quinta-feira, 27 de setembro de 2018

ARAÇAGI, O CAJUEIRO DO PAPAGAIO



   *Por Antonio Noberto

Não se destrói um povo enquanto não se extermina a sua cultura e o seu legado. Esta assertiva pode ser bem ilustrada na determinação do competente Secretário de estado do reino de Portugal, Sebastião José de Carvalho e Melo (1699 – 1782), o Marquês de Pombal, que na segunda metade dos anos mil e setecentos proibiu no Brasil o uso de qualquer outra língua que não o português. A decisão, aparentemente, era a pá de cal na língua nativa, a mais falada no Brasil à época. O que se viu depois foi a continuação da dizimação através da depreciação e aviltamento de vários termos indígenas, a exemplo de cunhã (que pode significar prostituta), curumim (moleque, pivete), pindaíba (pobreza extrema), pajelança (atitude destrambelhada), dentre outros, que foram e continuam sendo sistematicamente modificados com o objetivo principal de encobrir um passado virtuoso corrompendo a língua dos primeiros habitantes do Brasil. Soma-se a isto a cobiça de jogar no fosso os outros dois concorrentes do colonizador: o negro e, principalmente, o estrangeiro, primeiro a trazer a cultura escrita para a terra Papagalis, quando colocou no papel e imortalizou a língua, além de muito dos usos e costumes da população autóctone (leia mais em https://brasiliano.wordpress.com/2012/04/05/1399/). E um dos termos desvirtuados é a palavra Araçagi, que representa uma das localidades mais antigas e importantes da Ilha de São Luís, habitada por franceses e tupinambás desde o final dos anos mil e quinhentos. O estudo desta simples palavra de origem tupi nos remete ao mundo mágico e de harmonia vivido pelos mais antigos moradores do lugar, que, mesmo em tempos tão remotos, produziam e exportavam riquezas do tipo urucum e açúcar para lugares bem distantes.

 Primeiro mapa do Maranhão onde aparece Araju, próximo à Ilha Daniel de La Touche (Curupu)


