Nico
Bezerra
Há
muito, muito tempo,
Aconteceu
no Maranhão
Uma
triste história
Que
preocupou nossa Nação!
O
povo muito sofrido,
Desprovido
da Justiça,
Já
não temia o governo
Nem
respeitava a polícia.
Uns
cuidavam de gado,
Outros
plantavam algodão,
Outros
faziam balaios
Sob
o julgo da servidão.
Fazendeiros
poderosos
Só
queriam enriquecer,
Não
viam que brancos pobres e negros
Também
queriam viver.
O
vaqueiro Raimundo Gomes
Invadiu
uma prisão,
Libertando
todos os presos,
Inclusive
seu irmão.
Manoel
dos Anjos, fazedor de balaios,
Apoiou
nosso vaqueiro,
Convocou
apoiadores
Foi
um fiel companheiro.
O
Vaqueiro e o Tecelão
Lideraram
o acontecido!
Muitos
foram se juntando
E
reforçavam os foragidos.
O
fazedor de balaios
Era
um bom camarada!
O
grupo logo cresceu!
Daí
o nome: Balaiada!
O
movimento ficou forte
E
assustou a região,
Escravizados
e oprimidos
Juntos,
na mesma missão.
Tiveram
força e simpatia
Até
dos cultos “Bem-te-vis”:
Um
grupo lá da cidade!
Sorte
assim, eu nunca vi!
Caxias,
vila importante
Foi
invadida e dominada.
São
Luís entrou na mira!
Força
grande, a Balaiada!
Apareceu
Cosme Bento,
Um
líder negro alforriado,
Deu
mais força ao movimento:
Deixou
o Governo assustado!
Um
homem forte do Exército,
Esperança
da Nação,
Luiz
Alves, o Marechal,
Foi
enviado ao Maranhão.
Em
Itapecuru ele se instala
E
planeja a estratégica batalha.
Caxias,
a vila, é retomada,
Enfraquecida
foi a Balaiada!
Mortos,
foram muitos!
Muitos
outros se entregaram!
Cosme
Bento, o forte líder
Foi
então capturado.
O
bravo guerreiro negro
À
Itapecuru foi conduzido,
A
esperar pela sentença,
Ali,
na forca, foi erguido!
Mas
nem a força, nem a forca
Pode
um sonho exterminar!
A
Igualdade, nosso anseio,
Nos
instiga a lutar!
Negro
sim! Por si só, intitulou-se:
DOM
COSME, o dom da Liberdade!
Seu
sonho, ainda é nosso:
Lutemos
por Igualdade!
Do livro Do livro Púcaro Literário II – Itapecuru Mirim,
200 anos (2018) pag. 77. Organizado por Jucey Santana e João Carlos Pimentel
Cantanhede.
Nicodemos
Bezerra, Itapecuruense, professor, poeta, e ativista
cultural, Membro da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes, da
Sociedade de Cultura Latina do Brasil
SCLB e da Federação das Academias de Letras do Maranhão – FALMA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário