domingo, 18 de junho de 2017

RAIMUNDO NOGUEIRA DA CRUZ




                                         



Jucey Santana

            Raimundo Nogueira da Cruz e Castro nasceu no Engenho Outeiro região de Itapecuru Mirim.  O pai foi agricultor abastado e político da região da Ribeira do Itapecuru, tendo falecido em 23 de março de 1887 exercendo o mandato de deputado provincial.

            Seguindo os passos do pai, Raymundo Nogueira da Cruz e Castro  foi influente político de Itapecuru Mirim e dono de uma inteligência ímpar associada  ao grande poder de liderança   que possibilitou sua inclusão no cenário maranhense, chegando a ter grande  atuação  na vida pública do Estado.   
       
            Oficial da Guarda Nacional, proprietário do Engenho Outeiro e próspero criador de gado bovino  por ocasião da elevação da Vila de Itapecuru Mirim ao status de cidade em 21 de julho de 1870, o coronel foi nomeado pelo governo do Estado  José da Silva Maia  ao cargo de Comandante Superior da Guarda Nacional da comarca de Itapecuru Mirim e Anajatuba. 

            Também foi juiz de paz, juiz de Órfãos e Ausentes, delegado de polícia e vereador em várias legislaturas, desde 1864, defendendo o Partido Conservador, dominante na época. 

            Em 21 de março de 1874 pelo decreto nº 5573 foi designado pela segunda vez, Comandante  Superior da Guarda Nacional da Comarca de Itapecuru Mirim.

            Em 1884 foi eleito presidente da Câmara de Itapecuru Mirim que foi reconduzido ainda para o cargo em dois mandatos. Em 1869 foi eleito deputado provincial para o biênio 1880/1881.

            Depois da proclamação da República o coronel Nogueira da Cruz assumiu a chefia do partido Republicano em Itapecuru Mirim. Elegeu-se em três mandatos para Deputado Estadual e chegou a ser presidente da Assembleia Legislativa. 

            Em 30 de junho de 1871 faleceu sua filha Maria Nogueira da Cruz, na fazenda Outeiro e pelo estado de prostração que se encontrava o coronel Nogueira da Cruz e sua esposa todo o serviço fúnebre ficou a cargo do vigário Francisco José Cabral, seu compadre e dos amigos, comendador João Ribeiro de Moura (pai de Hastímphilo de Moura), o alferes Boaventura Catão Bandeira de Melo (político) e Francisco Sitaro (político).

            Foi  padrinho da poetisa Mariana Luz em batizado realizado em 25 de dezembro de 1871 na igreja Nossa Senhora do Rosário que servia de Paróquia de Nossa Senhora das Dores em Itapecuru Mirim. 

            Colaborou com o do jornal Publicador Maranhense, enviando crônicas e notícias de Itapecuru Mirim.

            Eleito 3º vice-governador na gestão de Manoel Lopes da Cunha, tendo assumido o governo por três pequenos períodos, o maior tempo que ficou à frente do palácio dos Leões foi de 16 de novembro de 1904 a 23 de fevereiro de 1905, quando se retirou ainda no cargo de vice-governador por motivo de doença.  Recolheu-se à sua cidade até seu falecimento.

O Coronel Raymundo Nogueira da Cruz e Castro retira-se para Itapecuru Mirim onde reside e agradece cordialmente a todas as pessoas que honraram com suas visitas, pedindo desculpas que por motivo de moléstia não cumprir pessoalmente com esse dever, pondo disposição de todos os seus serviços naquela localidade. (Diário do Maranhão, 24.2.1905).

            Da enfermidade adquirida na constância do cargo de vice- governador, veio a óbito em  10 de junho de 1908 em sua fazenda no Outeiro dos Nogueiras em Itapecuru Mirim.

            A Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes reconhecendo-lhe os méritos o escolheu para patronear a cadeira número 11 dos Membros Correspondentes.

            Em 18 de maio de 2017 a sua foto foi inaugurada na Galeria da Câmara Municipal de Itapecuru Mirim.

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