de fevereiro de 1965, data em que se, comemora seu aniversário. Tendo como padroeira  Santa Luzia.

         Finalizando, renovo meus agradecimentos aos eminentes membros dessa Academia que me alçaram à sua composição, meu agradecimento especial a nossa Presidente a pesquisadora  Jucey Santana por minha indicação, agradecendo também a presença dos amigos e de todos aqui presentes, saudando também aos demais empossandos nesta oportunidade, ficando meu compromisso de tudo fazer para corresponder a confiança e contribuir para cada vez mais engrandecer a nossa Academia.

Obrigado

quarta-feira, 14 de julho de 2021

EFEMÉRIDES IGUARAENSES

                    MÊS DE JULHO

        01.07.1935. Nomeada prefeita de Vargem Grande a professora Hildenora Gusmão Castelo Branco, pelo Interventor Antonio Martins de Almeida. Foi a segunda prefeito do Maranhão;

         01.07.1956. Inauguração da ponte de concreto sobre o Rio Itapecuru Mirim, que trouxe progresso para toda região. Antes o transporte era feito no lombo dos cavalos, burros ou em barcos a vapor pelo rios Itapecuru ou Munim-Iguará;

          02.07.1910. Nascimento do padre Raimundo Amorim Carvalho, na cidade de Pedreiras, Maranhão. Foi pároco de Vargem Grande, Nina Rodrigues (Manga) e Presidente Vargas (Santa Luzia) de 1947 a 1970,  ou seja 23 anos;

          07.07.1825. Confirmação da patente de Alferes do Regimento de Infantaria de segunda Linha da Ribeira do Iguará a Francisco Anonio Brandão; 

         09.07.1989. Nascimento do    professor e    poeta Wesley Sousa    Silva Costa, membro fundador da AVLA, cadeira 19;

        12.07.1979. Nascimento de André Luis Silva, membro fundador da cadeira número 11 da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes;

        14.07.1845. A VILA DA MANGA, ANTIGA SEDE DO IGUARÁ FOI TRANSFERIDA PARA VARGEM GRANDE JUNTAMENTE COM A FREGUESIA DE SÃO SEBASTIÃO, NA CONFORMIDADE COM A LP Nº 203;

          4.07.2019. SOLENIDADE DA FUNDAÇÃO DA ACADEMIA VARGEM-GRANDENSE DE LETRAS E ARTES – AVLA;

         17.07.1906. Falecimento em Paris, do médico e cientista, Rai- mundo Nina Rodrigues, patrono da cadeira 4 da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes;

        17.07.1922. Morreu o farmacêutico, músico, tabelião e Promotor Público de Vargem Grande, Horácio Manoel Gonçalves;

        18.07.1841. Designação do título nobiliárquico de Barão de Caxias, ao coronel Luís Alves de Lima e Silva pela pacificação do Maranhão na Guerra da Balaiada;

       18.07.1859. Criada a freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Manga do Iguará, pela LP nº 540. No local houve três freguesias: a primeira sob a invocação de Nossa Senhora das Dores, em 01 de março de 1805, por sentença do bispo Dom Luis de Brito Homem. Essa freguesia perdurou até 08.05.1833, com a criação da freguesia de São Sebastião do Iguará pela LP nº 13.   Com     a mudança desta juntamente com sede da vila para Vargem Grande em 14.07.1845, houve a necessidade de criação de outra freguesia nas terras da Manga do Iguará; 

        19.07.1954. Recriada a Comarca      de primeira  instancia de Vargem Grande, pela Lei Estadual nº 1.225; 

         21.07.1870. Elevação ao status de cidade da vila de Itapecuru Mirim pela Lei Provincial n° 919;

        22.07.1972. Nascimento da professora e escritora, Maria do Rosário Pompeia Figueiredo de Oliveira, acadêmica fundadora da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes;

         24.7.1854. O Presidente da Província sancionou a LP 367, liberando 400$000 (quatrocentos mil réis), para a construção do arco e da capela mor da Igreja de Nossa Senhora do Rosário que servia de paróquia de Nossa Senhora das Dores de Itapecuru Mirim, na gestão do clérigo, Camillo Henriques Lellis Pacova, também vigário de Vargem Grande;

       30.07.1807. Outorga da  Carta Patente de Capitão   do Mato do distrito de Iguará a João Ferreira Couto, o João Bunda, líder do movimento da Adesão do Maranhão a Independência do Brasil. Patrono da cadeira nº 03 da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes.

