domingo, 29 de abril de 2018

VIA-SACRA ITINERANTE EM ITAPECURU MIRIM



     

Jucey Santana

Ator Jorge Smith
               Dia 19 de maio Itapecuru Mirim  ganhará o grande espetáculo da Via Sacra itinerante  do Grupo Grita  do Anjo da Guarda, com o titulo Levanta Cosme tu que dormes

             A organização  da apresentação de Itapecuru, está  sob a direção do ator,  Carl Pinheiro, da diretoria do Grupo Grita. O ator está ambientando o espetáculo de acordo com a realidade do município, valorizando a cultura local, com ênfase a arte literária, enaltecendo os nomes de imortais como: Mariana Luz, Newton Neves  e Negro Cosme.  Os artistas locais estarão contracenando com a exposição dos seus trabalhos sobre o histórico do município que este ano comemora os seu bicentenário. Também o meio ambiente, violência, disseminação das drogas, trabalho infantil e todas as formas  de discriminações  e exclusões  sociais  serão abordados.


Ator Carl Pinheiro

           O espetáculo trará para Itapecuru Mirim uma média de 40 atores, do importante grupo do Anjo da Guarda, que já exista há mais de quatro décadas    apresentando a Paixão de Cristo como manifestação artística através do teatro.

             Em Itapecuru, o Grita  recebe o apoio da Secretaria da Juventude, Cultura, Esporte,  Lazer e Turismo, através do Secretario    José Sousa  (Zeca do PT) e equipe,  Grupo TEIT, CIA ARTI, alunos do curso de Letras da UEMA e voluntários da AICLA,  das escolas e instituições constituídas.  
   
           O espetáculo já  peregrina pelos municípios do Maranhão há mais de cinco anos com boa acolhida. Este ano ainda se apresentará em Viana, Primeira Cruz, Santo Amaro, Bacabal e Anajatuba.
Jorge Smith - foto de Edgar Rocha

          Estará marcando presença no elenco o ator Jorge Smith que fará o personagem de Jesus.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

A FLIM MARCARA OS 200 ANOS DE ITAPECURU MIRIM



     





I FESTA LITERÁRIA DE ITAPECURU-MIRIM

FLIM




EM COMEMORAÇÃO AO BICENTENÁRIO DE FUNDAÇÃO DA VILA DE ITAPECURU
1818/2018














\

Itapecuru-Mirim
2018



PROJETO I FESTA DO LIVRO DE ITAPECURU-MIRIM (FLIM)


“Itapecuru-Mirim! Vejo-te agora, ao brilho do amor puro...”

João Silveira, no poema Itapecuru-Mirim
1 - JUSTIFICATIVA

            A ideia de criação dessa I Festa do Livro de Itapecuru-Mirim – FLIM, nasceu de um sonho de ver surgir no município de Itapecuru-Mirim, outrora uma região de notáveis intelectuais,  uma cultura letrada que impulsionará a formação de leitores em sintonia com o Plano Nacional do Livro e Leitura, que visa, por sua vez, o desenvolvimento cultural do país, conforme os seguintes eixos: 1- Democratização de acesso ao livro; 2 - Formação de mediadores para o incentivo à leitura; 3 - Valorização institucional da leitura e o incremento de seu valor simbólico; 4 - Desenvolvimento da economia do livro como estímulo à produção intelectual e ao desenvolvimento da economia nacional.
            Outrossim, esse sonho vai na contramão do que comumente costuma-se dizer que o brasileiro não gosta de ler, pois entendemos que está por traz dessa frase toda uma herança cultural que não criou práticas sociais de leitura e ausência de espaços que privilegiassem as ações de leitura e a falta de estrutura das bibliotecas públicas municipais que não atendem aos usuários com estratégias para criar um acervo satisfatório com meios para buscar a atenção dos prováveis leitores, além do descaso do poder público com essas questões.

