Por: Jucey Santana
Itapecuru Mirim
sempre foi grande celeiro de músicos, alguns com projeção até no âmbito
nacional, como Nonato Araújo, (Nonato e seu Conjunto), Nonato Buzar, Sebastião
Pinto e outros.
O Capitão Sebastião Augusto Costa Pinto, oriundo de Monção,
deu grande contribuição a nossa música. Chegou ao município em 1908, a convite
de uma Sociedade de Amigos, (Sociedade Musical Beneficente de Amigos), composta
por pessoas da elite social de Itapecuru como: Joaquim Raymundo Pires
(juiz), Joaquim Rangel (telegrafista) Raimundo
Públio Bandeira de Melo, (acadêmico de Direito
Anísio Duarte (poeta e político), Eudâmidas Sitaro (cantor), Rosália
Bandeira de Melo (poetisa), Dinoca Rangel ( poetisa e cantora) e muitos outros.
O objetivo da da sociedade
era organizar a banda municipal e a Escola de
Música. Na época a escola juntou grande número de jovens como Joaquim Araújo,
Feliciano Lopes, (o Barão), Patrício Araújo
e Carlos Bezerra. Em 17 de setembro de 1918, pela Lei nº 37, foi contratado pelo município, como diretor e
professor da Escola de Música Municipal, depois que a sociedade se desfez. Dotado
de grande erudição, dominando a língua francesa e latina, segundo o Padre João
Mohana, que o classifica um dos melhores músicos do Maranhão, entre Ignácio
Cunha, Antônio Rayol, Elpídio Ferreira, Pedro Gromwel, Bazílio Serra e outros mais, no livro A
Grande Música Maranhense,
(1974).
É de sua autoria a primeira versão do Hino de Itapecuru, com
citações sobre guerra e forte apelo ao patriotismo, em referência a I Guerra Mundial,
em andamento, “Se a guerra retumba voraz / mostrarás que sabes lutar / teus
filhos audazes verás...”.
Em 1923, depois de 15 anos, o maestro deixou Itapecuru,
levando seu talento para Codó e o hino
relegado ao esquecimento.
O prefeito João Rodrigues, em 1953 tomando conhecimento da sua existência,
solicitou o seu resgate. O músico Joaquim Araújo, relembrou música e letra e em várias reuniões
na Casa Paroquial, com o padre Albino Campos e o Professor Luís Bandeira,
reorganizaram o hino. Mas, o padre ficou insatisfeito, porque não falava em
Itapecuru, então resolveram incluir o estribilho, sem prejuízo da música,
“Terra de amor, Itapecuru”.
O hino foi executado com louvor em 31 de janeiro de 1961, na
posse do prefeito Abdalla Buzar Neto, passando a ser tocado nos eventos cívicos
regionais.
No centenário da emancipação política da cidade, em 21 de
julho de 1970, foi cantado por um coral de mais de cem pessoas, na Praça Gomes
de Sousa, quando então foi oficializado pela Lei nº 340, de julho de 1970. Ainda nos anos 70 foi acrescido de duas estrofes, de autoria do
professor Luís Bandeira de Melo, e pela
Lei 389 de 21/08/1977, passou a compor-se de duas novas quadras, complementando a letra
original, e sua execução
obrigatória nas Escolas Municipais. Porém, com o passar dos anos mais uma vez o
hino caiu no esquecimento.
Em 2011, um grupo de produtores culturais, liderados por
José Paulo Lopes, o músico José Santana e o cantor Silas Gomes e apoio do
escritor Benedito Buzar e do prefeito Antônio Filgueiras Júnior, regravaram o
hino que foi tocado na Fundação da Academia Itapecuruense de Ciências Letras e
Artes, em 07 de dezembro de 2011, atualmente, está popularizado.
Do livro Marianna Luz vida obra e coisas de Itapecuru Mirim
de autoria de Jucey Santana (2014)
Obrigada. Informação muito valiosa.
ResponderExcluirOlá. Gostaria de sugerir a alteração do nome do Luiz. Luiz Gonzaga Bandeira de Melo. Obrigada.
ResponderExcluirSupimpa
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