Ana Luiza Ferro
um rosto
vários corpos
um sobrenome
vários nomes.
Mulher Amélia
Mulher de verdade
Na fantasia do homem.
Mulher
Catarina
Mais
loba que ovelha
Mais
sabre que bainha.
Mulher
Chiquinha
Faz
da vida um abre-alas
Faz
do tempo uma obra.
Mulher
Diana
é
caça e caçadora
Plebeia,
princesa e cinderela.
Mulher
Domingas
Lata
d’agua na cabeça
Sem
pão na mesa.
Mulher
Helena
Brilha
tanto quanto o sol
Não
quer saber de Menelau.
Mulher
Isabel
Já
assinou sua Lei Áurea
Já
rompeu os seus grilhões.
Mulher
Maria
Nossa
Senhora
Senhora
e mãe.
Mulher
Maria Bonita
Paraíba,
mulher macho
Luta
mais que Lampião
Mulher
Maria Machadão
é
de todos
é
de ninguém.
Amélia
Catarina
Chiquinha
Diana
Domingas
Helena
Isabel
Maria
Bonita ou não
Maria
Machadão
uma
tela
vários
pinceis
uma
cor
vários
tons
uma
só assinatura.
MULHER
de
vermelho ou rosa choque
cada
uma
MULHER
de
escrita grossa ou fina
uma
em todas
MULHER
de
traço certo ou incerto
não
importa
MULHER.
Ana Luiza Almeida Ferro Promotora de Justiça., professora, escritora,
poeta, conferencista internacional, doutora e mestra em Ciências Penais, membro efetivo e correspondente de
várias associações culturais e academias
letras dentre as quais a Academia Maranhense de Letras, a Academia Ludovicense
de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico
do Maranhão. Autora de vários livros de
Direito, História e Poesia. Participou da coletânea literária Púcaro II, Itapecuru Mirim, 200 anos
(2018) com o poema Itapecuru, organizada por Jucey Santana e Joao Carlos Pimentel
Cantanhede.
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