Logo, estes fatos vão na contramão do atual momento de crise política que o país vive, já que a exacerbação da violência em todas as esferas e todas as adversidades impostas para a realização dos eventos e práticas culturais no cenário de nossas cidades cada vez mais populosas, cada vez mais excludentes e cada vez mais necessitadas de políticas públicas para suas populações.
            Assim, considerando que vivemos esse cotidiano e que precisamos de atitudes organizadas da sociedade. Essa compreensão nos leva a perceber que:  

Todos nós moramos nas cidades, e é a partir delas que temos que começar nossas ações para a democratização do livro e da leitura, para ajudar a construir nossa cidade livre e contribuir para a construção de um Brasil mais justo e democrático.  Então temos que trazer essas demandas e a busca de soluções para nossas cidades (...) Só poderemos realmente influenciar no panorama nacional se começarmos a fazer o dever de casa (...) Temos que lutar para que na nossa cidade tenha um Plano Municipal do Livro, Biblioteca e da |Leitura... (LINDOSO, 2017)

                        Ademais, sabemos que o município de Itapecuru-Mirim sempre foi celeiro de grandes nomes das letras e da ciência, como exemplo: Gomes de Souza, João Lisboa, Henriques Leal, Viriato Correia, Mariana Luz, Benedito Buzar, mas essas referências remontam aos séculos XIX e XX. Contudo, somente no início do século XXI, mais precisamente o ano de 2011, surge a Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes – AICLA, que impulsionou a produção e divulgação da cultura letrada no município e em vários eventos no Estado do Maranhão, fazendo, dessa forma um significativo papel de propagadora dos talentos artísticos da região.
            Com a sua atuação, a AICLA estimulou a publicação de vários livros e empenhou-se na divulgação do trabalho autoral de seus membros com projetos como o de estímulo a leitura e a produção de textos como: Cafés Literários, AICLA vai à escola, publicação de antologias com autores inéditos da confraria e com autores novos que estavam querendo publicar seus trabalhos.
O evento, além de reunir seus membros (confrades e confreiras), e os demais artistas itapecuruenses, nomes da literatura maranhense e da cultura do Estado, convidados, terá como foco a população do município que também estará celebrando o Bicentenário de emancipação da Vila de Itapecuru-Mirim, por isso, será feito na forma de um grande festival literário que deixara a cidade com ar de festa, como bem gosta a população itapecuruense. Haverá a feira de livro, shows com músicas de artistas itapecuruenses e maranhenses, performances poéticas, apresentações teatrais, danças, lançamento de livros, exposição de artes visuais, palestras, oficinas e workshop literários e de mediação literária.

2 - OBJETIVOS

GERAL:

Divulgar atividades de ciências letras e artes na cidade de Itapecuru-Mirim e homenagear a memória cultural e histórica do município no bicentenário de emancipação da Vila de Itapecuru, através da mediação literária, exposição e venda de livros e apresentações artísticas.

ESPECÍFICOS:
- Divulgar obras de escritores maranhenses com destaque para os itapecuruenses;
- Inserir as atividades da academia na programação cultural da cidade;
- Celebrar a memória cultural da cidade e a obra de seus artistas;
- Incentivar a leitura para os alunos do ensino fundamental, ensino médio, cursos superiores e público em geral visitante ao avento;
- Realizar feira de livros;
- Ofertar palestras e oficinas sobre o incentivo à leitura;
- Promover estratégias de mediação para professores e bibliotecários.

3 – METODOLOGIA

            A Comissão Organizadora elaborará o projeto e fará sua divulgação e operacionalização.
            As subcomissões serão escolhidas para operacionalizar as etapas e toda organização do projeto em sintonia com a Comissão Organizadora.  
            A Comissão Organizara promoverá uma audiência pública.
            A audiência pública terá como objetivo apresentar para os membros da sociedade civil, instituições públicas e particulares o projeto da FLIM para o conhecimento e o recebimento de proposições e demais sugestões, conforme relação abaixo:

FALMA;
AMEI;
Prefeitura Municipal;
Câmara Municipal;
Secretarias Municipais;
Grupos de artes locais;
Grupos de jovens locais;
Grupos de idosos locais;
UNIQUITA (União de Associações das Comunidades Negras Rurais Quilombolas de Itapecuru);
Instituições: IFMA, UEMA, SESC, URE);
Escolas Públicas (Município e Estado);
Escolas particulares (Colégio Leonel Amorim, Colégio Jesus Maria José, Colégio Anjo da Guarda e Reino Educacional);
Associação Comercial de Itapecuru-Mirim;
Academia Maranhense de Letras;
Secretaria de Estado da Cultura;
Companhia Vale do Rio Doce e Companhia Ferroviária do Nordeste;
Biblioteca Pública Benedito Leite;
AGED e AGERP;
Banco do Nordeste;
Banco do Brasil;
Academia Anajatubense de Letras;
Projeto Balaiada;