 31.07.2002. Falecimento da prefeita de Vargem Grande, Ana Maria Nascimento Fernandes, tendo sido gestora de 1997 até a data do seu falecimento;

 

Do livro, O Iguaraense, 175 anos de Vargem Grande (2020), pag. 309. Organizado por Jucey Santana.

CADA DIA UMA SAUDADE

                                                      Hoje é dia de Grajaú

           João Batalha

          Amanheci com saudades da  cidade de Grajaú. Do seu clima ameno e gostoso dos meses de junho a agosto. Do seu povo e de sua gente.

          Conheci esta cidade do centro sul maranhense e alto Mearim/Grajau, que eu chamo do Sertão Maranhense, em um domingo alegre e festivo, há 40 anos atrás, dia 28 de junho de 1981.

           Ali cheguei para inaugurar em 30 do mesmo mês, uma agência da Caixa Econômica Federal e gerenciá-la por mais de um ano. Terra de rica história e lindas tradições.  Gente simpática, civilizada, receptiva, alegre,  agradável e hospitaleira.

           De poetas, boêmios e trovadores e de e pessoas e famílias de tradição respeitada. Lá deixei muitos amigos dos quais guardo saudades. Impossível enumerá-las todas neste pequeno espaço.

           Tão logo cheguei na cidade, por volta das 13 horas, fui conhecer o local da agência. Dia 29 era feriado, dia de São Pedro, dia em que chegou Salomão Rezzo, o Caixa da Caixa, depois, Jonildo Barbosa, o outro Caixa. Alberto Dias, o Gerente Adjunto, chegou um dia depois. Os colegas Raimundo Campos e Marcelina Gatinho já nos aguardavam preparando a agência para a inauguração.

           À noite, recebi, no hotel, a visita do Senhor Wolfgang Guará, fidalga pessoa e figura de relevo na sociedade local. Referencia de ética, honradez e postura social na cidade de Grajaú.

           Reservei os fins de tarde da quarta, quinta e sexta-feira para conhecer melhor a cidade, repartições e algumas de suas pessoas representativas. No primeiro sábado, visitei o comércio e, no domingo, acompanhado do Senhor Otávio Alves de Almeida, conheci o local da Expoagro e fui ao Canecão.

           Depois de ouvir o badalar dolente do sino do templo Sé da Matriz e as badaladas da Ave Maria, fui à Igreja do Senhor do Bonfim. Visitei, o frei Alberto de Bereta, frade capuchinho e líder religioso de aprimorada formação intelectual. Teólogo, Cirurgião e Doutor em Medicina, que desenvolveu no Grajaú magnifica atividade missionária. Seis meses após nossa chegada àquela cidade o Médico dos Pobres, Gigante da Caridade e edificador de grandes obras sociais é acometido por uma AVC.  

           Posteriormente, conheci o Frei Lauro Crivellaro. Figura humana de extraordinária bondade e de extrema dedicação aos necessitados, às causas sociais das comunidades grajauenses e à religiosidade de sua Igreja. Porte físico atlético, era um excelente craque de futebol. Fazia desconcertantes jogadas, driblando seus adversários apesar de jogar com sua habitual batina longa até os pés e de punhos largos e compridos.

            Fizemos amizade, também, com Frei Ernestino. Com expressão mesclada de português com latim e italiano, era  membro do seleto grupo de religiosos de Grajaú.

            Reencontrei meu amigo Cunha, então Juiz de Direito da Comarca. Com ele fizemos farras e pescarias nos balneários e nos pontos piscosos do rio. 

