domingo, 28 de fevereiro de 2021

VIDA

       *Elistia Mendes

     Abro os olhos e... hum que dia lindo... que sol esplêndido, abro as cortinas e um brilho maravilhoso uma luz incrível invade o quarto...fico muito feliz com o ventinho gostoso que me soprou ... um sentimento de alegria me invade, vou pro banho  agradecendo a Deus tanta felicidade! Um cheirinho de café gostoso vai subindo as escadas me estimulando a descer, hora do desjejum. Mesa posta, café, pão, ovo frito, requeijão... tudo ali me incentivando a gula...              Essa D. Marta é uma bênção em minha vida... Deus como sempre generoso, me dá mais do que preciso, sempre! Começo a me deliciar ... huuuuummmm!!!! De repente o celular avisa que chegou mensagem, curiosa vou ler e de repente recebo a notícia que meu amigo Zé Maria, que está internado com Covid, piorou. Meu coração se entristece e fico pedindo a Deus pela saúde dele... Fico ali, parada e refletindo sobre a vida e quantos conhecidos essa doença já ceifou a vida e retirou do meu convívio. Penso no porquê de tudo isso. Seleção natural?  “Poda de Deus” para que reflitamos sobre nossos comportamentos e atitudes, nossos limites e humanidade? Sou só interrogações...

      Vários clichês me ocorrem:

     - Nos mostramos através dos nossos comportamentos e atitudes... e somos vistos através de diferentes lentes....

     "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." – Antoine de Saint-Exupéry.

     - Onde há vida, há esperança...

    Não é o quanto nós temos, mas o quanto desfrutamos, isso faz a felicidade.

    Viver não é esperar a tempestade passar. É aprender a dançar na chuva.

    Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo.

    Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta. Albert Einstein

.....

    Ficaria aqui divagando horas sobre elas e tantas outras, mais por agora, uma pressa se  apossou de mim, então eu penso: VIVA, VIVA, VIVA, INTENSAMENTE, O MAIS INTENSAMENTE POSSÍVEL TODO AMOR QUE EXPLODI EM VOCÊ... PERCEBA A VIDA, O UNIVERSO, AS COISAS SIMPLES, TUDO QUE LHE RODEIA E QUE VOCÊ RECEBEU COMO DÁDIVA. SE ESFORCE PARA PERCEBE-LAS EM SUA ESSÊNCIA... VOCÊ É GRANDE, PODEROSO, RICO DE TUDO QUE CONSEGUIR ENXERGAR E PRATICAR PARA BEM VIVER.

    VIVA SEM VERGONHA DE SER FELIZ!!!!!

AME COM TODA SUA HUMANIDADE !!!

Ligo o Spotfy e está tocando DRÃO de Gilberto Gil  :

... Deus sabe a minha confissão

Não há o que perdoar

Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão

Quem poderá fazer

Aquele amor morrer

Se o amor é como um grão

Morre, nasce trigo

Vive, morre pão

Drão!

    E agora chove para lavar a minha inquietude e trazer vida para as flores do meu jardim.

 


*Elistia Maria Aragão Mendes, Pedagoga de formação a itapecuruense de nascimento e coração,  foi aluna da Escola Normal Regional Gomes de Sousa - hoje  Colégio Leonel Amorim,  conclui o terceiro grau na UFMA e cursou  três pós-graduações que a habilitaram a atuar nas diversas frentes da área de Recursos Humanos (desde administração de pessoal, recrutamento e seleção, desenvolvimento  de pessoas e administração de benefícios), a maior parte vivenciada na Empresa Vale. Atualmente desenvolve trabalhos na administração pública, na área de Assistência Social. Mãe de quatro filhos e avó de três netos. Não esconde o orgulho de ser filha dos itapecuruenses Benedito Bráulio Mendes e de Teresa de Jesus Aragão Mendes, ambos  cidadãos que prestaram relevantes serviços a seus conterrâneos sem retorno financeiro, apenas pela grandeza da alma e movidos pelo sentimento de se sentir útil. Nas horas vagas e quando algo a inspira, se arrisca a escrever, sem, contudo, se intitular poetisa.

