terça-feira, 7 de março de 2017

JOÃO LISBOA


   


     


             Jucey Santana                                                       
        João Francisco Lisboa filho de João Francisco de Melo Lisboa e D. Gerardes Rita Gonçalves Nina, nasceu no dia 22 de março de 1812 em Pirapemas,  então pertencente á freguesia de Nossa Senhora das Dores de Itapecuru-Mirim.  Foi jornalista, crítico, historiador, orador e político brasileiro.

 Depois do falecimento do pai, aos  quatorze anos,  foi morar em São Luís onde trabalhou no comércio durante dois anos.  Depois passou a  dedicar-se  aos estudos  sob a orientação de  mestres, como o professor  Francisco Sotero dos Reis.

Em 1832 fundou o jornal   Brasileiro, cuja publicação interrompeu com a morte do amigo e cunhado José Cândido. Fez reviver O Farol, assumindo a sua direção durante dois anos para continuar a pregação doutrinária do seu fundador.

De 1834 a 1836, dirigiu o Echo do Norte.  Segundo Sebastião Jorge, em seu livro Os Primeiros Passos da Imprensa no Maranhão,  das páginas do Echo do Norte  brotaram artigos famosos, que viriam consagrar João Lisboa como um dos maiores panfletários da imprensa maranhense de todos os tempos  (JORGE, 1987).

  Retirado de circulação  o Echo do Norte, João Lisboa foi trabalhar na  administração pública, durante três anos, tendo sido eleito deputado provincial por duas  legislaturas. O primeiro assento na Assembleia Provincial do Maranhão, foi por força  do Ato Adicional de agosto de 1834.

Na tribuna parlamentar e na imprensa, Lisboa defendeu princípios da liberdade e interesses do povo. Retirou-se temporariamente da política, dedicando-se à literatura.

Retomou o jornalismo, assumindo a direção da Crônica Maranhense, jornal que defendia o Partido Liberal.  Na época, João Lisboa já havia adquirido  destaque como jornalista, publicitário,  político e escritor. A Crônica circulou até dezembro de 1840.

Em 1842, retorna às lides jornalísticas, integrando-se ao corpo redacional do jornal  Publicador Maranhense.

Com a saúde abalada, em 1851, afastou-se do jornalismo, e mesmo sem o diploma de advogado, entrega-se à militância forense, com exercício na comarca de São Luís, onde militou com brilhantismo no Direito Criminal.
Em 25 de junho de 1852, fundou  o Jornal  Timon Maranhense. O periódico circulou até 1858.

Em 1855  mudou-se para o Rio de Janeiro ocasião e colaborou em dois periódicos: Jornal do Comércio e Correio Mercantil.

 Foi incumbido pelo Governo Imperial de organizar, em Portugal, documentos e dados sobre  História do Brasil, onde também  pesquisou a vida do Padre Antônio Vieira, para uma biografia, que ficou inacabada.

Regressou ao Maranhão permanecendo por um período de seis meses em 1859.  Já com o estado de saúde precário voltou a Lisboa  falecendo   em 26 de abril de 1863, aos  51 anos.

Foram seus contemporâneos: Odorico Mendes, Sotero dos Reis, Joaquim Serra, Franco de Sá, Luís Carlos Cardoso Cajueiro, Sousa Andrade, Antônio Henriques Leal,  Cândido Mendes de Almeida,  César Augusto Marques e José Candido de Morais e Silva.

Casou- se em  20 de novembro de 1834, com   Violante Luísa da Cunha,  irmã de  Mariana Emília da Cunha, esposa do jornalista José Candido de Morais e Silva.  O casal não teve filhos. 

 Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, foi membro correspondente da Real Academia de Ciências de Lisboa, patrono de  cadeiras nas seguintes Academias de Letras:  Academia Brasileira de Letras,  Academia Maranhense de Letras e  Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes.
                                     Obras de João  Lisboa
    Jornal de Tímon. 2 vols. (1852-54);
   Obras de João Francisco Lisboa,  por Antônio Henriques Leal. 4 vols. (1864-1865);
   − Vida do Padre Antônio Vieira (inacabada);
  − Crônica maranhense, 1969; Crônica política do Império (Jornal de Timon), 1984.

Do livro Itapecuruenses Notáveis  (2016),pag. 57, de autoria de  Jucey Santana


    


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