 Não faz muito tempo que a quase totalidade dos maranhenses pronunciava errônea e grosseiramente “Campo de Perizes”, em referência aos dezenove quilômetros por onde passa a BR 135, na saída / entrada da Ilha de São Luís. A escrita e pronúncia corretas em tupi, ligeiramente aportuguesada, é Campo dos Peris ou Campo de Peris, vez que a palavra originária do tupi é “piri”, que representa o junco ou capim que cobre o lugar alagado. E nas oxítonas terminadas em “i” forma-se o plural acrescentando-se apenas o “s”. Importante destacar que muitas outras localidades e acidentes geográficos no Maranhão e Piauí também foram nomeados a partir da maciça presença deste capim, a exemplo de Peritoró, Piripiri, Peri Mirim e Pericumã. A recente divulgação da grafia correta permitiu que muita gente e a maior parte da mídia abandonasse a aberração “perizes” e adotasse a forma correta, convergindo, assim, para a máxima de que “Em São Luís se fala o melhor português do Brasil” (leia mais em https://www.abimaelcosta.com.br/2015/10/voce-escreve-campo-de-perizes-ou-de.html).
Detalhe de um mapa dos anos mil e seiscentos com uma variação para Arasagi
Outro termo curioso que vale a pena se debruçar e buscar a raiz etimológica e a história do lugar é Araçagi, que em tempos muito iniciais era um “país a parte”, com porto, produção e vida própria, era também uma espécie de hiato ou meio caminho entre a desembocadura do “Rio Maranhão” – o Itapucuru, e a foz do rio Mearim. Nos primórdios do lugar, entre o final dos mil e quinhentos e início dos mil e seiscentos o Araçagi estava localizado entre duas fortalezas francesas existentes à época: o Forte Sardinha, situado na então Ilha do São Francisco, que guarnecia a entrada da Ilha e Miganville (atual Vinhais Velho) e o porto de Jeviré (na Ponta d’Areia). Este ancoradouro tinha caráter mais internacional, pois mais especializado em receber mercadorias dos portos franceses de Rouen, Dieppe, Saint-Malo, La Rochele e Havre de Grace, e as riquezas vindas da região amazônica e do rio Mearim, a exemplo do sal (de salinas, na Baixada). Este complexo ou reduto gaulês está descrito na tela “São Luís antes da fundação”, em cartaz no Forte de Santo Antonio, na Ponta d’Areia. A outra fortaleza era o Forte de Itapari, depois reformado em pedra por Daniel de la Touche, quando recebeu o nome de Le Fort de Caillou (o forte de pedra), que virou Caur e hoje é Caúra, em São José de Ribamar. Do pouco que é possível encontrar sobre o Araçagi nas literaturas em tão distante período, pode-se extrair que o lugar era dinâmico, produtor e bastante movimentado, com localização bem próxima à Ilha de Curupu e do porto, onde hoje está a imagem de São José. Neste ancoradouro da baía de Guaxenduba aconteciam muitas movimentações da produção que descia o rio Itapecuru ou da Ilha Grande pelos pequenos portos de Jussatuba, Quebra Pote, Arraial, etc.  O Araçagi era, portanto, o elo entre os dois fortes e os dois maiores portos da Ilha Grande, e possuía o que seria o único engenho de açúcar de Upaon Açu, os demais estavam no rio Itapucuru Mirim. 
Mapa de São Luis antes da fundação com o complexo franco-tupi entre aPonta d´Areia e Megavilhe (Vinhais Velho)
Em vários textos, livros e mapas é possível encontrar o nome do lugar grafado de diferentes formas, a exemplo de araju, araçaju, arasaju, arasagi, arassagi, araçoagi, arassoagi e araçagy. Mas enfim, qual a grafia original e o significado da palavra Araçagi? Verificando mapas (ver detalhes dos mapas dos anos mil e seiscentos), livros e a própria história, chega-se ao termo original aracaju (ara = papagaio + caju), que em português quer dizer “cajueiro do papagaio”. É a mesma origem etimológica do nome da capital sergipana. As principais variações se dão pela troca do “c” pelo “s”, do “j” pelo “g” e do “u” pelo “i” (o “u” no francês pronuncia-se “i”), como acontece no nome do rio “ItapUcuru”, pronunciado “ItapIcuru”. Araçagi é, portanto, Aracaju, o cajueiro do papagaio.

Considerando que o termo Araçagi já é uma tradição oral e escrita do tupi aportuguesado, quem preza ou tem apreço pela cultura nativa deve, ao menos, escreve-la sempre com “i” no final, pois a grafia com “y” termina por tutelar e encobrir uma história antiga vivida por franceses e tupinambás que habitavam, comercializavam e viviam em paz no “país do Aracaju”, região da Ilha Grande que mais cresce nos últimos anos.

*Membro-fundador da Academia Ludovicense de Letras (ALL), sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) e curador da “exposição França Equinocial para sempre”, em cartaz no Forte de Santo Antonio, no Espigão da Ponta d’Areia

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

OS SALVADORES DA PÁTRIA



     

Mauro Rêgo *

            O Brasil elegerá em outubro o seu novo Presidente, fato que promove muitos debates, divulga muitas ideias, permite que surjam novos salvadores da Pátria e nos coloca, e como, em situação de alerta. Como no futebol que transforma muitos brasileiros em técnicos, o momento histórico em que vivemos transforma muitos cidadãos em cientistas políticos, pois cada brasileiro julga conhecer os caminhos mais certos para tirar o País do caos em que vivemos. E eu, que já passei dos 80, coloco-me entre os que se julgam sabedores de “como” sair desta situação, arvorando-me de um conhecimento que nunca tive mas que julgava dominar.

            Quando Getúlio Vargas sucumbiu e foi levado ao suicídio, parecia o fim do mundo. Um dos personagens muito citados além de Carlos Lacerda, era Gregório Fortunato, que os jovens de meu tempo classificavam de traidor e eu falava com certa vaidade de tê-lo visto várias vezes no Bar do Hotel Central, em São Luís. E a comoção custou mas passou.