 

 

MINHA MÃE, UMA MULHER DE FIBRA!

                                         *Benedita Azevedo

            Rosena Matos da Silva, que nasceu Rosena Martins Matos, em 28 de fevereiro de 1916. Filha de Francisco Matos e Maria Cecília Martins Matos.

A mãe de Rosena era filha de Francisco Raymundo Martins e Maria Vitalina de Sousa Martins que geraram os filhos: Olinto de Sousa Martins, Florêncio de Sousa Martins, Firmo de Sousa Martins (amigo de Padre Albino), Luísa de Sousa Martins, Francisca de Sousa Martins, Anastácia de Sousa Martins, Luca de Sousa Martins e Maria Cecília de Sousa Martins (minha avó).

          Rosena Matos da Silva casou-se com Euzébio Alberto da Silva em 1934. Geraram os filhos: Luciano, Eliza, Luzinete, Maria da Conceição, Maria Benedita, Benedita, Raimunda, Francisca, Euzébio Filho, Rosa e Maria do Socorro. Todos Matos da Silva.

Rosena, mais conhecida como Rosa ou Rosinha era uma mulher de fibra. O casal tinha um engenho na Mata. Ela além de ser dona de casa, esposa e mãe, costurava para fora e fazia o que aprendera com o pai. Cuidava de todos. 

  Administrava tudo com sabedoria e esperteza, no bom sentido. Se alguém ficava doente iam perguntar a dona Rosinha qual chá deviam tomar? Quais os tecidos que deviam comprar para as roupas das festas religiosas.        Era madrinha dos filhos de muitas pessoas que iam buscá-la no meio da madrugada, a cavalo, para ajudar as mulheres a trazer seus filhos ao mundo. Minha mãe sabia tudo de remédios caseiros. Éramos 10 filhos, ela sabia de chás para tudo: Se comia mais do que devia, era chá de boldo, quebra pedra e cararucá. Para insônia, erva cidreira e capim limão. Para verme, emplasto para ossos quebrados e inflamação, mastruz (erva-de-santa-maria). Para sarna dos cães, sumo das folhas de melão são Caetano e mastruz. Para conjuntivite usava uma raiz que chamava de raiz dos olhos. Ela raspava colocava em pano limpo e pingava nos olhos com leite materno. No outro dia já se estava bem. Para tosse, xarope de hortelã pimenta com erva cidreira. Para artrite e reumatismo, azeite de caroço de bacuri e sebo de carneiro. Para engravidar, leite de copaíba. Tudo informação oral passada de pai para filho.

O engenho foi vendido em 1955. Meu pai passou a ser tropeiro. Mamãe passava a maior parte do tempo sozinha com os filhos. Distribuía as tarefas de acordo com a idade de cada um. Contratava pessoas para trabalharem na enorme horta à margem esquerda do Rio Itapecuru. Na hora da colheita, principalmente de tomates, se não encontrasse mão de obra para contratar levava os filhos, não se podia perder o resultado de tanto trabalho. Em casa criava-se porcos e galinhas, tudo sob o comando de dona Rosinha. Tínhamos muita fartura em casa. Plantava-se de tudo e meu pai trazia sempre muito peixe seco de Anajatuba e também gostava de caçar: veado, cotia, paca, cateto e outras. Quando queria comer peixinho fresco, pescava de tarrafa no Rio Itapecuru.

Mulher de tropeiro e de marinheiro sofre com os boatos de que os homens tem uma mulher em cada localidade, em todos os portos. Mesmo assim, minha mãe ficou casada com meu pai 59 anos.

Frases da minha mãe:

- É importante não só copiar o modelo, mas, remodelar.

- Quem gosta de fofoca, perde tempo de produzir.

- Quem cuida da vida dos outros esquece da sua.