3.1 – Programação
        
EVENTO: I FESTA LITERARIA DE ITAPECURU-MIRIM - FLIM
DATA: 19 a 21 de outubro de 2018.
HORA: das 9 às 21 horas.
LOCAL:  Nas imediações da praça da CRUZ.
Feira de Livro.
Shows com músicas de artistas itapecuruenses e maranhenses.
Performances poéticas.
Apresentações teatrais.
Danças.
Mostra de Cinema.
Lançamentos de livros.
Exposição de artes visuais.
Palestras.
Oficinas literárias e de medição literária.
Workshop.

3.2 – Estrutura
Preparar outdoor na entrada da cidade com a marca da FLIM e do BICENTENÁRIO;
Preparar lançamento da Festa Literária;
Preparar abertura oficial da Festa literária e comemoração do Bicentenário;
Preparar estrutura de exposição;
Preparar estrutura de palco atividades artísticas;
Preparar lista de convidados para ações da Festa Literária;
Montar programação de palestras;
Montar programação de oficinas;
Montar programação artística.

3.3- Homenageados
Mariana Luz – patrona da Festa;
Zuzu Nahuz – homenageado;
Henriques Leal - homenageado;
Benedito Buzar – homenageado.
João Silveira - homenageado

3.4 – Convidados Especiais e Ministrantes
Roseana Murray;
Mary Ferreira;
Mundinha Araújo;
Henrique Borralh;
Josemar Lima;
José Neres;
Paulo Melo Sousa;
Antônia Mota;
Benedita Azevedo.

3.5 – Espaço do evento
a) Praça da Cruz  -  Feira, Palco central e área de contação de histórias;
b) Auditório da prefeitura – Palestras;
c) Auditório da Câmara – Palestras;
d) Itapecuru Social Clube – Oficinas e workshoping;
e) Sede da AICLA – Apoio administrativo e guarda

segunda-feira, 23 de abril de 2018

PEDRO NUNES LEAL



  


Jucey Santana

Pedro Nunes Leal um dos mais fecundos talentos,  que se orgulha Itapecuru Mirim, de ter sido berço.  Professor, literato, jornalista, o mestre, como lhe chamavam os seus antigos discípulos, amigos e admiradores, que tanto lhe apreciavam o saber e a exatidão das ideias, a coordenação e feliz exposição, quer na conversação, quer levando ao papel as suas ideias, talento que o  acompanhou até momentos antes de sua morte, onde foi cuidado com carinho e dedicação pelo seu amigo e sobrinho, o médico,  Oscar Galvão.  

Era o Dr. Pedro, um representante dos antigos literatos, e um dos eminentes vultos da literatura maranhense que honrou a pátria e a terra natal, prestando valiosos serviços à instrução pública, as letras e à mocidade.

O professor  Pedro Nunes Leal nasceu em 22 de agosto de 1823 no lugar Cantanhede, pertencente a Freguesia de Itapecuru Mirim, tendo falecido aos  77 anos de idade. Filho de Alexandre Henrique Leal e Ana Rosa Reis Leal, concluiu o curso de Humanidade em 1838 em São Luis (MA). Seguiu para Coimbra onde  colou grau em Ciências Jurídicas e Sociais em  1843, com 22 anos de idade e ali teve por colegas e amigos, Gonçalves Dias, João Lisboa, Domingos Perdigão, Antônio Rego,  Dr. José Zacarias de Carvalho. J. F. Côrrea Leal e Arcedíago Manoel de Tavares da Silva.

Sendo mestre e apaixonado pela Língua Portuguesa, criou fama como lexicógrafo. Compilou e organizou várias obras. Mesmo com a idade avançada, continuava seu zelo exacerbado pela língua pátria, “escrevendo para novas gerações, filhos de seus antigos discípulos”, como gostava de dizer. Além de escrever o livro “Noções Gramaticais” em 1893,  para uso nas escolas  primárias,  extraída dos ensinamentos da língua portuguesa do professor Sotero dos Reis,  publicou nas oficinas do jornal Diário do Maranhão, várias obras e apostilas gramaticais. 