Veio a era de Juscelino, cujo “slogan” de campanha, quando candidato a Governador de Minas Gerais, era “governar é abrir estradas”. O povo viveu seu momento de glória com a inauguração de Brasília e as frases de efeito que pronunciava em várias ocasiões. Mas as denúncias de corrupção que desembarcaram Vargas do Poder, começaram a tomar conta do noticiário dos jornais.

Surgiu aí o grande salvador da Pátria na figura de Jânio Quadros, cujo símbolo era a “vassoura” que se opunha è “espada” do Marechal Henrique Teixeira Lott. O povo se entusiasmou com a vassoura, cujos efeitos dominaram até as musicas carnavalescas. E as vassouradas que se preocupavam até com as brigas de galo se celebrizaram por governar através dos “bilhetes” que eram enviados aos Ministros de Estado e terminaram por varrer o próprio Jânio Quadros que, segundo diziam, renunciou num dia de intensa ressaca.

Vieram os militares para moralizar o País. Sabemos dos muitos avanços que tomaram na modernização do País, mas o povo brasileiro pagou um preço muito alto com as torturas infligidas aos que eram taxados de comunistas, alguns dos quais nem sabiam o que isso significava; prisioneiros que desapareceram e nunca foram encontrados, o medo que tomava conta do povo diante de um simples “sargento” que se transformava no mais cruel dos representantes do poder e essas lembranças ainda nos deixa perplexos.

Um outro “salvador” de que me lembro foi Color de Melo, o caçador de marajás e que se revelou o maior deles e inaugurou o impeachment. Veio o “sociólogo” FHC, também grande esperança do povo, que instituiu a reeleição na área do Poder Executivo, responsável pelo declínio da administração pública já tão enfraquecida. Note-se que a corrupção que foi inaugurada antes da chegada de D. João VI, foi se alastrando pelo País e já era considerada “normal” no meio do Poder Público.  

Foi nesse contexto que surgiu outro “salvador da Pátria”: O metalúrgico Luís Inácio Lula da Silva que representava a ascensão do povo ao poder, representado pelo sobrenome “Silva” que era da maioria das classes populares do Brasil. Não se pode negar que muitos avanços sociais foram por ele implementados e que representaram muitas conquistas para a classe mais pobre, fazendo com  que, mesmo na cadeia, continue a ser um grande líder. Mais uma vez, entretanto, essas conquistas custaram muito caro ao povo brasileiro. Não foi a riqueza de origem duvidosa que o transformou no maior latifundiário da Amazônia, entre outras coisas, mas o maior desastre foi a “institucionalização da propina” que sujou todos órgãos públicos e atingiu até mesmo a nossa Petrobrás que era o orgulho do País e se tornou símbolo das falcatruas. E o governo que nos tirou do FMI, nos legou um déficit público sem precedentes.  

Atualmente o título de “salvador da Pátria” ameaça ser entregue ao Sr. Jair Bolsonaro, cuja tentativa de assassinato elevou a sua posição entre os presidenciáveis no primeiro turno e cujo discurso descomprometido está entusiasmando jovens e marginalizados que ele combate e ameaça, numa época em que o mundo inteiro clama por paz. É que o povo brasileiro desesperado procura uma situação de “fuga”. A mesma situação que fez Cacareco e Juruna serem eleitos. Alguns esperam a liberação de armas, outros a eliminação de homossexuais e negros, mas a verdade está no desabafo de um de seus eleitores: Não é para esculhambar? Então vamos esculhambar de vez”.

Mas o estado democrático de direito permite que ele assuma a Presidência, se for eleito. É mais um salvador da Pátria que ameaça concluir o lançamento do País no “abismo” anunciado em séculos de nossa história. Nos meus 16 anos, lembro de um outro “cientista político” do meu jaez, que dizia: Se o Brasil cair no abismo, coitado do abismo.
 