 


*Benedita Azevedo, nasceu em Itapecuru Mirim (MA).  Radicada no Rio de Janeiro desde 1987.  Graduada em Letras e Pós graduada em Linguística. Lecionou de 1972 a 2005. É professora, escritora, poeta, haicaísta, antologista e Artista Plástica. Pertence a várias instituições literárias no Brasil, Chile, Portugal e França. Membro fundador da AICLA. Conselheira da APALA. Membro Efetivo da ADABL (Associação dos Diplomados da Academia Brasileira de Letras). Artilheiro da Cultura do Centro de Literatura do Forte de Copacabana. Participa do Centro de Expressões Culturais do Museu Militar Conde de Linhares e do Círculo Literário do Clube Naval. Recebeu várias premiações e comendas, inclusive o 1º lugar no “Grande desafio” do 17º Encontro Brasileiro de Haicai, em 2005/SP, 1º lugar no Concurso Brasileiro de Haicai Caminho das Águas, em 2011/ Santos/SP. Escreveu 31 livros individuais e 2 em parceria. Organizou 33 antologias. Publica em  jornais, revistas, sites e em mais de 160 antologias. Autora do Projeto Haicai na Escola em 2004, com incentivo  a leitura e a escrita. Fundou o Grêmio Haicai Sabiá  em 2006, em Magé - RJ.   Em 2008, fundou o Grêmio Haicai Águas de Março, o 1º da cidade do Rio de Janeiro, RJ e 2º do Estado.  

    Do livro  inédito, Púcaro III - Protagonismo Feminino, organizado por, Jucey Santana e João Carlos Pimentel Cantanhede.

 

 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

MARIANA

                

*Catarina Ribeiro

 

Mariana, de versos tristes e reflexivos;

Mas traz consigo a sabedoria,

De educadora e poetisa.

 

Mulher negra e guerreira,

de talentos invejáveis,

 de uma grande romancista;

Nascida em terras maranhenses,

na chamada Itapecuru.

 

De vida cansativa,

sempre lutadora, dedicada a cultura;

Acalentou-se de contos e poemas,

e assim a todos encantou.

 

Seu sobrenome tão iluminado, quanto se diz,

corresponde perfeitamente à eterna, Mariana Luz.

 


 
*Maria Catarina Rocha Ribeiro, nascida em Itapecuru Mirim, em 13 de maio de 2001, filha de itapecuruenses natos,  crescida no mesmo município. Estudou nas Escolas: Unidade Integrada de Itapecuru Mirim (Maria Gorete), Escola Mariana Luz, e Centro de Ensino Professor Newton Neves. Gosta de escrever poemas e pequenos textos romantocos. Aos 19 anos de idade, é técnica em enfermagem e com muitos projetos para cursar faculdade de Letras e se tornar professora e poeta para representar a minha cidade.  Atualmente exercendo cargo de servidora pública pela secretaria municipal de juventude, cultura, esporte, lazer e turismo do Município de Itapecuru Mirim.

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

BELA NINA

                                               *Bárbara Melo

Entre brilhantes mantas verdes

 Banhada por águas límpidas 

Debaixo de um sol dourado

 Encontra-te, mui bela Nina.

 

És um manto de belezas 

Com água em abundância 

Com seus braços verdejantes 

És sorriso de criança.

 

Tens em si uma beleza 

Um carisma sem igual

Quem te visita sempre volta 

Ao seu abraço maternal.

 

És uma terra abençoada

 O teu ar transmite paz 

As virtudes do teu povo 

São valores sem igual.

 

Há em ti belos segredos 

Nas entrelinhas da história 

Com os tesouros vividos

Em teus feitos em tuas glórias.

 

És cidade acolhedora 

teu sol é brilho, emoção

 quem te conhece te ama 

tem você no coração.


És pequena em tamanho 

Mas imensa em virtudes 

Tua história te engrandece

 És registro de atitude.

 

És história Nina Rodrigues

 Teu valor não se desfaz 

Nos relatos de tuas glórias 

A história se refaz.

