Terceira Edição
Jucey Santana
No mês de novembro do corrente ano, por ocasião da FLIM (Festa Literária de Itapecuru Mirim), será lançada a terceira edição da obra “Itapecuruenses Notáveis”, em virtude da segunda edição se encontrar completamente esgotada.
Trata-se de um compendio, resultado de um demorado estudo e pesquisas em livros, jornais e inúmeros arquivos muitos dos quais corroídos pelo tempo, com o objetivo de compor a história do município de Itapecuru Mirim através de suas personalidades, com intuito de favorecer a sociedade e a classe estudantil, em uma construção de conhecimentos da memória histórica da nossa região.
Ainda que o ritmo da sociedade contemporânea seja altamente tecnológico, os estudiosos recorrem à história como mecanismo necessário de entendimento para a previsão do futuro. A história local estabelece conexões entre conflitos diários em forma de política, lutas de resistência, mudanças e apegos a tradições, com os antepassados. Quando salvamos o passado, resgatando a sua memória, estamos sendo útil ao presente e ao futuro. Segundo a citação da embaixatriz Beatriz de Moura, neta do General itapecuruense, Hastímphilo de Moura, quando esteve em Itapecuru Mirim em 1996, em busca de informação dos seus antepassados itapecuruenses. Infelizmente a ilustre visitante, solenemente acolhida na Câmara Municipal, voltou como veio, sem nenhum informe. Ao se despedir, ela fez a seguinte citação: Só poderemos saber para onde vamos se soubermos de onde viemos. Atualmente, o general itapecuruense, que chegou a ser governador de São Paulo tem um lugar especial em Itapecuruenses Notáveis.
Meu interesse teve início a partir do meu tronco familiar, daí em diante passei a investigação mais abrangente, como ponto de partida a pesquisa da poetisa, Mariana Luz, professora de meu pai.
A obra não é conclusiva. Muitas personalidades que fizeram história no município não foram favorecidas. A bicentenária Itapecuru Mirim ainda guarda muitos mistérios a serem desvendados.
A primeira edição de 2016, contemplou 114 personalidades catalogadas, a segunda edição lançada em 2018 e foi ampliada com 123 itapecuruenses e a terceira edição a ser lançada em novembro próximo, será ampliada com mais 9 personalidades, entre os quais: fidalgos, senhores de engenhos, políticos, poetas, escritores, musicistas, jornalistas, sindicalistas, latifundiários, professores, comerciantes, agentes culturais e outros que de algum modo contribuíram para o engrandecimento da cidade.
Famílias ilustres do Sec. XVII e XIX
Na obra são destacadas as seguintes famílias: Belfort, Burgos, Vieira, Henriques, Lisboa, Silva, Gomes, Nunes, Gonçalves, Sousa, Leal, Cardoso, Reis e Serra. A partir da segunda metade do Século XIX surgiram as famílias: Nogueira da Cruz, Santos, Bandeira de Melo, Raposo, Frazão, Luz e outras. No final do Século, passaram a ter atuação importante no cenário político os Sitaro e Bezerra.
Vale citar que os Bandeira de Melo, Nogueira da Cruz, Bezerra e Sitaro, continuaram atuando na política itapecuruense até os anos 40 do século XX.
Primeira metade do século XX
Novos núcleos familiares se formaram no início do século com a migração dos sírios-libaneses, que se instalaram em Itapecuru Mirim e movimentaram economicamente a cidade com várias modalidades comerciais. As principais famílias: Mubarack, Fiquene, Buzar, Simão, Assef, Jorge, Lauand, Ahid e outros. Também os retirantes das secas nordestinas se instalaram formando grandes comunidades familiares: Rodrigues (três famílias distintas), Araújo, Sampaio, Conegundes, Moura, Abreu e outros.
Itapecuruenses nas Academias Literárias
Figuram na obra, dois ilustres itapecuruenses que fizeram parte dos quadros Academia Brasileira de Letras: João Lisboa (patrono) e Viriato Corrêa (membro efetivo).
Entre os filhos ilustres da terra, dez tiveram seus nomes gravados nos anais da Academia Maranhense de Letras, sendo cinco dos quais, patronos: Joaquim Gomes de Sousa, escritor e matemático; Antônio Henriques Leal, biógrafo, escritor e jornalista; João Francisco Lisboa, jornalista e escritor; José Cândido de Morais e Silva, jornalista e professor e Pedro Nunes Leal, lexicógrafo, escritor e tradutor. Quatro membros efetivos: Salomão Fiquene, cientista, professor e escritor; Viriato Correa, romancista, teatrólogo e jornalista, Mariana Luz, poetisa, teatróloga e professora e Benedito Buzar, escritor, jornalista e pesquisador. Tivemos também um membro correspondente na pessoa do general Hastímphilo de Moura, escritor e general de divisão do Exército Brasileiro.
É de bom alvitre lembrar Joaquim de Jesus Dourado, romancista e cronista, outro imortal da Academia Maranhense de Letras que mesmo nascido no Estado do Ceará viveu 13 anos em Itapecuru Mirim, na juventude, época que seu tio e tutor foi vigário da Paróquia e depois de ter recebido o sacramento da ordem, desenvolveu o um trabalho religioso e empreendedor de relevância na Paróquia de Nossa Senhora das Dores. Portanto, em minha opinião, foram onze itapecuruenses que integraram os quadros do Academia Maranhense de Letras.
No Instituto Histórico e Geográfico Maranhense temos Benedito Buzar e o padre Raimundo Gomes Meireles, este último também integrante dos quadros da Academia Ludovicense de Letras. Não podemos esquecer João Duarte Lisboa Serra que é patrono da cadeira 36 da Academia de Letras do Banco do Brasil e foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, comprovando que a terra de Mariana Luz e Gomes de Sousa é berço de cultura.
Muitos ilustres que desfilam nas páginas do citado compendio, não são itapecuruenses natos, mas, se instalaram na região com trabalho e determinação, auxiliando no progresso local.
Também registramos notáveis filhos da terra que fizeram sucesso em outras plagas, levando longe, com muito orgulho, o nome de Itapecuru Mirim.
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