                                                           
                                                  






  Mauro Rêgo é escritor e membro da Academia Anajatubense de   Letras, Ciências e Artes (ALCA) e da Academia Itapecuruense de Cências,  Letras e Artes.  
 

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

A MARIA FUMAÇA 29!



  

Tiago Oliveira

Num belo casarão do início do século XX, às margens da Ferrovia São Luís – Teresina, nas proximidades da Estação Ferroviária de Itapecuru Mirim, o velho Joaquim Asseff criava com muito mimo e rigor a sua única filha, Sadine Asseff. Esta só teve as instruções necessárias para a vida doméstica segundo os padrões de sua família.
Moça bela, Sadine trazia em sua face as marcas do seu povo de origem árabe que por estas terras chegou no findar do século XIX. Tantos, atributos encantava a todos os viajantes que a percebiam na janela do seu belo casarão, e sempre que o trem chegava à estação, ela curiosa aproveitava a oportunidade para olhar o movimento e trocar olhares com aquele que mexia com os seus instintos mais femininos, o jovem maquinista, Sebastião Mendes.
Como era de costume na época, estas moças tidas como de boa família ou “donzelas” só podiam manter enlaces matrimonias, com aqueles “rapazes”, que fossem do agrado da família. Contudo, não era raro haver aquelas moças que, por vezes, quebravam estas regras e se envolviam de acordo com os seus sentimentos.
A bela “rapariga” deste conto, cedeu aos encantos do sedutor operário, que sempre que parava em Itapecuru Mirim, deixava com a doceira Doquinha um mimo para a sua pretendente, envolto em um lenço vermelho com a logomarca “Maria Fumaça 29”.
Com o passar dos tempos o desejo entre os dois só aumentava, porém faltava a oportunidade necessária para desfrutarem dos seus desejos mais carnais e afetivos, entretanto, o alvoroço causado na pequena cidade ribeirinha motivada pela inauguração da ponte sobre o rio foi o evento oportuno para os dois ficarem a sós nos recantos da secular cidadezinha. 
Após este contato, a jovem moça inexperiente nos prazeres da vida, não se conteve e cedeu aos seus desejos mais íntimos com a rapaz da cidade, conquistador e mais experiente, nas “coisas do corpo”. Deste enlace o inventável acontece, uma prole indesejada se desenvolve no útero da outrora, intocada menina do interior; que agora precisa esconder, tal inquietação da sua família, principalmente do seu genitor.
Sebastião Mendes, após desfrutar de momentos íntimos com Sadine Asseff foi transferido para outra rota, dificultando ainda mais novos encontros com a sua pretendente, que com os passar dos meses via-se mais sozinha e pressionada pelo crescimento inevitável de sua gestação, a barriga que era pressionada por um prato colocado em seu ventre e disfarçado por vestes cada vez mais avolumadas.
            O conversador Joaquim Asseff, tenaz nos cuidados com sua maior joia, a honra de sua família, acaba por descobrir o que estar acontecendo no seu seio familiar e decide enviar sua filha para São Luís para fugir dos comentários da sociedade e por lá ela poderia parir a criança deixando-a numa das casas de acolhimento, que existiam na capital naqueles tempos.
            Tudo preparado na antevéspera da chegada do trem que os levaria para o seu destino, já no cair da madrugada toda aquela inquietação e destino incerto faz com que a jovem entre em trabalho de parto, seu genitor no intuito de preservar o segredo não permite que ela receba os socorros necessários, e assim, a criança vem ao mundo antes da hora e com sinais vitais inexpressivos, sendo por isso envolto em velho lençol e jogado nas proximidades da beira rio. Dias depois toda a família some da cidade.
            A doceira que estava no rio limpando as vísceras de uma rês para sustentar sua prole, escuta uma grande movimentação dos porcos, rio a cima e, ao chegar ao local, percebe que os mesmos estavam se alimentando dos restos do parto de uma criança e o mais assustador de tudo é que o bebê estava no meio daquela confusão toda. Ela o recolhe e o tira daquela situação e corre para a sua residência nas proximidades da estação.
            A doceira o criou com todos os afetos maternos possíveis e dentro de suas possibilidades financeiras; o batizou com o nome de João do Rio. Quando ele completou dez anos, após questionar muito sobre suas origens sua mãe resolve contar lhe toda a verdade, ele fica desolado por um tempo, mas põe um objetivo na cabeça, sair pelo mundo atrás de seus pais, tendo como ponto de partida encontrar “a Velha Maria Fumaça 29”. Então, todos os dias ao ouvir o apito do trem chegar na velha estação, corria e perguntava ao Maquinista se aquela era a Maria Fumaça 29? – todo dia, por cinco anos, o dizem que não e que não conhecem a mesma.
            Já alfabetizado, com quinze anos, leu no jornal O Trabalhista que todas as antigas locomotivas estão sendo expostas em Recife – PE. Então, o menino do rio embarcou no primeiro trem que chegou à estação de Itapecuru Mirim. Sumindo no mundo como seus familiares, e até hoje não sabemos o seu paradeiro e nem se algum dia ele os encontrou. Tendo o seu destino traçado pelos antigos trens de passageiros do Maranhão, assim como o de tantas famílias.
           