 

 


*Maria Bárbara Silva Melo Siqueira
, professora e poeta, filha de Domingos Melo e Deuseliana Silva, natural do Centro do Guilherme (MA). São seus filhos: Brenda, Bryellem, Nayane Vitória, Paulo Vitor. Graduada em Letras pela UEMA (2004), pós graduada em Língua Portuguesa e Educação Especial. Publicações: Participações nas antologias: Poesias Escolhidas O Melhor de Mim (2014), Elas são de Marte Mulheres sem Censura (2015) e Brasil Galiza (2019); Eu Jardineiro (2019), Versos Inversos (2019) e (Re) Florescer (2019) e Colaborado- ra da revista online Revista Cultural Evidenciarte (2019). projetos em andamento: Pique – esconde (infantil), Nina Rodrigues – Berço da Balaiada (antologia) e Minh’Alma Quando Escreve. Membro Fundador da Academia Vargem-grandense de Letras, fundada em 14 de julho de 2019. Ocupante da cadeira nº 09 patroneada pelo Major Horácio.

 

Do livro, O Iguaraense, 175 anos de Vargem Grande (2020), organizado por Jucey Santana.

 


DESLUMBRANTE MULHER

                                                                                      *Paulo Henrique Figueiredo

 

Deslumbrante ser,

Corpo esplêndido

Realçando tua beleza,

Parece os encantos da natureza.

No teu sorriso,

Brilho ofuscante

Feito luz da manhã,

Sol ao amanhecer,

De uma simples mulher

Que é bela sem saber.

Não precisa se orgulhar,

Muito menos se engrandecer,

Isso torna mais charmosa,

Muito mais atraente

No coração do homem

Que te ver.

Tu és como fogo ardente

Capaz de derreter,

No teu encanto,

No teu simples jeito de ser,

É bem capaz de fazer

Um homem enlouquecer.

Pra quereres ao seu lado,

Pra melhor te conhecer

Ao ouvir a tua voz,

Notar tua meiguice,

Teu jeito simples de ser.

És encantadora,

Como o voo de um beija-flor,

Mal se ver, e ele já passou.

Por mais que eu a deslumbre

Fito os olhos em você,

Não consigo por completo

Te descrever.

Mas posso com certeza,

Dizer: há no mundo

Poucas belezas como você.

 


 

*Paulo Henrique Figueiredo  Mendes, itapecuruense, nascido em 1 de junho de 1966, poeta, cantor, compositor e radialista, autor do livro de poemas e pegadinhas.  Meu Estar (2018), com a parceria de membros da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes – AICLA.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

DIFÍCIL DECISÃO

                                                                                   *Paulo José de Santana

Tudo é uma questão de tempo!!!

 

Às vezes,   estamos ocupados  demais para percebermos que determinadas      situações

não se encaixam mais em nossa vida e quando nos auto avaliamos melhor descobrimos uma trajetória sofrida, com percalços e dor sem o menor sentido.  Daí então, resolvemos tomar uma atitude, tendo o cuidado para não  melindrar aos que  nos rodeiam, mas, sendo realista e ponderado, colocando as coisas na balança e pesando o que realmente é melhor para nós...   seguir em frente!

Chega de pensar nos outros!     

             Esse momento é   nosso, não podemos nos deixar levar pelo comodismo, esperando dias melhores, porque isso pode acabar sendo muito pior. Mesmo envolvendo sentimentos, a sensação maior vai ser a de que você não quer estar naquele lugar, naquele abraço, naquele sorriso, naquele espaço.

 Podemos passar a vida com um alguém e não  conhece-lo, ou conhecer um estranho e assim do nada, nos conectarmos.

Seja você, mesmo que sofra  em diversas situações, pois ninguém tem o mesmo coração, nunca será fácil, mas temos de ser fortes, nos adaptarmos as situações sem mudarmos nossas essências. Somos mais do que as somas das nossas intenções.

