Benedito Buzar
O médico, escritor e político, Pedro Braga Filho,
nascido em Barra do Corda, a 16 de abril de 1918, se não tivesse falecido
em São Luís, a 30 de dezembro de 1978, teria completado, este ano, cem
anos de vida.
Este ilustre maranhense, que fez parte de uma
extraordinária galeria de políticos, representou o Maranhão no Congresso
Nacional, nos anos 1950 e 1960, com altivez, competência e dignidade.
Além de Pedro Braga, pontificaram naquela galeria,
políticos jovens e talentosos como José Sarney, Renato Archer, Cid
Carvalho, Neiva Moreira, Afonso Matos, Newton Bello, Miguel Bahury e Antônio
Dino, que ao lado de deputados mais experientes, a exemplo, de Clodomir Millet,
Lino Machado, Antenor Bogéa, Hugo da Cunha Machado, Aluízio de Lima Campos,
Alfredo Duailibe, Alarico Pacheco, Antônio Costa Rodrigues, formaram uma
bancada parlamentar de alto gabarito, a despeito das divergências pessoais e
partidárias.
De Pedro Braga, pode-se dizer que, depois de
estudar o primário e o secundário, em São Luís, no Ateneu Teixeira Mendes e no
Liceu Maranhense, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou, após
submeter-se a rigoroso exame de habilitação, na Faculdade Nacional de Medicina,
da Universidade do Brasil, pela qual se diplomou médico em 1945.
Formado, exerceu a profissão com brilhantismo, no
Rio de Janeiro, São Luís e Brasília, ocupando relevantes cargos públicos.
Como médico do quadro permanente do Ministério da Saúde, trabalhou, em São
Luís, no Serviço de Assistência ao Menor, na Clínica Pediátrica do Hospital
Infantil, no Hospital Nina Rodrigues, e na Legião Brasileira de Assistência. Em
Brasília, chefiou a Fundação Hospitalar do Distrito Federal e o Departamento de
Fiscalização da Secretaria de Saúde.
Em todos esses cargos e funções, marcou presença
como cidadão probo, capaz e íntegro, daí porque recebeu convite para ingressar
na atividade política. Pelas mãos do senador Vitorino Freire, filiou-se ao
Partido Social Trabalhista, pelo qual candidatou-se em 1950 a deputado
estadual, mas a fraude eleitoral impediu que se elegesse.
Em 1954, volta a candidatar-se, desta feita, a
deputado federal, pelo PSD, partido que Vitorino arrebatara de Genésio Rego.
Pedro Braga fica na suplência, mas é convocado para o exercício do mandato
parlamentar, onde atua com desembaraço e dedicação à causa pública.
Nas eleições de 1958, muda de posição política e
tenta se eleger deputado federal, pela legenda da UDN, de oposição ao sistema
político que dominava o Maranhão. Mais uma vez não se elege, mas ganha cacife
político para, no pleito de 1962, eleger-se deputado federal. Pela marcante
atuação em defesa das reformas de base, transfere-se para o PTB, sendo um de
seus vice-líderes na Câmara Federal.
Em 1965, com o Brasil sob o tacão do regime
militar, ocorre o processo da sucessão do governador Newton Bello. O PTB
maranhense oferece a legenda ao deputado Renato Archer, impedido de ser
candidato pelo PSD. Para compor a chapa com Renato, o PTB indica Pedro Braga
candidato a vice-governador, mas quem vence as eleições é o candidato
oposicionista, José Sarney.
Com a extinção dos partidos políticos, pelo Ato
Institucional, filia-se ao Movimento Democrático Brasileiro – MDB, de oposição
ao governo que dominava o país, sob cuja legenda concorre às eleições
proporcionais de 1966, mas sem êxito. Antes de acabar o seu mandato, profere um
discurso de grande repercussão nacional, ao protestar contra a desmoralização
do Congresso Nacional, que, por covardia e medo, agachava-se aos ditames dos
detentores do poder.
Do ponto de vista cultural, antes de ingressar na
vida política, Pedro Braga mostrava, também, pendores para a atividade
jornalística, com atuação nos jornais O Norte, de Barra do Corda, e no Diário
da Manhã, de São Luís, fato que chamou a atenção dos membros da Academia
Maranhense de Letras, que o convidaram para dela fazer parte. Em novembro de
1948, elege-se para ocupar a Cadeira nº 39, patroneada por Gomes de Castro, e
empossado a 16 de dezembro de 1948, sendo recepcionado pelo acadêmico e
cientista, Aquiles Lisboa. Sua produção intelectual foi praticamente voltada
para o mundo científico.
Com a esposa Corina Desirée da Costa Braga teve
dois filhos
Nenhum comentário:
Postar um comentário