Tiago de Oliveira Ferreira, escritor e professor, membro da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes.

domingo, 16 de setembro de 2018

BENEDITO COROBA - 60 ANOS





Jucey Santana

               Pelo transcurso do   aniversário de 60 anos de idade de Benedito Coroba,  que marcou o deferimento de sua aposentadoria do Ministério Público, a Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes – AICLA, prestou uma significativa homenagem ao seu ilustre membro fundador, com um almoço no Henrique Eventos em 15 de setembro corrente, com a presença de seus familiares e alguns amigos. O evento foi marcado por muitas emoções com homenagens saudosistas, músicas, alegria e descontração. 


            Benedito Coroba, agora aposentado, pretende abrir seu escritório de advocacia em sua terra natal, Itapecuru Mirim, que de acordo com as suas palavras “será a extensão  das nossas casas”.  PARABÉNS,  COROBA GUERREIRO!


             O ITAPECURUENSE BENEDITO COROBA
                   Benedito de  Jesus  Nascimento Neto -  Benedito Coroba - nasceu, em Itapecuru-Mirim,  na localidade  Cigana, em 12 de setembro de 1958. Filho de Antônio Matos Nascimento e Maria Mendes Nascimento.
 Aos 4 anos de idade mudou-se para casa dos avós maternos na área urbana de Itapecuru Mirim e ao completar 6 anos, em  1964, seus pais mudaram-se definitivamente para São Paulo, tendo o menino Benedito, ficado aos cuidados dos avós maternos, Albino Ferreira Mendes e Cecília Abreu da Costa Mendes, que foram seus pais de fato, a maior referencia  de amor e dedicação em sua vida.  
Fez seus primeiros estudos na Escola Paroquial e Ginásio Bandeirante, em sua cidade e cursou o científico no Colégio São Luís, do professor  Luis Rego,  na capital. Em São Luís morou com as primas,  Maria José (Zezé) e Maria Benedita (Baia).

O Advogado

Em 1977, aos 17 anos ingressou na Faculdade  e Direto tendo colado grau em 1981. Posteriormente, pós-graduou-se em Direito Constitucional. 

Voltou a Itapecuru e se dedicou a advocacia criminal  e civil, atuando em toda região do Vale do Itapecuru, Vale do Mearim e Baixo Parnaíba e com atuação no direito agrário nas comunidades rurais  de Itapecuru Mirim e de Vargem Grande, representando os  sindicatos rurais, para solucionar  questões  relacionadas a   desapropriações e  assentamentos, entre os quais os  povoados,   Entroncamento e Leite, antiga aspiração dos seus moradores. 


Foi incansável na defesa dos agricultores e dos sem terra  de toda a região do Vale do Itapecuru.