 


*Paulo José Santana de Oliveira, estudante, cronista e poeta, nasceu em São Luis (MA) em 11 de março de 1999. Filho  de Fábio Nogueira de Oliveira e Gabriela Santos de Santana, estudou no Colégio Santa Teresa, é graduando do curso de Ciências Contábeis da UNDB. Seus textos carregados de sen sibilidade onde extravasa seus sentimentos, são publicados regularmente no www.wattpad.com-user-Peraltajs, com o pseudônimo de Peraltajs. É coautor da obra, O Iguaraense, 175 anos de Vargem Grande (2020), organizada por Jucey Santana. Também tem poemas publicados no Jornal de Itapecuru e no blog literário de Jucey Santana: http://juceysantana.blogspot. com/

 

ANTONIO UCHÔA FRAZÃO

                                     *Hedwiges Frazão


A  trajetória familiar e política   de Antônio Uchôa Frazão conhecido popularmente como Tunico Frazão teve o seu inicio familiar com  o Coronel Pedro Daréu (Pedro José Frazão) que foi o criador e fundador da Comunidade Santa Luzia do Daréu e era casado com dona Josefa Raimunda Frazão, no qual tiveram como filhos Martiniano Gentil Frazão (pai de Tunico Frazão), Evaristo Frazão e Raimundo Frazão.

Martiniano Gentil Frazão casou-se com a filha de Boaventura Barbosa Uchôa e Emília de Sá Cavalcante Uchôa, Cândida de Uchôa. O casal os precursores da união dos Frazões com os Uchôas na pequena povoação de Santa Luzia do Daréu, e, juntos tiveram sete filhos, que são eles José Melquiades (Juca), Antonio (Tunico Frazão), Maria (a Maroca), Emília (Miloca), Izaura (Za- ruca), Maria dos Prazeres (Nenê) e Pedro ( Liba).


Tunico Frazão, o segundo filho na ordem de nascimento do casal, neto de Pedro Daréu e Boaventura Uchôa, nasceu em 24/05/1913 na pequena povoação de Santa Luzia do Daréu, teve uma infância humilde, porém cercada da tranquilidade da natureza.

Tunico Frazão casou-se aos 26 anos de idade, com a professora Rosa Marques de Sousa (Rosa Sousa) e foi morar em Sororoca, o casal teve os filhos: Evaristo em 1941 (Guri), Sebastião de em 1943 (Bastico Frazão) José Augusto em 1944 e adotou Maria do Livramento.

Em uma nova gravidez, Rosa Sousa teve complicações no parto e faleceu em junho de 1947, deixando seu esposo viúvo com quatro filhos. Conforme fontes de moradores locais, Maria do Livramento, filha adotiva do casal, ainda adolescente, assumiu a criação e educação dos pequenos juntamente com o zeloso pai viúvo, tendo enfrentado muitas dificuldades.

Tunico Frazão, saiu da comunidade de Santa Luzia do Daréu por conta de problemas familiares, com seu primo e cunhado Gerson, casado com sua irmã Isaura o pai de Gerson era irmão de Cândida, esposa de Martiniano.

O segundo casamento de Tunico Frazão com, a também professora municipal Raimunda Nonata de Sousa Mendonça Frazão aconteceu no dia 19 de maio de 1951, Tunico Frazão já tinha quase 38 anos de idade. Com o novo casamento teve mais quatros filhos: Raimundo em 1953, Hedwiges Maria 17/10/1957, Antonio Filho em 1961 (Tony) e Sérgio Murilo em 1965 e adotou Eliziane de Jesus.

Depois do segundo casamento, Tunico Frazão retorna a vida agraria como lavrador e produtor rural, cultivava a cana-de-açúcar, com a fabricação artesanal de cachaça e fazendo grandes roças braçais de cultivo de arroz, mandioca, milho e legumes para o sustento da sua família.

Inicia-se a sua vida política pelos anos de 1952 quando apoiava o seu tio Wladimir a vereador no Município de Vargem Grande. Em 06 de setembro de 1959, seu tio que era Presidente da Câmara empossa Tunico Frazão ao cargo de presidente da Câmara de Vargem Grande, mais tarde foi deferido novamente a prefeito municipal em 26 de abril de 1960 por Wladimir vice-presidente da Câmara.