             Inteirei-me logo da história da cidade.  Seus primeiros habitantes,  índios timbiras e piscobies.  Primeiro desbravador, sertanejo Antônio Francisco dos Reis, e dos nomes do lugar que antecederam ao atual: Porto da Chapada, Vila do Senhor do Bonfim e São Paulo do Norte.

            Ouvi histórias dos Ledas, Costa, Nunes, Moreira, Brito, Barros, Diogo Lopes, Militão Bandeira; e das lutas corpo-a-corpo, peito-a-peito entre Paraíba do Norte, Aroeira, Cascavel e Raimundo Pernambuco, cabralhadas do Leão Leda e Araújo Costa e também dos massacres de brancos e índios.

            Frequentei a Maçonaria e participei de ação social na Vila San Marino, em favor dos indigentes portadores de hanseníase já com deformidade física. Associei-me ao Lions Internacional, Clube de Grajaú, e me envolvi com a cidade.

            Em companhia de Joaquim Mariquinha, fui ao Sabonete, Alto Alegre e ao São Pedro dos Cacetes. Com o cacique Alderico Lopes, fui à Festa do Moqueado, na aldeia Bacurizinho. Assisti as liturgias das tribos, o dançar, e o pintar o corpo no preparo para os rituais de suas cerimônias sagradas.

            Voltei à mesma Aldeia em companhia do irmão Araújo (Maçonaria) para uma partida de futebol e, posteriormente, com Jorge Herlon, voltei às aldeias de Bacurizinho e Ipu, para um convívio mais próximo com os indígenas.

            Participei de serestas, das quais também fez parte o prefeito José Jorge, e de festas sociais, no clube da cidade.

            Atravessei por diversas vezes a ponte que liga o centro da cidade à sua Tresidela. 

            Lembro e guardo saudade  da cidade com sua mocidade alegre. Cidade Alta, que fora reduto dos Liberais, e Cidade Baixa, reduto dos Conservadores.

             Lembrança da Piguale, da Monza, da Cond Lara. E, igualmente,  das aldeias indígenas, dos gentios, das festas, danças  ritualísticas de suas tribos. Das  nativas  e dos banhos na cachoeira do Ipu.

             Das pescarias de Quilambi, das festas sociais, da religiosidade do seu povo e do Hotel Central, onde fui recepcionado com distinção e simpatia pela senhora Ivanilde e recebi bons préstimos da Aninha, por um bom tempo.

              Conheci os diversos locais de banho e pontos turísticos do município e provei da boa culinária da região. Foi lá que aprendi a comer leitão assado com arroz de piqui.

              Vivenciei com pessoas importantes, como meus irmãos de Maçonaria Gonçalo do Carmo, Wilson Lima, Jorge Herlon, Antônio Carlos,  Diolino Barros, José Araújo e Dimas Lima. Este último era vice-prefeito do município e conterrâneo arariense. Também Adelino do Hotel, que me abrigou quando ali cheguei pela primeira vez. Alan Kardec, Arruda (o bioquímico), Arruda (Fogoió) e Arruda, da Farmácia. Absalão,  Frazão (dentista),  Josemar Santos  e Dr. Roriz, médicos.  Antônio Leite, Chico Rosas, Élcio e Elias Barros, Marco Antônio, Neuzinha, Eduardo Nava, Rosa Emília, Frazão, Iran Guará, Dezinho Santos, Livino Rezende, Mercial Arruda, Miltão, Ornilo Jorge, Oswaldo Santos, Raimundo Abreu, Raimundo Simas, Raimundo Viana, Zé Buchudo, Zé Caboclo, Zé de Neném, Zé Rezende, entre outros, com os quais fiz amizade.