Trajetória no Ministério Público

Chegou a pleitear o cargo de prefeito Municipal de Itapecuru Mirim em duas ocasiões, no ano de 1988 e em 1992, sem êxito, porém, foi eleito ao cargo de Deputado Estadual em 1990 tendo exercido até o mês de fevereiro de 1995. Na constância do mandato de deputado, em 1994, foi aprovado em concurso para Promotor de Justiça. Requereu  ao Ministério Público que aguardasse o término do seu  mandato para tomar posse, não sendo deferido seu pleito, perdeu o concurso.  
Em abril de 1995 foi novamente aprovado para o Ministério Público, tendo assumido ao cargo de Promotor Público em junho de 1995. Exerceu   suas funções  até 13 de setembro de 2018, ocasião que sua aposentadoria foi deferida pelo Ministério Público.

Como Promotor  Público, participou de inúmeros congressos e seminários nas áreas,  penal, processo penal, processual civil e um extenso estudo do Tribunal do Júri em São Paulo e Rio de Janeiro, patrocinado pelo Ministério Público, que investiu bastante em sua carreira, que se sente eternamente grato.

Ministrou durante 16 anos,  cursos e treinamentos nas áreas  de Direito Penal e Processual Civil aos novos colegas promotores que ingressavam no Ministério Público,  e  como especializado em Júri Popular e colaborador da Escola do Ministério Público ministrou inúmeros cursos no segmento do Júri aos colegas promotores. 
Benedito Coroba deixou o Ministério Público, como referencia no combate a corrupção e por sua atuação no Tribunal do Júri, além de intensa atividade como Promotor no Tribunal Eleitoral.

Ao longo da sua carreira no Ministério Público, atuou em mais de 800 juris em todo e Estado do Maranhão.

Foi promotor em três Comarcas: São João Batista com abrangência a Cajapió e Bacurituba  (1995 -1999); Alto  Parnaíba, com Termo Judiciário de Tarso Fragoso (1995 - 2004) e Vargem Grande de Nina Rodrigues e Presidente Vargas (2004 – 2018). Recebeu títulos de cidadania das três comarcas e muitas honrarias. Foi muito bem acolhido por onde passou e  conquistado milhares de amigos. 


A Família
                                                       
Benedito Coroba é primogênito de uma prole de oito irmãos: Francisco, Maria da Graça, Jorge, Claudia, Angela, Célia e Humberto (Beto). 

Seu pai biológico faleceu em São Paulo no ano de 2005 e sua mãe continua em São Paulo, visitada frequentemente pelo filho.

Ele herdou o seu nome do avô paterno, o tabelião do 1º Ofício do Cartório de Itapecuru Mirim e político codoense, Benedito de Jesus Nascimento, que mudou-se para o município em 1950, para assumir o cartório, por concurso público. No município    teve relevante atuação politica, chegando a ser    eleito vice-prefeito em 1960,  na chapa encabeçada por Abdala Buzar Neto. Ainda foi  diplomado mas foi vítima  de morte súbita, não tomando posse. 
Em agosto de 1988 casou-se com a  Assistente Social pernambucana,  Teresa Barbosa Maciel (Landi) com quem tem uma filha, Raquel e tem outra filha, Natália, de um casamento anterior, ambas o seu grande orgulho. A filha Natália o presenteou com uma neta. 

Ao aposentar-se Benedito Coroba pretende mudar-se para sua cidade natal Itapecuru Mirim  e reabrir o seu escritório de advocacia para atender aos amigos e conterrâneos.  

Vale registrar que na infância e adolescência em Itapecuru Mirim, quase todos os seus amigos atendiam por apelidos, alguns engraçados, geniais ou carinhosos. Um dos seus colegas de colégio chamado  “Cabeça de Bagre” o apelidou de Coroba, em virtude de um pequeno incômodo digestivo. Esse apelido o acompanha sem lhe causar constrangimento.

É coautor da obra jurídica "Os Municípios e a Lei de Responsabilidade Fiscal".
         O ilustre itapecuruense é ocupante da cadeira nº 6 da Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes.

          BENEDITO COROBA faz parte  com louvor da GALERIA DOS ITAPECURUENSES NOTÁVEIS.