Jucey Santana
José
Bento Nogueira Neves nasceu em Itapecuru-Mirim em 10 de setembro de 1927. Filho
do professor Newton de Carvalho Neves e Guilhermina Nogueira Neves.
Na
infância estudou no Instituto Rio Branco fundado por seu pai em 1926 na cidade
de Itapecuru-Mirim. Em 1935 com a mudança da família para a Capital, José Bento
continuou os estudos no Instituto São José e no Colégio Arimatéa Cisne.
José
Bento, quando criança, teve a visão parcialmente reduzida. Posteriormente, na juventude,
novo acidente o levou a uma cegueira total, por alguns anos. Novos desafios, a
partir daí, passaram a exigir dele a total confiança em si, para a superação de
suas limitações. E deu resultado: voltou lentamente a recuperar a visão, graças
a rigorosa disciplina no tratamento prescrito pelo especialista.
Sempre foi um aluno exemplar. Em
1946 prestou exame para Direito. Recebeu honras de primeiro aluno, ganhando o
cobiçado prêmio da Caneta de Ouro.
Como acadêmico foi representante do Grêmio Cultural e membro fundador do Centro
Cultural “Gonçalves Dias”, e se tornado um orador inflamado e respeitado.
Ainda acadêmico de Direito assumia a
direção da família quando do afastamento
do pai por imposição religiosa em 1944 (Vr. Newtom Neves). O jovem acadêmico,
praticamente assumiu o controle da família, inclusive financeiro, dando aulas particulares e em colégios públicos, e
orientando os irmãos menores na educação.
Tornou-se
um advogado brilhante. Foi deputado estadual em quatro legislaturas. No Poder
Público ocupou cargos importantes como: secretário de Estado, Promotor de Justiça,
Presidente e Vice-Presidente da Assembleia Legislativa. Desempenhou com
dignidade os mandatos que lhes foi confiado o qual foi perseguido por defender
a causa dos lavradores e preso após a deflagração do movimento militar, em
1964.
Foi secretário do Jornal do Dia
desde sua fundação em 8 de março de 1953. Fundou em 18 de agosto de 1957 na
cidade de Porto Franco (MA), a Associação de Proteção e Assistência à Maternidade
e Infância – APAMI, para atender a população ribeirinha da região e um dos
fundadores da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão – APEM, em
4 de janeiro de 1971.
Figurou como colaborador em vários
jornais da capital. Em 2 de maio de 1962 casou-se com a escritora Maria Theresa
de Azevedo Neves. O casal teve os seguintes filhos: Raphaela, Eugênia, Virgínia
e Rodrigo.
Em 2006 Maria Theresa lançou o livro
Minha Árvore, que
trata de fatos importantes da trajetória do casal, traçando o perfil desse
insuperável ser humano: seu irrepreensível
e incorruptível caráter; sua inquestionável vocação política herdada de ambos
os avós, tanto do paterno quanto do materno
– mas a verdadeira política, a política arte, enfim, a política de
buscar a qualquer preço, os caminhos que o levariam a concretizar seus anseios
de trabalhar pelo bem comum; a ética, a transparência e a seriedade sempre
presentes em suas ações fossem públicas, profissionais, privadas e, sobretudo
seu senso de responsabilidade.
Bento Neves faleceu em 21 de setembro de 2012.
Pelo seu mérito a Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes o escolheu
como patrono da cadeira número 14 de membros correspondentes.
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