Março, mês da mulher.
*Mazé Quaresma
Sou uma simples professora de 70 anos, e preciso para falar sobre nós, mulheres, e o papel que desempenhamos na sociedade. Nesta homenagem ao Dia Internacional da Mulher, gostaria de refletir sobre nossa trajetória e conquistas, mas também sobre os desafios que ainda enfrentamos.
Quando olhamos para a história, percebemos que, até pouco tempo atrás, as mulheres eram vistas como meras donas de casa, responsáveis apenas pela criação dos filhos e pelo bem-estar do lar. Não tínhamos direitos fundamentais, como o direito ao voto ou o direito de ser votadas. Porém, essa realidade começou a mudar quando muitas de nós nos vimos sozinhas, lidando com a responsabilidade de sustentar nossas famílias, muitas vezes após enfrentar situações de violência ou abandono. Essa luta nos impulsionou a nos reinventar.
Hoje, temos mulheres que ocupam diversos papéis na sociedade. Somos empresárias, engenheiras, motoristas, policiais, arquitetas... O céu é o limite para essas mulheres poderosas que conquistaram seu espaço. Mas sabemos que essas conquistas não vieram sem dificuldades. A sociedade ainda impõe desafios significativos a nós. Muitas vezes, quando duas pessoas competem por uma mesma vaga de emprego, o currículo da mulher é mais qualificado, mas, ainda assim, o homem é escolhido. E em relação aos salários, a diferença ainda persiste. É frustrante saber que, apesar de fazermos o mesmo trabalho, muitas vezes recebemos menos apenas por sermos mulheres.
No terceiro milênio, apesar dos avanços, muitas mulheres ainda enfrentam situações alarmantes de violência doméstica e preconceito. A ideia de que somos inferiores ainda persiste, mas as estatísticas mostram que a sociedade está mudando. Cada vez mais mulheres estão se empoderando e ocupando espaços importantes em todos os níveis: na política, nos negócios, nas revoluções e nas organizações públicas. Somos força e voz em todos esses ambientes.
Quando eu era jovem, o destino das mulheres parecia traçado: ser mães, costureiras e donas de casa. Porém, essa realidade já foi transformada. Hoje, estamos aqui, resilientes, embora ainda sofremos com as expressões vulgares que muitas vezes nos azucrinam, como "na direção, só podia ser mulher" ou "mulher só serve para comandar o fogão". No entanto, muitas de nós têm resistido e estão se impondo a cada dia.
Neste Dia Internacional da Mulher, gostaria de expressar minha gratidão por todas nós que, com amor e luta diária, conquistamos um espaço no mundo e nos sentimos plenas, belas e capazes de viver novas emoções e contribuir à sociedade.
Ser mulher e idosa em nossa sociedade não é uma tarefa fácil, mas se levantarmos nossas vozes e lutarmos pelos nossos direitos, podemos conquistar o respeito que merecemos. Viva a mulher brasileira, a nordestina, e ninense, itapecuruense, vargengrandense, presvargense... Não é à toa que a maioria de nós é provedora de nossas famílias. Porém, não devemos nos deixar explorar; precisamos nos amar e nos valorizar, pois somos indispensáveis.
Que possamos celebrar nossas conquistas, refletir sobre os desafios que ainda persistem e, sobretudo, que a sociedade comece a valorizar cada vez mais a força e a importância da mulher.
(Mazé, 07/03/2025)
*Maria José Quaresma, natural de Vargem Grande (MA), professora, poeta e membro efetivo da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes – AVLA.
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