Jucey Santana
Hoje,
26 de abril é o aniversário de 101 anos
de um ícone da educação de Itapecuru Mirim a diretora emérita da Escola Gomes
de Sousa, Dona Santinha. Rodeada dos seus
oito filhos (sobreviventes), 39 netos e 41 bisnetos, recebe em sua residência no
bairro do Turu em São Luis (MA) os
amigos.
Vale
lembrar que dona Santinha é poetisa e membro fundador da Academia Itapecuruense
de Ciências, Letras e Artes e tem dois
filhos também imortais da instituição: José Raimundo dos Santos Fonseca, o
Zezoca (falecido) e Romeu Bandeira de Melo, filho de criação.
DONA SANTINHA
A
professora Anozilda dos Santos Fonseca nasceu em 26 de abril de 1916, na cidade
de Guimarães (MA). Filha de Manoel Lopes dos Santos, farmacêutico e de Antônia Fontes Gonçalves dos Santos.
A menina Santinha, como foi apelidada desde
criança, pela compleição franzina e baixinha,
queria seguir os passos do pai e ser farmacêutica, mas sua mãe preferiu
que seguisse a carreira de professora. A
família mudou-se para São Luís
quando Santinha tinha oito anos.
Na Capital, cursou o normal colando grau em 1936. Começou a trabalhar sob com contratos provisórios,
em alguns colégios. Chegou a
lecionar duas vezes contratada em Itapecuru Mirim.
Em 1943
o Dr. Paulo Ramos interventor Federal, em visita a Itapecuru Mirim a contratou
para o Grupo Escolar Gomes de Sousa, que não tinha prédio próprio, funcionava
em uma residência particular. Passou a
ensinar a quinta série. Na época, a
diretora era a professora Maria das Dores Tavares, sendo substituída por dona
Cotinha Lima, que, ao se aposentar passou a direção à dona Maria Celestina
Nogueira da Cruz, dona Celé, que depois
de curto período foi transferida para São Luís.
Dona
Santinha assumiu a direção do Grupo Gomes de Sousa, no ano de 1949. Ao
assumir a gestão da escola,
passou a fazer grande campanha com o objetivo de aumentar as matrículas
dos alunos, mesmo havendo limitações por
parte do Departamento de Ensino do Estado, que disponibilizava um número
reduzido de vagas pela carência de professores.
Depois do primeiro impasse, para não deixar alunos fora da escola, começou a campanha para o aumento do quadro
dos professores, o que foi uma tarefa mais difícil. Dona Santinha sempre
contava com o professor João Rodrigues,
quando prefeito, para o suprimento de
profissionais do ensino.
Exerceu
a função de diretora do Gomes de Sousa,
durante 20 anos. No final dos anos 60 foi transferida para São Luís, a seu
pedido, porque seus filhos precisavam cursar faculdade. Passou o cargo de
diretora do Grupo Gomes de Sousa à professora Maria do Rosário Amorim. Em São
Luís trabalhou na direção do Colégio Júlio Mesquita, na COHAB, até 1974 quando
solicitou a aposentadoria. Exerceu o
magistério durante 35 anos, tendo a satisfação
de contar com a amizade de muitos dos seus alunos, entre os quais muitos
se projetaram na vida pública como: Benedito Buzar, João Silveira, Nonato
Lopes, José Ribamar Lauande, Nonato
Cassas, Jucey Santana, Miguel Lauande e outros.
Casou-se
em 1942 com o itapecuruense José Barbosa
Fonseca, conhecido por Zezeca. Em
Itapecuru Mirim nasceram seus filhos:
Benedito, Artur, José Raimundo, Sérgio, Ana Maria, Fernando, Maria do
Socorro, Emanoel, Rita e Francisco, que lhe deram 39 netos e 42 bisnetos. Também
criou e educou muitos filhos de amigos
e ex-alunos.
Em 2001
lançou o seu livro de poemas “Olhei a vida de perto” e em 2011 a Academia Itapecuruense de
Ciências, Letras e Artes, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à
educação de Itapecuru Mirim outorgou-lhes o
título de membro fundador da cadeira número vinte quatro.
Do livro Itapecuruenses Notáveis (2016), página 217, de Jucey Santana
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