Em 1962, Branco Uchôa (Wladimir Barbosa Uchoa) como Vice-Prefeito do Município de Vargem Grande e o seu sobrinho Tunico Frazão vereador do Município de Vargem Grande, juntos representavam o povo de Santa Luzia do Daréu, decidiram lutar pela emancipação política do povoado, foi uma luta longa e difícil para criar o município e transformar o povoado em cidade.

Tunico Frazão assumiu a Presidência da Câmara em 30 de janeiro de 1963 ficando no cargo até as eleições municipais de Presidente Vargas.

Como vereador de Vargem Grande abraçou o projeto de Criação e Emancipação Política de Santa Luzia do Daréu, mais tarde Presidente Vargas.

Na política de Vargem Grande Tunico Frazão era amigo e companheiro político do coronel e prefeito José Firmino Gomes. Os relatos orais dos filhos e filhas de Tunico Frazão e Branco Uchôa indicam que o prefeito era contrário ao projeto em função de divergência políticas com o vice-prefeito Branco Uchôa.

Após o projeto ser acatado já com o nome de Presidente Vargas o prefeito de Vargem Grande conseguiu vetar novamente impedindo a instalação do novo Município que se desmembraria do território de Vargem Grande, reduzindo o subsidio estadual deste. Decepcionado e desmotivado com a política local, Branco Uchôa se muda com a sua família para a cidade de São Mateus (MA), deixando sozinho o vereador Tunico Frazão na luta pela criação e emancipação política de Presidente Vargas.

    Após muita insistência de Tunico Frazão conseguiu con- vencer o prefeito de Vargem Grande, e aderir o projeto, trazendo consigo o Deputado Estadual Adail Carneiro Secretário da Assembleia Legislativa do Maranhão e aliado do então Governador da época Newton Bello e o cidadão de Vargem Grande José do lago Lima (o Zeca Félix).

E finalmente, aos 13 dias do mês de fevereiro de 1965 Tunico Frazão consegui conquistar a autonomia política e administrativa de Presidente Vargas. O ato solene realizou-se no final da tarde e contou com uma presença inúmeras pessoas de toda região que ansiosamente aguardavam o evento.

Na Sessão Solene de instalação, Zeca Félix foi impos- sado prefeito interino de Presidente Vargas por indicação e do prefeito de Vargem Grande, Firmino Gomes, e Tunico Frazão.  O governador foi representado pelo prefeito de Vargem Grande José Firmino Gomes.

Após este ato, meses depois Tunico Frazão convida e ajuda no retorno de Branco Uchôa para a cidade de Presidente Vargas.

Naquele momento que seria histórico para a história de Presidente Vargas, pois seria a primeira eleição presvarguense com os filhos da comunidade de Santa Luzia do Daréu e Tunico Frazão neto do fundador de Santa Luzia, Coronel Pedro Daréu, se tornou o principal responsável por Presidente Vargas.

Segue abaixo os nomes dos cidadãos que assinaram a Ata de emancipação Política do Município de Presidente Vargas Maranhão:

 José Ribamar Andrade, José Firmino Gomes, Adail da Silva Carneiro, Abdala Buzar Neto (Prefeito de Itapecuru Mirim), José Maria Rodrigues, José do Lago Lima, Bel Daniel Ribeiro da Silva, Joaquim Clementino Lobato Neto, Raimundo Santos Lima, Clovis Rodrigues Viana, Leonel Amorim de Sousa, Fran- cisco das Chagas Melo, Antonio Gomes Chaves, João da Cruz da Silveira, João Uchôa Mendes, Gerson Barbosa Uchôa, José Ribamar Sousa, Raimundo Nonato Lopes, Sidney Sousa Pinho, Zozimo Feques Costa – Luiz Alberto Coqueiro, Adalisio Barboza Uchôa, Antonio Uchôa Frazão, Raimundo Nonato Bezerra, José Ribamar Soeiro Bezerra, Sebastião Sousa Frazão, Artur Pires de Jesus e Tomaz de Aquino Gomes.

