Por:
João Carlos Pimentel
A
cidade de Itapecuru Mirim é famosa pelo seu passado glorioso ligado à economia, com grande produção de
algodão e comércio de gado bovino; à história,
servindo de palco para episódios da Balaiada e da Adesão do Maranhão a
Independência do Brasil; e principalmente à intelectualidade, sendo berço de
intelectuais como a magnífica Mariana Luz, o ilustre Gomes de Sousa, o notável
Zuzu Nahuz e tantos outros.
Devido a esse passado
imponente é comum ouvirmos em tom de lamentação, que Itapecuru é a terra do “já foi e já teve”. Mas nem só das
glórias do passado vive Itapecuru, seus filhos contemporâneos, tem buscado
manter acesa a chama da intelectualidade com iniciativas como a criação da
Academia de Ciências, Letras e Artes objetivando fomentar a produção cultural,
a pesquisa e a preservação dos diversos aspectos da história itapecuruense.
No entanto, não é a
Academia o tema deste texto, e sim o CURSO DE DESENHO ARTÍSTICO DA CASA
CULTURA, criado em março de 2013, por iniciativa da escritora Jucey Santana, em
parceria com Beto Diniz. Atualmente o dedicado e talentoso professor/artista
Ailson Lopes, é o instrutor do curso, mantido com o apoio da prefeitura Municipal a solidariedade de alguns outros itapecuruenses.
Em breve conversa com
Jucey Santana, Ailson e os alunos do curso, pude conhecer um pouco mais dessa
bela iniciativa, que pode servir, em breve, para a criação de um centro de
criatividade em Itapecuru Mirim.
Segundo Jucey, ela
criou o curso de desenho, que é gratuito, para atender a população jovem que
busca preencher o tempo ocioso com atividades lúdicas e criativas com foco nas
artes visuais e principalmente para inclusão dos que estão expostos a vulnerabilidade
social.
O curso funciona em uma
sala ampla na Casa da Cultura Professor João Silveira e é ministrado pelo
Ailson, que trabalha como professor voluntário, sendo auxiliado pelos alunos
mais experientes.
Para
participar do curso basta ter idade mínima de 10 anos. Os alunos são divididos
em dois turnos com aulas três vezes por
semana. Sendo duas turmas por turno. Alguns alunos gostam tanto do curso que
frequentam todos os dias.
Quando
perguntei ao professor Ailson a respeito das suas afinidades artísticas, ele
comentou: “sempre gostei do trabalho
artístico. Sou pintor amador, autodidata. Os cursinhos que apareciam por aqui
eu fazia. Sempre fui curioso. Sou também músico, e estou também iniciando o
curso de xadrez na Casa da Cultura, para movimentar a Casa com atividades
culturais e lazer saudável. ”
Ao
conversar com Ailson é possível perceber a sua felicidade em contribuir com a
formação artística de tantos jovens. Segundo ele, “é um trabalho bastante prazeroso pelo fato de ser uma atividade que
tenho afinidade. Construí amizades, sou respeitado e valorizado na minha arte.
Vejo com satisfação o desenvolvimento de muitos alunos e a busca incessante por
espaços desta categoria. ”
Os alunos comentaram que despertaram o gosto pela
arte de desenho e pintura ainda na infância, e ao saber do curso, procuraram a
Casa de Cultura, iniciaram as aulas e lá permanecem com muita dedicação. A maior motivação da maioria é o professor
Ailson. Ele é muito querido. Tem uma excelente didática, sabe brincar, coloca
apelido em todo mundo, mas ao mesmo tempo é exigente e respeitado pelos
alunos. O sonho de todos é que o curso
seja legalizado e o Centro Artístico seja criado em Itapecuru Mirim.
“Me sinto gratificado em poder dar essa contribuição
aos jovens carentes de atividades culturais e artísticas, preenchendo uma
lacuna para a classe juvenil exposta aos descaminhos sociais.”
Ailson Lopes
Texto publicado no
artedomaranhao.blogspot.com.br
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