HOMENAGEM AOS 80 ANOS DE BUZAR
Josemar Lima
Lembro dele com os olhos de um menino
de dez anos, mas interessado no burburinho do que nos discursos do comício.
Foi em um comício no Largo da Igreja
Matriz, no início dos anos 60, num palanque improvisado sobre o que restara de
um velho coreto, que conheci de longe o filho de seu Abdala Buzar, figura
queridíssima na cidade de Itapecuru Mirim.
Depois, numa roda de colegas estudantes
do Grupo Escolar Gomes de Sousa, que ficava em frente à residência de seus
país, soube que haveria uma alvorada, com foguetes e repicar de sinos em
homenagem a sua eleição para a Assembleia Legislativa do Maranhão.
Passado algum tempo fiquei sabendo que
ele já não era mais deputado e que tinha sido afastado pela ditadura militar
porque era comunista.
Voltei a ter contato com ele através de
seus artigos de jornais, onde abordava temas da política maranhense e sempre
achava uma brechinha para as coisas de nossa terra.
Quando buscava informações sobre fatos
e eventos acontecidos em Itapecuru Mirim era sempre o seu nome que vinha
primeiro a minha mente e corria à procura seus artigos, reportagens, blog,
livros ...
Aproximamo-nos bastante quando ele
exerceu a função de Gerente Regional de Itapecuru Mirim e eu era Secretário de
Produção e Abastecimento do município de São Luís.
E mais ainda, quando a saudoso
professor João da Cruz da Silveira iniciou as articulações para a criação da
Academia de Ciências, Letras e Artes de Itapecuru Mirim e, numa visita que fiz
a sua residência confessou-me: “Agora tenho certeza que nossa academia vai prá
frente, pois tenho recebido todo apoio do nosso conterrâneo Buzar”.
Minha admiração e respeito pelo Buzar
foram crescendo na mesma proporção em que descobria, nos seus mais singelos
gestos, a demonstração de um amor profundo pela terra que nos viu nascer. É
assim quando conversa, discursa, escreve, pesquisa. É assim também quando apoia
as atividades vinculadas às ciências, às letras e às artes, institucional ou
individualmente.
Ele revive cem anos quando incorpora a
entidade chamada Itapecuru Mirim!
Quando chegou a Academia Maranhense de
Letras proporcionou a todos nós itapecuruenses um grande orgulho. Imagine
quando chegou a presidi-la?
Neste momento que que ele completa
oitenta anos, rogo a todos os deuses que continuem a usar eternamente o seu
corpo e a sua alma para o bem de Itapecuru Mirim.
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