Naquele mesmo ano aconteceu a 1ª eleição municipal do primeiro prefeito eleito pelo voto direto do povo presvarguense, quando elegeram a prefeito o Sr. Wladimir Barbosa Uchoa e vice-prefeito Aldeziro Lopes de Abreu. Nesta eleição teve como candidatos a prefeito: Branco Uchoa (Wladimir Barbosa Uchôa), Tunico Frazão (Antônio Uchoa Frazão) e Nezinho Pinho (Sidney Sousa Pinho).

Após a realização do pleito eleitoral do dia 15 de novembro de 1965, Tunico Frazão como candidato derrotado na referida eleição para Wladimir Barbosa Uchôa, decidiu com alguns companheiros, entre eles; Lourenço Lázaro Frazão, Pedro Uchôa Frazão, Luís Alberto Coqueiro, Raimundo Uchôa Sobrinho, João Uchôa Mendes, Alípio José Lopes, Atanásio da Conceição Nicácio, Antonio Marinho da Silva, entre outros criar seu próprio grupo político ficando sobre a sua liderança.

Desse modo, o Município de Presidente Vargas passou a ter dois agrupamentos políticas, o de Branco Uchôa e o de Tunico Frazão. O de Branco Uchôa ficou sendo liderada por ele até 10/11/1974 data do seu falecimento, assumindo a liderança desse grupo seu genro Afonso Celso Viana Neto até o ano de 2004.

Enquanto o grupo de Tunico Frazão ficou sobre a sua lide- rança até 04/01/1991 ano de seu falecimento. Somente na eleição do ano de 2000 o seu sexto filho na ordem de nascimento Antonio

         Uchôa Frazão Filho (Tony) conseguiu se eleger a vereador do Município de Presidente Vargas, sendo seu herdeiro político.

Mesmo sem ganhar a eleição de 1965, Tunico Frazão não desistiu da política presvarguese, pois se tornou um líder do seu grupo que na eleição municipal seguinte de 1969, conseguiu eleger o candidato indicado por ele, o segundo prefeito o Senhor Luís Alberto Coqueiro que governou por três anos e juntos novamente conseguiram eleger o terceiro prefeito no ano de 1972, João Uchôa Mendes (Joca Mendes) que governou por quatro anos. Com Joca Mendes, Tunico Frazão sofre mais uma decepção, pois este prefeito nas campanhas municipais de 1976 deixa de apoiar os candidatos indicados por Tunico Frazão.

Mas após esta derrota política, Tunico Frazão volta a vencer no ano de 1882 com o seu candidato Manoel Mendonça Nicácio que administrou por seis anos.

Durante todo o seu tempo de líder político, Tunico Frazão sempre lutou pelo bom desenvolvimento de sua amada cidade, buscando aliança e parceria com os governantes do Estado e Distrito Federal.

No ano de 1985, teve a sua saúde fragilizada devido a um problema cardíaco sendo acompanhado pelo cardiologista Dr Ha- roldo Sousa e Silva. Com a saúde fragilizada veio a óbito aos 77 anos de idade, em 04 de janeiro de 1991, deixando um legado político plantado na história política de Presidente Vargas com ética, seriedade, honradez e amor pela sua cidade natal. Pelo seu mérito foi eleito patrono da cadeira 31 da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes, fundada em 14.7.2019.

 

 


*Hedwiges Maria de Sousa Frazão
, professora e poeta, e promotora cultural, regional, nasceu na cidade de Presidente Vargas (MA), em 17 de outubro de 1957. Filha de Antonio Uchoa Frazão e Raimunda No- nata de Sousa Mendonça Frazão. Graduada em Biologia pela UEMA e pós graduada em Gestão e Administração Escolar com vários cursos de especializações e capacitações no segmento educacional. Hedwiges é membro fundador Academia Vargem-grandense de Letras e Artes – AVLA, ocupante da cadeira número 31, patroneada Antonio Uchoa Frazão - Tonico Frazão, seu pai.