 Em 1864 fundou na  capital o Colégio Instituto de Humanidade, onde ele  próprio foi  titular das seguintes cadeiras:  Gramática,  Filosofia, Literatura e Latinidade. No Instituto receberam instrução primária e cursos preparatórios muitos ilustres cidadãos, como: Theóphilo Dias, Menezes Vieira, os médicos,  Tarquínio Lopes e Oscar Galvão, Vianna Vaz, Capitão Fragata Othon Bulhão, Almir Nina, Palmério Cantanhede, Tasso Coelho, Costa  Rodrigues, Costa Lima e tantos outros que atestam o merecimento daqueles que os guiou nos primeiros estudos mais tarde professores, e onde também foram alunos muitos maranhenses, que hoje ocuparam  elevada posição social.

Deixou as seguintes produções literárias:

1. Gramática elementar da Língua Portuguesa (1894).
2. Opúsculo e Lexicografia:
3 – Opúsculos da Lexicografia: 
       I – Afixos da Língua Portuguesa - 1894
      II – Dicionário Manual Homofonológico. Significação e a Prosódia - 1896
      III – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - 1897
4. Tratado Elementar  da Filosofia, de Paulo Janet (tradução por N, II.).
5. O Pariz na América (tradução)  René Lafebre - 1867
6. Conde de Gaspários
7. Tratado de Agronomia.
8. Esboço anatômico (tradução).
9. Esboço de Agricultura, curso de Agronomia traduzido de Gasparin (inédito).
10. História da Filosofia  de autoria de F.A. Jaffre – 2º vol. 1 (inédito).
11. Bibliográfico Maranhense, sobre   escritores  do século XIX (inédito)

Por sua iniciativa foi  reeditada a importante obra, O Tímon Maranhense,  de João Lisboa, de quem  era admirador. Nunes Leal  não poupou esforços para conseguir a reimpressão, da qual foi tratar em Portugal em 1899, conseguindo vê-la prefaciada pelo literato português Dr. Theophilo Braga.

Redigiu vários jornais  como,  o “Diário do Maranhão”,   O Progresso, Jornal da Lavoura e a Revista Universal. Os seus textos versavam sobre literatura, gramática e também sobre  agricultura  e  agronegócios como  a cultura   do cacau, cana de açúcar e principalmente  as vantagens  do plantio de algodão. 

Foi nomeado promotor público da Capital em  1847.

Pedro Nunes Leal era irmãos dos Drs. Antônio Henriques Leal, e  Fábio Nunes Leal.
Deixou quatro filhos: Francisco José,  Zenobia Cesaltina e Isabel Colomba.  

Em demonstração do  grande   pesar pelo falecimento do  festejado literato, hastearam as bandeira à meio mastro nos seguintes  locais: Biblioteca do Estado, Externato S. Sebastião,  Revista do Norte,  “Liceu Maranhense” e jornais da capital, prestando assim a devida homenagem, aquele que foi mestre, que amou e fez amar as letras.

O Dr. Pedro Leal, não obstante a sua idade, ainda se entregava a vida ativa, e assim ocupava o lugar de superintendente da Companhia de Melhoramentos, e de representante do Banco da República, juntos aos estabelecimentos industriais, que com aquele tinha  negócios. Faleceu no dia 7 de novembro de 1901.

Pedro Nunes Leal é patrono da cadeira 33 da  Academia Maranhense de Letras, pelo seu trabalho em prol da educação e  letras.
Por ocasião do seu falecimento o amigo Oscar Galvão dedicou-lhe a página abaixo:

Ao Dr. Pedro Nunes Leal

Como uma águia real que, num voo seguro.
A asa batesse enfim, dominando o horizonte.
Para as águas beber de outra mais pura fonte.
Para os climas gozar de outro espaço mais puro.

Assim ele se foi...tendo por palinuro,
Dentro d’alma a Virtude e o Talento na fronte...
Té que dobrou do Além luminoso monte.
Ocupando um lugar no Pantheon do futuro!

Morreu! ...mas, ao morrer, o majestoso velho,
Tinha escrito as lições de um brilhante evangelho
De Bondade e de Amor aos vindouros e aos vivos!

Morreu! ... Perante o herói em cadáver mudado.
Perante essa relíquia enorme do Passado
Filhos de minha terra! Orar e descobri-vos!