terça-feira, 25 de agosto de 2015

O HINO DE ITAPECURU MIRIM

Por: Jucey Santana
 Itapecuru Mirim sempre foi grande celeiro de músicos, alguns com projeção até no âmbito nacional, como Nonato Araújo, (Nonato e seu Conjunto), Nonato Buzar, Sebastião Pinto e outros.
O Capitão Sebastião Augusto Costa Pinto, oriundo de Monção, deu grande contribuição a nossa música. Chegou ao município em 1908, a convite de uma Sociedade de Amigos, (Sociedade Musical Beneficente de Amigos), composta por pessoas da elite social de Itapecuru como: Joaquim Raymundo Pires (juiz),  Joaquim Rangel (telegrafista) Raimundo Públio Bandeira de Melo, (acadêmico de Direito  Anísio Duarte (poeta e político), Eudâmidas Sitaro (cantor), Rosália Bandeira de Melo (poetisa), Dinoca Rangel ( poetisa e cantora) e muitos outros.
O objetivo da   da sociedade  era       organizar a banda municipal e a Escola de Música. Na época a escola juntou grande número de jovens como Joaquim Araújo, Feliciano Lopes, (o Barão), Patrício Araújo  e Carlos Bezerra. Em 17 de setembro de 1918, pela Lei nº 37,  foi contratado pelo município, como diretor e professor da Escola de Música Municipal, depois que a sociedade se desfez. Dotado de grande erudição, dominando a língua francesa e latina, segundo o Padre João Mohana, que o classifica um dos melhores músicos do Maranhão, entre Ignácio Cunha, Antônio Rayol, Elpídio Ferreira, Pedro Gromwel,  Bazílio Serra e outros mais,  no livro A Grande Música Maranhense, (1974).
É de sua autoria a primeira versão do Hino de Itapecuru, com citações sobre guerra e forte apelo ao patriotismo, em referência a I Guerra Mundial, em andamento, “Se a guerra retumba voraz / mostrarás que sabes lutar / teus filhos audazes verás...”.
Em 1923, depois de 15 anos, o maestro deixou Itapecuru, levando seu talento para Codó e o hino     relegado ao esquecimento.
O prefeito João Rodrigues, em 1953  tomando conhecimento da sua existência, solicitou o seu resgate. O músico Joaquim Araújo,  relembrou música e letra e em várias reuniões na Casa Paroquial, com o padre Albino Campos e o Professor Luís Bandeira, reorganizaram o hino. Mas, o padre ficou insatisfeito, porque não falava em Itapecuru, então resolveram incluir o estribilho, sem prejuízo da música, “Terra de amor, Itapecuru”.
O hino foi executado com louvor em 31 de janeiro de 1961, na posse do prefeito Abdalla Buzar Neto, passando a ser tocado nos eventos cívicos regionais.
No centenário da emancipação política da cidade, em 21 de julho de 1970, foi cantado por um coral de mais de cem pessoas, na Praça Gomes de Sousa, quando então foi oficializado pela Lei nº 340, de julho de 1970.  Ainda nos anos 70  foi acrescido de duas estrofes, de autoria do professor Luís  Bandeira de Melo, e pela Lei 389 de 21/08/1977, passou a compor-se de duas  novas quadras, complementando a letra original, e sua execução     obrigatória  nas Escolas Municipais.  Porém, com o passar dos anos mais uma vez o hino caiu no esquecimento.
Em 2011, um grupo de produtores culturais, liderados por José Paulo Lopes, o músico José Santana e o cantor Silas Gomes e apoio do escritor Benedito Buzar e do prefeito Antônio Filgueiras Júnior, regravaram o hino que foi tocado na Fundação da Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes, em 07 de dezembro de 2011, atualmente, está popularizado.

Do livro Marianna Luz vida obra e coisas de Itapecuru Mirim de autoria de Jucey Santana (2014)

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