              Não esqueço, também, das divertidas e dolorosas viagens que fazíamos para São Luís ou Imperatriz, quando a estrada ainda era piçarrada e coberta de poaca. Dos tombos, solavancos e trambolhos. Da dificuldade, processo demorado e do longo tempo para conseguir comunicação por telefone com outras cidades. Tínhamos que marcar lugar em uma longa fila no Posto Telefônico da TELMA, que ficava na Patrocínio Jorge, esquina com Benjamim de Borno, voltar para o trabalho, e, de vez em quando, mandar um mensageiro verificar quantas pessoas ainda existiam em nossa frente na lista de espera. Todos os dias, após encerrar o expediente da Caixa Econômica Federal, tínhamos que transmitir para a filial da CEF, em São Luís, por telefone, o BOD — Boletim de Operações Diárias. Em muitas ocasiões, ficávamos das 17 até 23 horas para poder fazer a transmissão por telefone.

              Nestas filas intermináveis, conhecemos pessoas com as quais fizemos duradoura amizade.

              Em Grajaú, não me encantei apenas com a cidade, o rio, os montes e morros, mas, também, com as ruas de ladeiras empinadas, que se declinam diante dos acidentes geográficos; com o badalar dolente e vibrante dos sinos, que ficavam no campanário da igreja do Senhor do Bonfim e dobravam nas alegrias e nas tristezas. Maravilhei-me  com o Grajaú dos folguedos e diversões.  Dos  banhos de rio no Canecão, onde a juventude purificava o corpo e afogava as ilusões;  do   Remanso e da Cachoeira do Morcego. Alegrei-me pescando Piau Cabeça Gorda. com Quilambí. Aprazei-me com  pessoas cativantes e com a índole dos seus habitantes, detentores de importantes tradições e descendentes de famílias ilustres, que enobrecem a terra do poeta e Sálvio Dino, e de seus conterrâneos Amaral Raposo, Antenor Bogéa, Patrocínio Jorge, Nunes Freire, monsenhor Gerson Freire e outros talentos provindos do sertão, como o poeta João Viana Guará e Orestes Mourão, outro grande poeta que versejou sua terra natal.

              No período de férias escolares, era um regozijo só. Diferente de tantas outras que conheci. Nunca vi tanta alegria e satisfação estampadas no rosto de um povo como o que presenciei naquela cidade no mês de julho. Alvoradas de foguetes anunciava a chegada de mais uma família, ou estudante, filhos da terra, que vinham de Goiânia, Brasília, São Paulo, Campina Grande ou outra cidade qualquer do Brasil para passar as férias na cidade natal. Festas dançantes no clube e nas danceterias. Picnics e serestas contaminavam seu povo.

              Confesso haver me identificado tanto com a cidade de Grajaú e com seu povo que até hoje sinto nostalgia dos bons dias vividos naquele burgo sertanista. Sempre que possível, ali retorno, para matar saudades e rever amigos.

              Em Grajaú, também, colaboraram conosco, os colegas José Antônio Soeiro, Targino e Ronildo, além das eficientes estagiárias. Fomos inspecionados pelo Inspetor Ageszilau e todos os empregados da CEF se hospedavam em nossa república.

 
 

           


      João Francisco Batalha é Gestor de RH e Administrador Público. Economiário foi gerente de 6 agências da Caixa Econômica Federal. Presidente da Federação das Academias de Letras do Maranhão, pertence a 14 confrarias, sendo, uma internacional; nove no Brasil; e quatro no Maranhão. Cinco destas são maçônicas; e nove são sodalícios, confrarias e clubes. Jornalista registrado na DRT-MA e associado à ABI, é articulista com participação em diversos órgãos de imprensa, com livros publicados sobre, navegação, famílias e meio ambiente do extremo Baixo Mearim. Tem participação em diversas coletâneas do Maranhão e do Brasil. Filiado à ADESG e Doutor em Filosofia Univérsica P.h.I, Filósofo Imortal, foi o homenageado do ano 2018, pela Elos Literários Nacional em Salvador/BA. Ainda em 2018, recebeu a Medalha do Mérito FALMA;  foi  o homenageado do ano pela ALAC e I Bienal de Arari; e Personalidade do ano, de Paço do Lumiar, pela Academia Luminense de Letras. Em 2020, em Salvador/BA,  recebeu a Medalha Senhor da Literatura, concessão do Movimento Nacional Elos Literários. Coleciona dezenas de Comendas, Medalhas e Diplomas de Honrarias.