Gomes Meireles
Joaquim
de Jesus Dourado, Ribamar Carvalho, João Miguel Mohana e tantos outros formam
um contingente que marcou a história da Igreja Católica no Maranhão e a própria
história das Academias de Letras, tanto maranhense quanto de outros Estados. Destacaremos
no momento, o célebre Pe. Dr. Antonio William Fontoura Chaves, um tempo
presbítero, jurista, poeta, músico, escritor, tribuno, professor de latim e
português. Autor de “Cantos e encantos”, “(Re)cantos do sabiá” e “Nas dobras do
tempo”.
Exímio
intelectual maranhense que há dois anos, tomou posse na Academia Carioca de
Letras. O fato aconteceu no dia 11 de dezembro de 2001, na Assembléia
Legislativa daquele Estado. Fontoura Chaves, assumiu a cadeira nº 11,
patronímica do poeta Francisco Otaviano, na vaga da poetisa Nísia Nóbrega.
Na
verdade, o primeiro titular dessa Cadeira, foi o poeta e desembargador Alfredo
Cumplido de Sant’Anna. Como propagou Tobias Pinheiro, no dia da posse do
ilustre acadêmico: “aprendemos sob o mesmo teto, que a Consciência tem sido a
voz de Deus no coração do homem”. E ainda, hoje “há mais academias da terra, do
que astros no firmamento”. A ênfase desta verdade, talvez seja para que nós
possamos meditar que, as academias devem servir para multiplicar as letras, os
homens, as verdades.
Padre
Fontoura Chaves, filho do Sr. Joaquim e da Srª. Carmem, nasceu em Axixá, cidade
localizada à margem direita do rio Munim, aos 12 de julho de 1927. Concluiu o
curso primário no Colégio Joaquim Santos, em Rosário. O padre Joaquim de Jesus
Dourado, da Academia Maranhense de Letras, exerceu influência insigne em sua vida
literária. O referido acadêmico herdou também um patrimônio do arquétipo
universal da literatura, advinda quem sabe? Do seu tio-avô, que viveu no século
XIX, o poeta e jornalista Adelino da Fontoura Chaves, nascido em 1855, na mesma
cidade de Axixá, patrono da cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras e da
Cátedra nº 38 como academicista maranhense.
Na
década de quarenta, pe. Chaves, concluiu o curso de Humanidade e Filosofia em
São Luís, no Seminário Santo Antônio. Logo após, transferiu-se para São Paulo,
onde cursou Teologia no Pontifício Seminário Central do Ipiranga. Quando ainda
seminarista, triunfou num concurso de poesia na grande São Paulo.
O
cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota em 1951, conferiu-lhe a ordem do Diaconato
temporário e, um ano após, o ordenou presbítero. Em São Luís, desenvolveu
muitos trabalhos: capelão do colégio Santa Teresa, pároco da Igreja do Rosário,
dirigiu um programa na rádio Ribamar e Vigário-Cooperador de Pedreiras
(Paróquia administrada por mons. Gerson Nunes Freire, irmão do ex-governador do
Maranhão, Osvaldo da Costa Nunes Freire).
O
arcebispo metropolitano designou o padre Chaves para São Paulo, em vista da
realização em regime interno um curso de Organização de Comunidade, na Escola
Técnica de Agricultura, em Pirassununga, em convênio entre o Ministério da
Educação e a Arquidiocese de São Luís do Maranhão, sob a chancela da
Presidência da República. As cidades contempladas foram os municípios de
Pedreiras e Coroatá, para a aplicação das novas técnicas aos homens do campo.
Em
1961, o atual metropolita nomeia pe. Fontoura Chaves para a paróquia de Monte
Castelo, que, contemporaneamente, lecionou no Seminário Menor, português,
literatura brasileira e portuguesa. No Seminário Maior: Literatura estrangeira
(no curso de Filosofia). Sobrando-lhe tempo assumiu a paróquia da Matriz de São
Vicente de Paulo, assumindo a responsabilidade de construção de duas novas
sedes paroquiais: Nossa Senhora de Fátima e São Vicente de Paulo. Contudo, o
grande sonho do prof. Chaves era estudar Direito. E assim aconteceu, sem que
ninguém percebesse, tomou a resolução de viajar para o Rio de Janeiro, onde
ensinou no Colégio São Vicente de Paulo, no Cosme Velho, ao lado de antigos
mestres da literatura e do direito.
Com
um êxito extraordinário, pe. Fontoura Chaves ingressou na Faculdade de Direito
do Estado da Guanabara, concluiu o curso e, 1966 e destacou-se como orador da
turma. O mestre Roberto Lyra foi um dos seus grandes inspiradores, após o
bacharelado, doutorou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Analogicamente ao Padre Antonio Vieira, sua projeção nos sermões teve destaque
na oratória forense.
No
trigésimo aniversário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Seção
Regional da OAB, o advogado conquistou o primeiro lugar, com destaque para sua
tese sobre a reforma agrária, quando ainda entre nós este assunto era tratado
de forma sonhadora.
Padre
Fontoura Chaves é o terceiro maranhense a entrar para a Academia Carioca de
Letras.Na verdade, era conhecido como Padre Fontoura Chaves foi jurista, poeta, músico, escritor e professor brasileiro.
Pe. Fontoura Chaves trabalhou na próspera banca de advocacia, com tempo
reservado para Literatura e Música, interpretando compositores com seu
saxofone, instrumento de longas datas. O literário Tobias Pinheiro, no dia da
posse do nosso academicista, parafraseando Confúcio, declara: o sábio não se
aflige por não ser conhecido dos homens; ele se aflige por não conhecê-los.
Do livro Do livro Púcaro Literário II – Itapecuru Mirim, 200 anos (2018) pag.
191. Organizado por Jucey Santana e João Carlos Pimentel Cantanhede.
Raimundo
Gomes Meireles clérigo, itapecuruense, professor, graduado em
filosofia pela Ufma e em Direito pelo CEUMA. Mestre e doutor em Direito
Canônico e Pós-graduado em Direito
Internacional, Chanceler da Cúria
Metropolitana, membro da membro Academia
Itapecuruense de Ciências Letras e Artes, da Academia Ludovicense Maranhense, do
Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e capelão da Polícia Militar do
Maranhão.
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